O caminho das Sakuras

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Brinquei com a Sakura porque achei engraçado ela corar do nada, imaginei que ela deva ter percebido os anbus e deve ter se sentido desconfortável de alguma forma. Ela era bastante acostumada em entrar naqueles aposentos por ser a pupila da Godaime, porém é diferente chegar na madrugada me acompanhando, afinal sou homem, solteiro e ela mulher e "solteira" a essa altura do campeonato Konoha inteira já sabia do seu divórcio com o Sasuke. Só que essa é a coisa mais ridícula que ela poderia temer, eu imagino. Minha ex-aluna e uma menina e tão integra, não quero acreditar que inventariam maldades. Digo por ela pois a cada temporada alguém inventa algum novo amor para o hokage por mais que não haja um há tempos. Tenho vontade de dizer para ela ficar tranquila, que ela não tinha o porquê em sentir o desconforto, ali, entre aqueles anbus, ninguém pensaria nada, eles eram sombras que "sequer existiam", mas isso aumentaria o desconforto da jovem, se bem conheço a Sakura. Porém, com meu instinto de homem, me senti envaidecido pela vergonha da menina. É um sentimento contraditório e até pervertido, mas era, de certa forma, bom para o meu ego ser visto como homem.

Sakura logo depois assumiu seu lado médica e sua postura mudou completamente, me deu algumas ordens que cumpri prontamente. Quando ela chegou com a infusão, ela parou um momento avaliando meu quarto e seus olhos pararam no meu amuleto de proteção que um dia ganhei da minha mãe, uma das poucas coisas que tenho que ela me deu além do nome. Nunca permiti que alguém me conhecesse de verdade, mas ali eu dei a Sakura um pedaço de informação sobre mim que nunca tinha dado a ninguém. Me senti apenas a vontade para compartilhar algo e vi um brilho quase precioso em seus olhos. Eu nunca falo sobre mim e percebi algum impacto na postura da médica ninja mais extraordinária que conheci. E como um balsamo de cura seu sorriso genuíno aqueceu meu corpo.

- É um pensamento reconfortante, não é? – a gentileza de Sakura é doce. Ela tem 2 extremos, mas ali era a doce mulher de cabelos cor de rosa que conheci quando menina. "Você cresceu, Haruno Sakura, quando foi que o tempo passou tão rápido assim, menina?"

Caminhou até onde eu estava sentado e mandou que eu retirasse a camiseta ou pelo menos subisse até o pescoço, não vi problema, mais uma vez me pareceu natural. Ali o relacionamento era médica/paciente. Normalmente me consultava com a Godaime, ou na sua ausência, era a Shizune-san, mas Sakura era tão médica quanto Tsunade e talvez ainda melhor então me senti à vontade em subir e deixar levantada até o pescoço.
Quando ela começou a infundir seu chacra em mim, comecei a sentir um conforto letárgico que fechei meus olhos, era algo tão bom e todo aquele desconforto sumia para dar espaço a uma sensação de leveza. A sensação de meu corpo em paz, foi perturbado por outra sensação quando senti seus dedos levemente traçarem o caminho carinhosamente pela minha cicatriz no peito que nunca quis apagar. Aquele carinho era tão bom e tão diferente, eu me senti entregue aquela sensação gostosa de leveza. Com um esforço abri meus olhos para olhar aquela mão delgada, alva e pequena passear pelo meu corpo com dedos delicados.

- Óbito – seu olhar e sorriso leve eram gentis. Fiz sinal de concordância e fechei novamente os olhos para sentir mais daquele passear de dedos que fazia meu corpo relaxar e meu coração galopar, mas estava tão bom para querer perceber o que meu corpo dizia. Aquela mão quente, firme e forte veio ao encontro por baixo dos meus ombros e pescoço, mas uma vez de forma bastante gentil, porém logo depois tive a minha paz perturbada quando Sakura me ergue e não escondo meu descontentamento. Ela me tirou daquele céu perfeito para me fazer tomar chá. Peguei a xícara de suas mãos e quando se virou me dando a privacidade para beber, tomei tudo num só gole e ok, era bem bom. Subi novamente a máscara e me deitei tocando em seu braço informando que já poderia se virar e fazer sua mágica comigo, que meu corpo era todo dela novamente. Esse meu pensamento me acendeu um alerta, mas quando senti seu chacra entrando em meu corpo de forma tão confortante novamente joguei esse alerta para outro plano.

Uma nova chance de amar - kakasakuOnde histórias criam vida. Descubra agora