Uma nova chance de amar - kakasaku

Treinamento

Mais um dia estava finalizando e sentia sua mente, mais que seu corpo cansado. Decidiu passear na parte menos movimentada da vila aproveitando o vento noturno acariciar o que não era coberto no seu rosto e seus cabelos. Kakashi inspira levemente e sente o cheiro de chuva chegando, aquele cheiro de umidade e uma previsão de terra molhada. Um cheiro que ele gostava bastante particularmente. Já era comum do famoso ninja copiador esses passeios noturnos quando algo incomodava sua mente que sempre trabalhou a 200km/h e depois de se tornar Hokage se intensificou. Nunca foi seu sonho exercer o cargo de líder de Konoha, sempre foi de Óbito e Naruto, mas ele aceitou e tudo o que fez e faz é genuinamente por amor. O que é estranho pensar nessa palavra, pensa o prateado. Sua vida sempre foi tão ausente de amor, mas o mesmo tinha tanto desse sentimento dentro dele. Ele amava seu pai e sua mãe, amava seu antigo time e sensei, ele amava sua fiel e inseparável matilha. Ele amava Konoha, amava sua história, até seu lado negro, pois nunca foi inocente. Toda grande nação tinha seu lado escuro contrabalanceando com a luz. Ele amava seus cidadãos, ele amava seus amigos, amava a geração que treinou, e amava, principalmente e indubitavelmente, o seu time 7. Foi sua família, além de Guy, que o trouxe novamente para a luz. Sasuke, de longe era o que Kakashi mais tinha afinidade, suas histórias, suas tragédias, o sharingan e Itachi. Ele prestou tanta atenção no mais rebelde que esqueceu inicialmente dos outros 2. Naruto, que era um chato que só gritava e dizia se tornar hokage, mudou o coração de Kakashi com suas palavras, ações e sentimentos. O garoto Uzumaki era um sol para toda Konoha e ele tornou os dias de Kakashi mais quentes, principalmente por fazê-lo tanto lembrar do seu sensei, decidiu que confiaria o destino do mundo ninja nas mãos daquele menino tão determinado e corajoso. Por fim, Sakura, aquela menina irritante mas com boas intenções, sem talento, sem um clã de renome, chorona e sem vontade própria, mas dona de uma gentileza e agressividade sem igual. Dotada de uma inteligência nata, se provou determinada a alcançar os amigos e não ser mais um estorvo. Treinou dia, após dia, após dia com a lendária Tsunade a ponto de superá-la aos 17 anos.

O Hokage ri para si mesmo, "eu tenho tanto amor que é injusto pensar que minha vida é ausente desse sentimento, mas por que estou pensando nisso agora?". Sua atenção é chamada para um movimento em uma das praças onde ele vê um casal sentados e abraçados com as mãos entrelaçadas. Aquele movimento de segurar as mãos pareceu tão curioso e cumplice para o Hokage que fez o mesmo olhar para as suas mãos se unirem involuntariamente, mas ele nada sentiu. "Que pensamento tolo, Kakashi. Um ninja não se deixa levar pelas emoções" e foi o que ele disse a Hanare naquele dia há tantos anos que sentiu um frio estranho na barriga quando aquela bela mulher declarou seus sentimentos a ele. E houve Kahyo, a atual diretora da Prisão de Sangue, pena imposta pelo próprio Hokage. Ele gostou da ninja do gelo que mexeu com o coração do prateado no primeiro momento que a viu. Ela cometeu um crime, ele a puniu e mais uma vez seu caminho ninja o afastou desse tipo de vida. Kakashi era muito leal a Konoha e sempre seria prioridade na sua vida. A partir daquele momento ele entendeu que a vida entre casal não era o seu destino e tudo bem, ele aceitou.

- Não era naqueles momentos e continua não sendo, pare de ser banana e sentir falta de algo que você nunca teve – se recrimina por esse momento de fraqueza aparente. "falta de algo que nunca teve" ,isso incomodou um pouco porém mais uma vez jogou esse sentimento em um lugar escondido da sua mente.
Kakashi estava com a mente incomodada hoje, mas nem era por isso e ele fica sem entender no porque acabou se incomodando com mais isso. Como mais uma armadilha da sua mente cansada, ele vê uma imagem bem nítida do abraço que recebeu de Sakura mais cedo e do seu cheiro. Um perfume que nem era tão doce como quando a menina era uma adolescente. Era um cheiro cítrico e com notas florais, mas não doce. Um cheiro adulto, um cheiro de mulher.

- Maldição! Isso só pode ser velhice! – esbraveja irritado consigo mesmo. Não imaginou que aos 36 anos já estivesse ficando gaga, mas era o que estava acontecendo.