There for you

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Christopher dormia na cadeira ao lado da maca do Lee. Ele se entregou ao sono horas atrás, quando os olhos já não se aguentavam em pé. Agora eram cerca de oito da manhã, o loiro passara a noite temendo por Minho, esperou o moreno dar qualquer sinal de desapertar, contudo, ele passara a madrugada desacordado, não foi como o doutor Kim avisara. O Lee não mexia suas mãos, ou qualquer parte do corpo. Por um momento Chan pensou ter visto o menino piscar, provavelmente uma peça pregada por sua mente cansada. O loiro queria que aquilo fosse um filme, onde as horas, dias, meses passavam em um minuto. Era esperado que o menor acordasse há tempos, mas ele não respondia a nada, saber disso deixou Bang tenso. Minho iria acordar, ele não passaria meses ali, foi o que o garoto pensou quando caiu no sono.

A luz da manhã invadiu a sala branca, pertubando o sono de um dos homens presentes. Ao abrir os olhos castanhos, sentiu a dor dominar todo seu corpo, grunhindo em consequência. Ele estava assustado. Havia um nebulizador cobrindo seu nariz e boca, trazendo certo incômodo. Uma de suas mãos estava gelada, a outra quente e com algo lhe apertando. Ao olhar para os lados notou que havia sido levado ao hospital interno, e aparentemente passado por procedimentos médicos depois daquele momento torturante. Tinha tantas dúvidas, o que aconteceu depois, onde estava o homem que havia feito isso consigo. Sentar era impossível, tentou mexer-se um pouco, mas a dor insuportável lhe fez soltar outro grunhido. Após sua tentativa falha, percebeu que quem segurava sua mão era Christopher, ele dormia torto na cadeira, acordaria com o pescoço dolorido. Sua única reação foi apertar a mão do maior, já que não conseguia falar tão alto devido aos gritos usados no ataque, a voz estava fraca e rouca, o loiro só escutaria se estivesse mais próximo, o que não era o caso.

O mais velho sacudiu a cabeça levemente em reação ao toque alheio, estava imerso nos sonhos. Quando Chan voltou a realidade sentiu suas mãos serem apertadas, ao olhar para a cama onde Minho estava, se deparou com os olhinhos castanhos lhe olhando tensos. O choque caiu no garoto quando arregalou suas orbes escuras notando o que realmente estava acontecendo, o Lee havia acordado. Uma onda de felicidade invadiu o corpo do homem mais velho.

- Minho, graças aos céus! Como você está? Vou chamar o doutor Kim, ele precisa lhe ver.- ao fazer menção de levantar da cadeira, sentiu o aperto aumentar. - O que?

- Não me deixe sozinho. - a frase saiu como um sussurro, o medo tomava conta do menino. Se a sala não fosse tão silenciosa ou a proximidade, ele não teria escutado.

- Meu amor, preciso que ele lhe veja. - encarou os olhos brilhantes mais uma vez desistindo de chamar Taehyung, ele viria uma hora ou outra. Minho parecia assustado demais para ficar sozinho. - Tudo bem, vou continuar aqui.

- Queria lhe pedir desculpas, se eu estivesse com você não estaria nesse estado. - antes que pudesse continuar viu o menino negar com cabeça. - Eu deveria lhe proteger, devia ter me afastado quando cheguei, estava certo em me tratar com grosseiria. Eu nunca fiz nada de bom para você, não é? Me desculpe.

- Não é culpa sua. - foi a única frase que Minho conseguiu formular, sua voz estava muito baixa, teria que esperar até que voltasse a falar normalmente.

- Minho, olhe para você. Eu deveria estar do seu lado, estavam lhe ameaçando e eu larguei você sozinho pelo palácio. - o homem suspirou. - Quem fez isso com você? Eu vou atrás dele, como ele era? Quais a armas que possuía, lembra de algo? Droga como deixei isso acontecer com você, inferno.

- E-eu não quero falar agora. - a voz do mais novo parecia nervosa, os batimentos cardíacos do Lee aceleravam só de lembrar do homem lhe machucando e dizendo coisas horríveis.

Quando o loiro notou a fragilidade do menino sobre o assunto quis dar um tapa em si mesmo. Claro que Minho não iria querer falar daquilo, deveria ser desconfortável e traumatizante para ele. Pelo estrago que o homem havia deixado, era notório que o Lee havia passado por um inferno noite passada, fora a voz do garoto que estava falha. Bang Chan pediu desculpas concordando com Minho, não iria perguntar sobre o acontecido, esperaria o menor se sentir seguro.

Sobre Cartas Lidas no InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora