Capítulo 8

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Chegamos na biblioteca depois de alguns minutos e, para minha felicidade, Tom não soltou minha mão desde que estávamos no orfanato, o que me manteve calmo enquanto vínhamos para o nosso novo lar. Me sentia um pouco idiota por ainda temer que algo desse errado, porém não podia evitar pressentir o pior, afinal, meus tios ainda estavam em algum lugar por aí.

- Eu tenho uma pequena surpresa para você, Harry.. - Bertha falou assim que entramos na biblioteca, nos levando animadamente para onde deveria ser seu quarto.

Mas, assim que entrei no cômodo, fiquei espantado ao ver uma escada acoplada na parede do quarto, me deixando intrigado, pois, até ontem, não havia uma escada na parede é muito menos um buraco no.. teto?

Olhei para o moreno que estava do meu lado, vendo sua expressão de confusão ser substituída pelo repuxar do cantinho do seu lábio, em um meio sorriso divertido. Sorri com isso e me virei para a ruiva, essa segurava Olympe no colo, ambas animadíssimas.

- Certo.. - Falei e apontei para a escada. - E como surgiu isso no meio do seu quarto? - Questionei, vendo as meninas rirem e minha mão ser apertada, ouvindo Riddle sussurrar.

- Magia, meu príncipe. - Movi minha cabeça na direção do mais velho, sentindo meu rosto quente pelo tratamento, e concordei, me sentindo perdido quando ele deixou um beijo na minha bochecha. Estava um pouco tímido, sem dúvida, mas pelo menos meu corpo não estava tendo reações estranhas como havia acontecido mais cedo. - Acho que deveríamos subir. - Tom disse e não deu brechas para negação, me puxando pela mão e nos levou até às escadas que, assim que o mais velho pôs um dos pés, ela se desprendeu dá parede e ficou flutuando logo ao lado.

Nos olhamos e sorrimos, subindo as escadas apressadamente e ouvimos Bertha gritar atrás de nós para irmos devagar. Em meio aos tropeços e pulos de três em três degraus, o moreno e eu fomos os primeiros a chegar no andar de cima que.. Pelas barbas do profeta, era completamente incrível! Estávamos em um quarto maior que o da ruiva, as paredes e o teto tingidos de um branco brilhante, enquanto no chão haviam tábuas de madeira lustrosa e negra, enceradas o suficiente para quase me fazer escorregar quando corri para perto da imensa janela no canto direito ao qual nós entramos. Escutei passos atrás de mim, virando meu torço para olhar o o rosto sorridente do maior.

- A vista não é tão ruim quanto eu imaginava. - Ele falou com um tom brincalhão, ocasionando uma risadinha minha, pois, na maioria das vezes que o rapaz gostava de algo, seus elogios eram contidos ou distorcidos, tirando seus paparicos para comigo.

- É lindo.. - Voltei meus olhos para a paisagem, podendo ver a rua dos alfeneiros. Essa está muito diferente da qual eu havia passado tantos anos da minha vida, mas, num todo, aquele cenário era realmente bonito de se ver.

As árvores plantadas em ordem, por casa, com folhas verdes reluzentes, que vez ou outra farfalhavam, assim como os gramados aparados. As casas enfileiradas, tornando-se pontinhos coloridos na minha visão por conta do distanciamento, trazendo um ar cotidiano à cena. Logo, minha atenção foi tomada crianças brincando na rua, aproveitando suas férias sob o céu amarelado de verão, a luz do lado de fora do quarto penetrando as lentes do meu óculos. O clima morno banhava meus sentidos aos poucos, mas esporadicamente vinha uma brisa fresca para acalentar o calor do dia. Senti, depois de um tempo admirando a vista, as mãos de Tom repousarem na minha cintura, iniciando carícias singelas enquanto aproximava seu corpo do meu, seu peito colando-se às minhas costas.

- Você é muito mais lindo. - Fui gentilmente virado, podendo contemplar o sorriso bobo do Riddle e seu olhar cintilante que me mirava. Corei ao olhá-lo e fiquei duplamente vermelho quando me percebi prensado contra a parede, podendo sentir o vento refrescante vindo da janela assoprar na minha nuca, meu coração galopava no peito. Tom tirou uma das mãos da minha cintura e a levou para meu rosto, roçando os dedos na minha bochecha. - Meu Harry é o que há de mais lindo nesse mundo. - Sua voz soou angelical nos meus ouvidos, porém isso não foi o suficiente para me impedir de tremer dos pés à cabeça. Minhas células pareciam estar palpitando, causando tremores na minha derme, e meu ar aos poucos fugia dos meus pulmões, me causando tontura.

Harry Potter and the Salazar Slytherin SocietyOnde histórias criam vida. Descubra agora