Pregnant!

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Voltei do mercado, Leon arrumou as compras enquanto eu preparava o almoço, almoçamos, nos arrumamos e saimos pro hospital.

Chegando lá a recepcionista mandou nós esperarmos porque o médico dela estava resolvendo algo e não podia atender-nos agora, esperamos uns 15 minutos, o médico vem e nos guia pelo corredor explicando o quadro de América.

-Ela estava em coma mas acordou está madrugada, vocês poderam falar com ela mas evite qualquer notícia que a possa abalar, o máximo que contaremos agora é que seu marido morreu, não conte sobre o bebê.... -eu o interrompo
-Ela estava grávida? -elevo minha voz
-Sim, estava, agora fale baixo, temos outros pacientes aqui também! -ele me repreende
-Desculpe! -digo baixo
-Continuando, ela perdeu o bebê porque a bala perfurou seu ovário esquerdo, exames apontaram que ela estava com 2 meses, e que a gravidez estava correndo bem até essa fatalidade, ou seja ela sabia e estava se cuidando -ele conclui
-Onde ela está? -Leon pergunta, aperto seu braço, mais uma pessoa pela qual me vingar
-Ela está ali, -ele diz apontando pra uma porta -entrem sem fazer barulho, não a acordem, ela precisa descansar. -aceno com a cabeça
-Obrigado, doutor?-Leon pergunta
-Ian!
-Obrigado mesmo doutor Ian! -digo e entramos no quarto

América está pálida como uma vela branca e seus cabelos ruivos parecem fogo, sua barriga está enfaixada e tem uma pequena mancha vermelha no meio, o bip da máquina que mostra seus batimentos está me irritando, Leon senta no sofá de canto e espera, encaro o aparelho que se prende ao seu dedo e a mão dela se meche.

-Maxom? -América sussurra
-Não é a Nilce! -digo
-E o Leon! -ele diz se levantando
-Ah, oi -ela abre os olhos e me encara
-Oi! -Leon e eu falamos ao mesmo tempo e abrimos um sorriso
-Onde está Maxom? -ela procura minha mão e eu a dou
-Ahh querida -Leon diz tirando o sorriso do rosto, puxo uma cadeira e sento perto dela
-América é meio complicado de explicar... -digo mas não concluo
-Ele morreu -diz Leon -Nós sentimos muito por você querida.
-É oque? Eu não sou sua querida! -ela grita e solta minha mão, o médico entra no quarto
-Oque vocês contaram? -pergunta Ian
-Que Maxom morreu! -digo

E como num estalar de dedos os batimentos dela começam a cair e ela chora e grita, apóia a mão na barriga e geme de dor, um bip único toma conta do quarto e dois enfermeiros entram no quarto, eles trazem o desfibrilador e mandam nos sairmos do quarto, minha vista embaça e sinto as lágrimas escorrerem, Leon me puxa pra fora do quarto e fecha a porta, se ela morrer eu terei matado Joice à toa, ela teria jeito, eu cuidaria dela para que ela visse quem é o mostro com que casou-se, Leon me abraça e eu afundei meu rosto em seu peito, tento ouvir seu coração pra desviar minha atenção do barulho de choque e de "mais uma vez" que reçoa dentro do quarto, a porta abre e o doutor Ian sai.

-Ela está bem, mas terá que ficar em repouso, nos a sedamos por precaução -solto um suspiro tão alto que me assustei

Entramos no quarto e ficamos esperando ela acordar, saimos e comemos algo na lanchonete do hospital e voltamos pro quarto, ela acorda perto do horário que o hospital serve a janta, a enfermeira entra com a bandeija de comida pra América, ela se senta e sem falar nada conosco abre seu prato, quando ela vê o que vai comer chama a enfermeira de novo.

-Não posso comer isso, vai fazer mal pro meu bebê -ela diz pra enfermeira que se vira e me encara, eu e Leon trocamos um olhar rápido, a enfermeira pega o prontuário e procura a informação, ela não está ali.
-Aqui não diz nada sobre... -eu a interrompo
-Nada sobre restrição alimentícia -digo
-Que? -ela pergunta
-Você pode comer qualquer coisa! -Leon fala, de jeito travado, nervoso.
-O que vocês estão escondendo de mim? -ela fala e encara a própria barriga -Ai meu Deus, não, não -ela grita

O médico aparece e aplica um sedativo nela, ele nos manda pra casa ir dormir e descansar um pouco, nós vamos, mas vou com meu coração apertado.

Worlds paralepsOnde histórias criam vida. Descubra agora