- Outro Potter.. - O rapaz moreno suspirou, sorrindo para a garota loira. - Ele deve ser irmão do Charlus, julgando pela aparência. Diria que são idênticos, se não fosse a idade.
- Charlus já não é o irmão mais novo da família? - O rapaz loiro perguntou distraidamente, sua postura, anteriormente ríspida, completamente abandonada. - Bem, por que não se senta conosco ao invés de ficar de pé?
Dizer que Harry se sentia intimidado pelas pessoas a sua volta seria um eufemismo; ele estava realmente apavorado com a atenção daqueles três e o tom formal na voz do rapaz de cabelos quase brancos não fez nada além de assustá-lo ainda mais. Afinal, era tudo muito novo para Harry, que nunca teve a oportunidade de conversar com crianças bruxas além de seus irmãos adotivos. Ainda mais com jovens que se vestiam como se fossem as pessoas mais ricas do mundo - e talvez eles fossem, Harry pensou.
Mas Harry não deixou de se sentar em um dos bancos de madeira do vagão, seguindo a sugestão do rapaz. Bertha e Tom tinham trabalhado muito na sua autoestima e autoconfiança, com medo dele ser intimidado por imbecis puro sangue - palavras deles. Logo, ele pensou, seria uma ofensa aos seus esforços ficar se encolhendo e pedindo desculpas para qualquer sopro do vento.
- Me chamo Abraxas, a propósito. Abraxas Malfoy. - O rapaz loiro disse com um sorriso orgulhoso, seus olhos jamais saindo da figura de Harry, que agora estava sentado ao seu lado. - E aqueles são os irmãos da família Black. - Abraxas continuou, agora indicando os dois estranhos que estavam à sua frente.
Harry olhou da menina loira para o outro rapaz de cabelos escuros como a noite. Eles eram realmente parecidos, ambos com olhos cinza azulados impessoais e roupas bruxas que pareciam caríssimas o suficiente para valer seus dois rins.
- Sou Alphard Black, mas pode me chamar de Al. É um prazer conhecê-lo, Harry Potter. - O jovem de cabelos negros sorriu zombeteiramente, tranquilizando o jovem a quem direcionava suas palavras, que tentou responder sua saudação com igual polidez.
Ele parecia legal, foi a impressão que o rapaz deixou. Um pouco maldoso, se seu sorriso pudesse indicar alguma coisa, mas não do tipo maligno e isso acalmou Harry em diversos níveis.
- E eu sou a ilustre Walburga Black, sua.. Coisinha insignificante. É uma honra para você me conhecer. - E Harry quase podia sentir seu sangue escorrer e tamborilar pelos ouvidos, tamanha era a potência e rudeza da voz de Walburga.
- É.. "Uma honra"? - Harry respondeu/questionou o cumprimento da loira, ouvindo um suspiro estrangulado do seu lado.
Harry se virou um pouco depois de ver a postura autoritária da Black ficar ainda mais pomposa, se deparando com um olhar exasperado de Abraxas para ele.
- É uma honra quando se trata dela? - O loiro parecia realmente ofendido pelo o que o moreno disse, lançando uma dúzia de olhares de repugnância raivosa para Walburga, que parecia estar adorando cada segundo daquilo, fazendo Harry ficar um pouco confuso e, não muito depois, tomar noção de suas palavras de dupla interpretação. Eles pareciam ter um ego hiperinflado e, pela pouca interação que ele os viu ter, aquela animosidade era nada mais que uma competição estúpida de poder. O único erro deles foi a falta de percepção de que Harry não dava a mínima para suas birras e joguinhos mentais ridículos.
"Se Tom estivesse aqui, ele definitivamente faria eles comerem poeira" - Ele completou mentalmente, quase sorrindo com isso.
- Sinto muito se te ofendi.. Não era minha intenção. - A cada palavra de Harry, mais seu rosto se tornava algo doce e choroso. - É uma honra te conhecer também. - Ele tocou a mão do rapaz, que estava apoiada no assento acolchoado do trem, com a sua, olhando para ele com seus melhores olhinhos de filhote arrependido, que sempre lhe rendiam os favores incondicionais de Tom e Bertha quando usados sabiamente.
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Harry Potter and the Salazar Slytherin Society
RandomJá estava de manhã quando Harry acordou, para sua surpresa, pois acostumou-se a ser despertado às duas da madrugada por sua tia Petúnia, para assim começar a realizar os afazeres domésticos. (...) Colocando o óculos no rosto, arfou audivelmente ao v...