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  Os  três homens se encontravam na sala. Lee se manteve de pé com sua mão próxima ao arco, olhando para o Bang duvidoso. Será que algum dia ele baixaria sua guarda para Christopher e entenderia que tudo não passou de um plano descarado do velho Jiwang? O silêncio seguiu por um breve momento, até Jaebum olhar para o moreno e logo depois para o loiro.
 

 – Então Bang, que notícias ruins lhe trazem aqui? – o rei perguntou calmo.
   
– Os Yang, você é aliado deles, certo? – Jaebum assentiu. – Algo ruim aconteceu nas terras de Sangin. Eles sempre foram aliados, principalmente amigos, tanto nossos como seus, Choi. Agora as alianças foram todas quebradas pelo recente comportamento, ele invadiu reinos vizinhos e mandou ameaças, não sei como você não as recebeu ou não foi atacado. Yang deve ter perdido a cabeça, mandou o único filho para Sungyeol como se fosse um mero objeto, o garoto parecia ter sido torturado antes, estava cheio de hematomas, cortes, até queimaduras.
  

 Yang Jeongin, era um amigo querido, quase um irmão mais novo para o Bang. Sempre visitava Haven e Valley, enquanto seu pai tratava de negócios com os respectivos monarcas. O jovem passava horas com os príncipes filhos de Sungyeol, ou com o Bang. Às vezes o loiro ajudava com os treinos de defesa pessoal ou com algum protocolo que o moreno tinha de seguir. Era comum encontrar o Yang junto do Bang, ou dos gêmeos Han. Vê-lo naquela situação deixou Bang Chan devastado. Então após todos esses acontecimentos, Sungyeol não poderia ficar calado, precisava de ajuda. Normalmente as guerras começavam assim, Jeongin era apenas um bode expiatório, uma prova de que algo ruim estava prestes acontecer, se não já etivesse acontecendo.

    
  Jaebum abriu a boca para responder o loiro quando um de seus guardas entrou com uma carta em mãos, similar a que Sungyeol havia recebido na manhã anterior. Era a carta do Yang. A cena a seguinte era previsível, o rei chamou o Lee para ler junto de si, aos poucos, ambos arregalavam os olhos com as palavras lidas. Se Jaebum por algum minuto tivesse duvidado de Christopher, aquele papel lhe fez perceber que ele não havia contado mentira alguma.
      

– Minho, avise Seungmin que ele não poderá sair do castelo por motivo algum, não quero vê-lo nem mesmo no jardim, apenas no quarto ou acomodações internas. Não sei os próximos passos de Sangin, mas ele foi claro quando disse que mataria qualquer um para ter o continente em suas mãos, não quero que ninguém encoste no meu sobrinho, Dongyeol me pediu para protegê-lo, e irei fazer. Changbin cuidará da segurança dele a partir de agora, redobre a guarda das torres. O portão precisa de mais guardas também. 
      

  Lee assentiu e saiu da sala, se juntando com mais dois guardas que estavam na porta. Os mesmos ficavam ali por questões de segurança, Jaebum era cuidadoso e atento. Agora apenas Christopher e Jaebum permaneciam na sala, o mais velho lhe encarou como quem pedisse perdão por qualquer inconveniência que tenha acontecido. Mesmo sentindo-se um pouco ofendido, Bang Chan entendia como o Choi se sentia; tudo pode ser uma ameaça para a família real, principalmente vindo de alguém do reino rival.
      

– Bang, me perdoe por mais cedo. Conheço Minho, ele deve ter falado algo sobre Haven. Me perdoe por tais atos, e também por desconfiar de você. – o rei disse arrependido.

– Não é como se fosse algo novo, Majestade. Aposto que Sungyeol não se importaria com isso também.

– Talvez, mas foi imaturo de nossa parte. Por favor passe a noite aqui, a viagem até Haven é cansativa.

   
De fato, Christopher estava longe de Haven, levariam alguma horas para chegar à estação, e os trens não deveriam sair  devido a neve nos trilhos, avião estava fora de cogitação, o automóvel que o trouxe também não poderia sair, os cavalos não passariam pelas estradas cobertas de gelo. O mais novo acabou por aceitar o pedido de Choi, decidindo dormir na terra do antigo inimigo, agora quase aliado.
    

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