Capítulo 12

1.5K 159 79
                                    

- Vamos por aqui, crianças. - Disse Bertha enquanto andava conosco pelo Beco Diagonal.

Olympe estava ao seu lado, uma das mãos entrelaçada com a da ruiva e a outra segurando sua boneca mágica, que era o primeiro presente de aniversário dado pela sua mãe. Olympe sorria e saltitava com a paisagem bruxa londrina, que, de acordo com ela, era imensamente diferente da parisiense, emitindo diversas vezes o quão mais bonitas as roupas das moças francesas eram, além do cheiro natural de flores que o ambiente de lá emitia, por haverem muitas plantações de lírios, narcisos e girassóis, geralmente um punhado à cada esquina. Tom, entretanto, não parecia muito contente, mas era devido a situação atual. Não que eu me encontrasse em um estado de espírito melhor que o dele.

Mas, apesar da minha infelicidade, não podia negar estar honestamente deslumbrado com o Beco Diagonal, que era nada mais do que uma área bruxa de compras. As lojas coloridas, com as vitrines cheias de objetos fantásticos, alguns que se mexiam freneticamente, outros que apitavam e, a maioria, bastante colorida, como se tivessem que chamar atenção a qualquer custo.

Passamos por uma loja de animais, para qual eu apontei e chamei por Tom ao ver as criaturinhas pelo vidro translúcido da vitrine. Tom olhou um pouco chateado para a loja, mas concordou com a cabeça e sorriu para mim, claramente tentando me animar.

O grande problema é que eu também estava tentando animá-lo e, obviamente, não estava funcionando.

- Podemos passar aqui mais tarde, filhote, já que você quer um familiar. Podemos até comprar uma coruja para ficar em casa e trazer correspondência.  - Bertha falou, dando-me uma piscadela.

Ela estava evitando a todo custo o assunto "separação" quando juntos, mesmo sabendo sobre as noites em claro nas quais eu e Tom passávamos conversando sobre minha ida, cada vez mais próxima, a Hogwarts. Talvez fosse exatamente por isso que ela evitava o assunto. E ela estava tentando melhorar nosso humor e atenuar o clima pesado que havia se instalado desde a visita do professor Dumbledore, tentando mostrar, por meio de atos, que não nos afastaríamos completamente.

- Nós temos que comprar uma coruja, mamãe!  - Olympe disse, os olhos brilhando em expectativa, sendo acompanhada por um manejar suave de cabeça por parte de Bertha, lhe incentivando a continuar. - Eu e Delphine vamos morrer de saudades se não mandamos, pelo menos, mil milhões de cartas para Hogwarts até o Harry voltar. - A menina disse e pegou na minha mão, me dando um sorriso doce e saudoso. Apenas pude sorrir de volta, já que minha garganta fechou completamente na hora em que ela terminou de falar, e senti o aperto em minha outra mão se intensificar na mesma medida em que o corpo do rapaz ao lado se aproximava ainda mais do meu.

Após andarmos mais alguns minutos, estávamos de frente para uma loja. Ela parecia apenas mais uma entre dezenas de construções comerciais, isso se lhe dignassem apenas uma primeira impressão.

- Olivaras.. Será que é aqui? - Bertha questiona, cética, analisando o edifício com uma calma diferente, a voz mais sombria do que eu jamais vi.

Sua bengala, inseparável quando estava a passeio, foi encolhida de volta a sua varinha de madeira pálida e áspera, com pequenos furos e algumas elevações ovais por sua extensão.

- Você deveria saber, já que possui uma varinha. - Tom resmungou, olhando para a ruiva com o cenho arqueado.

- Na verdade, eu definitivamente nunca estive nessa loja. - E então a ruiva completou, em um sussurro. - Não é como se eu fosse inglesa, de qualquer maneira.

Bertha levou uma das mãos às mechas ruivas e jogou o cabelo ondulado para suas costas, da sua forma extravagante e excêntrica de ser, com um sorriso divertido cruzando seus lábios enquanto dava pequenos pulinhos em pura animação. Guardando a varinha no busto de seu vestido, Bertha foi até a porta rústica de madeira da loja, abrindo-a para que adentrassemos no recinto.

Harry Potter and the Salazar Slytherin SocietyOnde histórias criam vida. Descubra agora