Crushed!

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Acordo com um sopro quente atrás da minha orelha, sinto um calafrio e me espreguiço, quase caio do sofá mas Leon me puxa e me abraça, ele dormiu no sofá comigo e provavelmente quer sair, dormi na ponta, ele afunda seu rosto no meu pescoço, no meio dos meus cabelos.

-Cai não! -ele sussurra
-Não vou -digo rindo, o cabelo faz cócegas
-Vamos acordar?
-Já está na hora? -pergunto fazendo dengo
-Sim, isso se já não estivermos atrasados -ele diz e deposita um beijo no canto da minha boca

Me descubro e sento, me encolho imediatamente, a janela dormiu aberta e parece que o clima esfriou muito, o ar gelado entra fazendo com que eu bata os dentes, "Tadinha" Leon diz se levanta e fecha a janela, levanto-me e me arrumo, tomamos café e saimos, ele me levou direto pro trem, isso significa que ficaremos nele até o começar do entardecer, entro no trem, não cometerei o mesmo erro de antes, sento-me na porta jogo as mochilas no canto e espero o trem começar a se mover, o apito soa e o motor range, o trem começa a acelerar, Leon entra e se senta ao meu lado.

-Posso voltar a dormir agora? -pergunto
-Sim -ele diz se levantando e me puxando

Pego as mochilas e as uso como travesseiros, Leon se deita também e acaricia meus cabelos até eu dormir, alguns minutos ou horas depois, não tenho idéia, acordo e sinto os braços de Leon que está dormindo.

Acordo e não sinto os braços de Leon à minha volta, sento no lugar e o procuro, ouço passos em cima do vagão, me penduro na divisão entre os vagões, subo a escada que tem ali, vejo Leon em pé quase se sentando em cima do vagão.

-Leon? -chamo-o
-Nilceeeee! -ele grita e se levanta correndo em minha direção
-Que foi? -ele pula agarra-me e nos joga no chão, o trem entra em um túnel na hora em que ele cai por cima de mim, tudo fica escuro
-Nilce? -ele diz tateando o meu rosto
-Estou aqui! -digo rindo
-Bem? Quebrou nada? -ele não para de tatear meu corpo, ele desce pelos meu braços e alcança metade das minhas coxas
-Sim e não -digo, segurando um arrepio com seu toque

Ele tenta sair de cima de mim, mas não há espaço, esse túnel é comprido e por sorte alto o suficiente para caber duas pessoas deitadas uma em cima da outra, ele continua se mechendo, procurando um jeito de sair.

-Desista Leon, é melhor ficarmos assim do que um de nós se machucar -digo tateando o nada a procura de seu rosto
-Eu sei mas... -ele se cala quando minhas mãos encontram seu rosto
-Shiiii, fique quieto e espere

Ele arruma um jeito de fazer com que seu rosto fique perto do meu, ele me dá um meia lua e afunda o rosto na curva do meu pescoço, o trem sai do túnel e Leon custa pra acostumar sua visão a luz, descemos e entramos no vagão, caminho até a porta e penduro metade do meu corpo pra fora, sinto o vento batendo em meus cabelos, sinto o calor do sol de verão Patel invadir meu corpo, sou puxada violentamente pra dentro, Leon passa o braço em volta da minha cintura, leva sua outra mão até minha nuca e segura minha cabeça, me encara e sussurra "Jamais faça isso de novo", e me dá um beijo aliviado, sinto seu corpo esvair a tensão que acumulou lá em cima.

Chegamos na Patel, e andamos até a casa de Diná e Regina, entramos e Regina não está na recepção, grito seu nome e ela aparece.

-Oi, tudo bem com vocês? -ela diz sorrindo
-Sim, com nós dois sim, mas temos notícias que podem não ser agradáveis -digo

Ela chama Diná e nos convida para seu escritório, conto à elas que Jaime, Robin e Zabella morreram, conto que América estava grávida e que foi morta por Joice, mulher de Luiz, que também matou Maxom, conto à elas que o objetivo da nossa visita é materias novamente, e conto o segundo também, digo o verdadeiro motivo da guerra e nesse momento Diná e Regina trocam um olhar culpado.

-O que foi isso? -Leon pergunta
-Isso o que? -Regina diz
-Essa troca de olhares! -Leon fala
-Ah, amanhã te explicaremos, prometo, hoje não que já está tarde e é muita informação pra nós entendermos, vão para o mesmo hotel que vocês ficaram daquela vez e digam que é por nossa conta -diz Diná
-Tá, amanhã estaremos aqui -digo desconfiada

Saimos e fomos pro hotel.

Worlds paralepsOnde histórias criam vida. Descubra agora