Worlds paraleps

Look at what you've done!

Ao fundo eu ouço uma explosão em seguida uma gritaria, ouvimos pessoas gritando em coro mas eu ouço baixo e custo pra entender o que falam, "Dragões dão vitória!" é o que gritam e um peso se esvai pelo meu corpo. Vencemos! Penso.

Leon ainda não me soltou e também não pretende, ele me encara e tenta controlar a respiração, seus punhos estão serrados e encostados na parede entre a minha cintura e os meus braços, de alguma forma ele consegue me dizer sem abrir a boca, que está se controlando pra não gritar comigo, que está se controlando pra não se atracar comigo, que está se controlando pra não me beijar.

As lágrimas escorrem pelo meu rosto silenciosamente, o cheiro de ferrugem começa a se instalar pelo quarto. Não sei se Leon ouviu mas eu ouvi, o barulho de pessoas subindo correndo pelas escadas. Deslizo as mãos pelos sus braços e paro antes de chegar aos ombros, aperto o local onde parei, engulo em seco, hora de quebrar o silêncio, penso. Eu desvio o olhar.

-Como você me achou? -pergunto
-Alfredo foi me avisar que Clarissa estava no hospital, eu perguntei sobre você e ele me disse que você estava aqui e como te conheço e conversei com você sobre a sua "vingança" sabia donque era capaz. -ele cospe as palavras secamente
-Como está Clarissa? -pergunto voltando a encara-lo
-Ela está bem, foi só um tiro no braço. Ela sobrevive. -ele desvia o olhar e encara o meu pescoço
-Menos mal -digo ele ergue o braço e eu sinto sua mão gelada puxar a cordinha e tirar a pedrinha verde de dentro da minha blusa
-Por que em? Você sabia das consequências! Por que? -ele diz segurando a pedrinha e a roçando na pele do meu pescoço

Antes d'eu responder as portas de abrem e entram alguns guardas armados e Bob, ele pasmo ao ver Luiz morto, Leon se vira e me esconde atrás de suas costas.

-Olha o que você vez! -ele diz pra parede -Quem o matou? -ele pergunta e encara Leon
-Antes d'eu responder sua pergunta responda a minha primeiro? -Leon pergunta
-Prossiga -ele fala
-O que foi que Marlee te disse pra mudar a sua opinião sobre a morte dele? Porque eu conversei com você antes dela e você queria tanto a morte dele quanto eu, tanto quanto a Nilce -Leon fala e eu passo o meu braço por debaixo do seu casaco, sob a camisa
-Ela não me disse nada! -ele fala quase gritando, nervoso talvez
-Ela te encantou né? Ela te prometeu mil e uma coisas né?
-Não, e mesmo se fosse não lhe interessa. Quem foi que matou ele? Foi você Leon?

A mão que está dentro do seu casaco sente ele puxar o ar como se estivesse tomando coragem, ele bota a mão dele pra trás e procura a minha mão, eu a dou e ele aperta, sinto ele soltar um suspiro e abrir a boca pra falar e é ai que eu percebo, ele vai assumir a culpa. Eu não deixarei. Passo meu braço pra sua barriga o abraçando por um nanosegundo, eu o empurro pro lado e dou um passo a frente.

-Fui eu! Fui eu que atirei todos os tiros!
-Nilce! -ele exclama
-Sim, eu sabia que seria você! -diz Marlee entrando, eu serro os punhos -Guardas! Prendam-a! E tragam ela pra mim!

Eles caminham em minha direção e eu tremo. Eles seguram o meu braço e me arrastam, eu me debato.

-Um segundo! Deixa e-eu falar com o Le-Leon -peço fazendo força pra me soltar
-Deixa. Vai matar não! -ela diz e solta uma risada com a piada infame

Eu caminho até Leon e agarro a gola de seu casaco e o empurro pra parede.

- Só mais uma vez antes que eu vá.Deixarei você saber. Que todo esse tempo tive medo, mas não deixei transparecer, ninguém pode me salvar agora, nem você! -eu digo

E o beijo, beijo como se fosse a última vez e ele me abraça, as lágrimas escorrem mais, e eu sinto os braços me segurarem e me arrancarem dos braços dele. Leon ameaça fazer algo e todas as armas da sala se levantam contra ele, ele para no lugar e grita pra mim.

-E como posso ficar aqui sem você? -ele fala e morde o lábio inferior pra conter as lágrimas que já caem
-Só vai ficar lá e me ver queimar, mas está tudo bem porque eu...-não consigo completar a frase pois não o vejo

Eles me arrastam pra fora e fecham a porta. Marlee caminha até mim e toca o meu rosto. Sinto os meus poderes sairem do meu corpo.

-Levem-na para as celas! Ela será executada amanhã!

É a última coisa que ouço ela dizer.