Knock kncok? Who's there

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Minho estava de bruços deitado, com as gases curativas brancas cobrindo seus ferimentos, enquanto Christopher sentava apoiando as costas na cabeceira da cama. Os jovens quase dormiam, o clima frio, as enormes cobertas sobre ambos, davam um ar acolhedor. A cabeça do Lee descansava sobre o colo do loiro. Poderiam dizer que esse foi um dos únicos momentos de paz e tranquilidade que tiveram durante os últimos meses.

O silêncio era confortável, diferente dos primeiros dias. Quando os dois ficavam sozinhos na época em que o mais velho chegara a Valley, Minho provavelmente seria rude, tentando afastar o Bang. Era engraçado assistir a evolução dos meninos durante o tempo, o Lee, que jurava odiar Bang Chan, e este que não negava ainda estar apaixonado pelo moreno teimoso. Agora o guarda estava quase deitado sobre o maior, era um adolescente novamente, como queria que aquilo fosse verdade. A vida adulta não era nada fácil, não que a adolescência fosse uma fase tão agradável, para alguns é o próprio inferno, o que em parte, não foi a de Minho. Perdido em pensamentos com os olhos quase fechados, a voz do Bang soou no quarto.

– Ainda está acordado? – Christopher perguntou baixinho. – Minho?

– Estou. – o moreno disse sussurrando, estava com sono. – O que foi?

– Você acha que tudo dará certo? – Minho o olhou confuso. – Digo, com Jeongin e Seungmin, a guerra. Não sei o que pensar. Sungyeol tem se comunicado comigo, o mesmo com Jaebum, ambos não tomaram nenhuma decisão. O que será dos reinos?

– Sinceramente, não faço ideia. Isso nunca aconteceu antes, nem mesmo sei como agir.

– Sungyeol igualmente. – interrompeu Bang, recebendo um olhar preocupado.

– Não sabemos nada sobre o tal Hansang.  A história dele é um mistério, suas crenças, convicções, tudo. Precisamos ser cautelosos, sem saber com o que exatamente, isso é uma bagunça. As guerras que costumava ler nos livros não eram assim. É tão diferente do que imaginei, as histórias pareciam melhores. Obviamente ler sobre algo é menos assustador do que vivenciar. – suspirou. – Os romanos saberiam o que fazer no nosso lugar, eram organizados, sabiam o que estavam fazendo. Criavam suas próprias táticas ou usavam algumas já existentes, apenas modificavam para seus fins. Eram quase imbatíveis. Adorava estudar sobre o império romano na escola, era a única parte não tediosa.

– Sempre achei os romanos superestimados. Sabemos que os gregos eram bem melhores em questões de guerras, afinal, eles criaram o cavalo de troia, com certeza seriam mais inteligentes ao fazer estratégias. – disse convencido. 

– Você sabe que o cavalo de troia é apenas uma lenda, certo? O tal cavalo de madeira com guerreiros dentro não é nada menos do que uma metáfora para um possível terremoto que destruiu Troia, pelo menos foi o que meu professor disse. Não se pode afirmar sobre a existência dele. Contudo, me parece impossível, algo fora da realidade, então concordo com a teoria da metáfora.

Lee riu da face de chocada sobre si.

– Você já está meio velho para acreditar em lendas antigas. Além disso, a "invasão" de troia não tem nada relacionado com os romanos. Foi tudo feito pelos gregos, no caso, não feito. Concluindo, as guerras e táticas romanas eram reais, diferente dessa.  – Minho prosseguiu rindo da expressão chocada o Bang. Ele realmente acreditava naquilo? Pensou o moreno.

– Sinto que meus vinte e quatro anos de vida foram uma total mentira! Como os gregos puderam me enganar por tanto tempo?

– Eles devem estar rindo de você.

O Lee se divertia com as expressões do maior. O assunto se iniciou sério e preocupante, agora os garotos riam da ilusão de Christopher. Era bom que esquecessem toda aquela confusão vindo de fora. Deveriam se permitir sorrir em meio a tantas lágrimas.

Sobre Cartas Lidas no InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora