Starry night

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A situação continuava ruim em Valley, Minho e Changbin estavam aflitos pensando no Kim. Os dois tentavam encontrar alguma razão para Seungmin ter se afastado tanto. Enquanto Christopher estava tenso, a única coisa que acalmava o loiro era a chegada os gêmeos. Estariam com ele em algumas horas, então desde cedo o Bang se preparava. Sabia que os garotos não ligariam para sua aparência, todavia, as olheiras escuras praticamente gritavam que o loiro estava exausto e nada saudável. Aquilo era o que Christopher queria evitar, mais pessoas preocupadas consigo.

Precisava sorrir, uma guerra poderia acontecer a qualquer momento, Jisung e Felix já estavam abandonando o próprio reino e o pai por medidas de segurança. O que levava o Bang a pensar "eles não precisam de mais uma preocupação".

Christopher se encontrava deitado olhando para o teto estrelado do quarto de Minho. Era realmente bonito, lhe trazia uma paz inexplicável, talvez por saber que havia sido feito pelas belas mãos do Lee ou  apenas por gostar das estrelas. Era realista e delicado, nada extravagante, parecia que realmente havia um céu estrelado sobre sua cabeça. Perdido nos pensamentos que lhe invadiam a cabeça, Chan não notou a entrada de Minho no local. Sentindo a cama afundar, o mais velho levou um susto, rapidamente olhando para ver o que era, ao avistar o moreno, relaxou.

– O que está fazendo? – o moreno perguntou confuso já deitado ao lado do maior. – Algo de errado?

– Não. – sorriu. – Quando você começou a pintar?

– Ah... isso. É uma história estranha na  verdade. – disse sem graça. –  Quando voltei para Valley, eu não estava nada bem, tinha medo de ser abandonado de novo, evitei me apegar a todos no começo, fora as memórias do meu pai correndo por minha cabeça. Ele morava no aqui, então eu não tinha uma casa para ir. Jaebum me encontrou quando cheguei, ele me reconheceu, disse que meu nariz era idêntico ao do conselheiro Lee, além de ter passado parte da infância no castelo pelo mesmo motivo. – o garoto ria de forma melancólica. – Eu não sabia como meu pai havia falecido, ele me contou tudo, foi um acidente durante uma viagem de negócios. Jaebum ofereceu ajuda e um lar sabendo que eu não tinha mais ninguém, naturalmente neguei. Sei que meu pai não era apenas um assistente ou conselheiro para ele, era da família, como um melhor amigo. Contudo, eu não tinha nenhuma relação com ele, só era filho de alguém importante. Choi era insistente, só se calou quando eu aceitei, então com 17 anos passei a morar no castelo. Já conhecia Seungmin, bem, não era tão próximo dele, mas com tempo chegamos a ter essa relação.

Minho e Choi tinham algo em comum, eram igualmente teimosos e insistiam até o fim. Por isso o monarca gostava tanto do Lee mais novo, além de lembrar do velho amigo, tinha uma semelhança consigo.

– Depois de alguns anos me senti bem para contar sobre minha volta a Jaebum, o que havia acontecido no acampamento entre nós, e tudo mais, acho que ele te tratou daquele jeito por isso. – riu da careta do mais velho. – Já estava familiarizado com a vida no Palácio, Choi se tornou uma figura importante para mim, todavia, sempre soube distinguir Jaebum do homem que me acolheu de forma amigável, e do rei que servia. Mesmo que ele insista para que eu o trate como alguém próximo, não consigo ser tão desrespeitoso com um rei. Eventualmente, me tornei chefe da guarda, sou eficiente quando se trata de trabalhar para esquecer dos problemas, manusear armas e pessoas. – sorriu timidamente. 

Após a pequena introdução de como havia chegado no palácio, notou que não havia respondido a pergunta do mais velho. Logo puxando para o assunto perguntando.

– Desculpe, nem mesmo lhe respondi. – deu um tapa na testa. – Quando começo a falar fico insuportável. Agora sobre as pinturas. – limpou a garganta antes de continuar.

– O pintor Jeon Jeongguk veio para fazer o retrato da família real, Choi me pediu para ficar na sala, cuidando de tudo, é claro que obedeci. Jeon era um cara legal e simpático, muito talentoso também, mas ele era bem avoado, parecia viver no próprio mudinho, ele acabou por esquecer suas tintas aqui. Sobre a arte, penso que todo artista vive em seu próprio universo, isso é o mais legal deles. Conseguem criar coisas incríveis com a imaginação. Queria fazer aquilo também. – riu ao lembrar do eu mais novo. –  Jeongguk não voltou para buscar de qualquer forma, então pedi para Jaebum me deixar usá-las no quarto. – pausou olhando para o teto bonito, era um de seus trabalhos favoritos.

Sobre Cartas Lidas no InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora