Capítulo 11

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N/I: Voltei, gasosos e gasosas! Estou aprontando o próximo capítulo, então não me abandonem ✊😬

✨ Ah, e sejam muito bem vindos à segunda fase da primeira temporada!!! ✨

***

Tom acordou sentindo o frio da cama vazia. Ele se lembrava de ter ido dormir com Harry na noite passada, então, ainda de olhos fechados, apalpou toda a extensão acolchoada que já conhecia relativamente bem, mesmo estando morando em sua nova casa a menos de uma semana. Foi automático abrir os olhos castanhos e pular da cama ao constatar que o menor não estava nela, sendo que ele dormia invariavelmente mais que si, tendo que ser acordado todos os dias pelo Riddle, com sussurros, carinhos e alguns beijos pelo rosto.

O rapaz olhou em volta, procurando o mais novo, mas se deparou apenas com as mobílias, tanto as antigas quantos as novas, ganhadas recentemente do delegado na tentativa fútil de agradar a velha ruiva. Tom vestiu suas pantufas e seguiu para o alçapão que levava às escadas, se dirigindo ao andar inferior para continuar sua busca pelo seu príncipe.

- Harry? - O menino chamou, ainda descendo os primeiros degraus.

Entretanto, Tom congelou no lugar em que estava quando saiu completamente do quarto. Ele podia ouvir gritos estrondosos vindos da parte em que se encontra biblioteca, duas vozes se misturavam em meio a um choro profundo que lhe açoitou os ouvidos. Era Harry chorando. E sua única reação foi correr até a segunda sala, abrindo a porta em um estrondo.

- Tom! - Foi tudo o que o moreno ouviu antes de ser arrastado para fora do cômodo, mal podendo ver as pessoas ali dentro.

Ele não reclamou, afinal, era seu príncipe quem havia o tirado de lá e estava lhe puxando escada à cima, quase tropeçando nos degraus incontáveis vezes, se não fosse por Tom atrás do menor, que o segurava da melhor maneira que conseguia e continuava a ser arrastado como um boneco. Chegando no quarto, o mais velho foi solto imediatamente, assistindo agora Harry seguir até o guarda-roupas que eles dividem, o abrindo com uma cautela amedrontada e, com um baque, cair de joelhos no chão, chorando com intensidade redobrada.

- Príncipe.. - O maior seguiu até o corpo alheio, esse estava tremendo visivelmente, então não foi uma surpresa para Tom sentir o sacolejar do rapaz choroso quando se sentou atrás dele e o abraçou. E o toque foi suave, ele não queria machucar ainda mais seu amigo e lhe doía cada lágrima que escorria pelos olhos fechados.

Tom nunca foi muito empático, jamais se imaginou sendo. Desde que atendia pelo seu nome, que podia raciocinar com alguma lógica, o estranho menino órfão do Orfanato Wool soube que ninguém teria a menor compaixão por si. "És uma aberração", era o que as cuidadoras diziam para ele. Mesmo o senhor rico que o visitava nos feriados, dizendo se importar com ele; lhe dando roupas, livros, alguma educação e outros tipos de bens, nunca havia tentado dar amor ao pequeno Riddle. Todos se distanciavam dele, de forma consciente ou inconsciente, por não ser aquilo que queriam que fosse - por ser quem era. E foi assim que ele viveu, sentenciado a nunca amar ou ser amado, até conhecer aquele pequeno anjo que agora estava chorando em seus braços, com a cabeça caída em seu ombro e o corpo mole.

Sendo amor um sentimento, logo, algo abstrato, ele só é compreendido quando se sente, tanto o dado quanto o recebido. Harry era tudo o que Tom conhecia sobre amor, afinal, desde o momento em que o menor entrou no orfanato, ele sentiu. Tom sentiu Harry antes mesmo de ver seu rosto, de lhe conhecer. Mas era como Riddle havia dito: Harry era seu presente. Seu único e precioso presente; não o primeiro, mas o que mais importava na sua vida.

E por conta disso que Tom soube. Ele sentiu que algo estava errado no momento em que percebeu o quão gelada a cama estava. Era um sinal; desde o clima incomumente frio em pleno verão, até o choro, agora silencioso, de Harry. Cada soluço soava como uma despedida para seus ouvidos e Tom, por fim, deixou os filetes mornos de água trilharem por suas bochechas em conjunto com um murmúrio estrangulado que saiu de sua garganta, se permitindo apertar Harry até seus braços doerem o mesmo tanto que seu peito apertado doía.

Harry Potter and the Salazar Slytherin SocietyOnde histórias criam vida. Descubra agora