Sobre Cartas Lidas no Inverno

Where's the letter? What letter?

O mais novo casal se encontrava trabalhando. Ambos ajudando os novos recrutas com o treino pesado. Todos pareciam se acostumar com aquela carga horária, os homens estavam mais fortes e habilidosos. A maioria já achava tudo mais prático, tendo como único desafio o arco e flecha. Definitivamente a parte mais odiada e cansativa do treino, mesmo com práticas diárias, as miras não pareciam evoluir. Diferente de Minho, que acertava os alvos com tranquilidade. Assistir o moreno fazer parecia tão fácil, era impressionante como ele não havia errado um alvo sequer, não importava a distância. Muitos jovens se posicionavam da mesma forma que o Lee antes de disparar, continuando com o fracasso. Concluiram que o homem possuía talento nato para arqueiro, além de anos de treinamento. Frustrados com seus erros, voltavam a praticar e mostrar tudo que podiam para futuramente proteger o reino que tanto amavam.

♤♧♤

No castelo, especificamente no quarto de Felix, Jisung despertava sonolento procurando pelo irmão na cama. Onde estaria ele? Aparentemente não estava deitado. O Han esticou o corpo preguiçosamente, agarrando um dos vários travesseiros macios, abraçando depois. O ruivinho parecia uma pequena bola de pano sobre as cobertas. Os olhos já voltavam a fechar, quando a voz grave do gêmeo se fez presente.

- Onde 'tá a carta?

- O que, que carta? - indagou confuso com a voz rouca. - Merda, a carta!

Apressadamente Jisung sentou-se em meio aos cobertores, esfregando os olhos de forma brusca. Levou as palmas aos bolsos procurando pelas roupas, sendo elas: uma blusa branca de tecido delicado e fino, acompanhada do colete preto com detalhes prateados, lhe dando um ar nobre, por fim, a calça preta assim como o colete. Não havia reparado que estava sem seu amado pijama, mas agora não importava, pois o jovem já colocava os bolsos para fora se deparando com o vazio.

- Não diga que você perdeu. - o ruivo
disse descontente. - Jisung, tem noção que arriscamos a privacidade e confiança de Seungmin atoa?

- Estava comigo, Yongbok. Eu sei que peguei.

Nervoso, levantou da cama procurando no casaco que usara noite passada. Estava vazio também, nenhum sinal da carta.

- Felix...

Jisung voltou a sentar na cama, desacreditado na besteira que havia feito.

- Acho que deixei a carta no banheiro.

- Que diabos? Como você faz isso Jisung? A qualquer hora Seungmin pode entrar no banheiro e você deixa aquela porcaria lá?

- Você estava chorando, só queria lhe tirar daquele lugar. - se explicou. - Mesmo que quisesse ajudar Seungmin, você sempre virá em primeiro.

Felix olhou para o menor, estava um pouco arrependido de ter jogado toda a culpa nele, afinal a ideia de ir até o quarto não era apenas de Jisung, era culpado tanto quanto, se não estivesse chorando pela briga dos rapazes o irmão provavelmente teria a carta em mãos agora. O menino passava sua destra pelos fios ruivos desgrenhados, pensando em alguma alternativa. A possibilidade de Seungmin não ir até o banheiro era mínima, a qualquer momento o moreno poderia sentir vontade e, não hesisitaria em ir até o local desejado.

- Desculpe. Se não fosse sensível assim, estaríamos com ela aqui - lamentou. - O que faremos? Estamos perdidos.

- Calma, ele não sabe que temos conhecimento da carta, podemos dizer que foi um acidente ou um feiticeiro teletransportou para o banheiro.

- Sim, claro. Um acidente levou sua carta da gaveta até seu banheiro. Oh! Não foi um acidente, foi um bruxo poderoso. Sério Jisung? - debochou.

- Era aquele tal de Marlon? Marley? - tentou lembrar o nome do mago ou feiticeiro famoso. - Merlin!