A Prometida

Capítulo 3 (REFORMULADO)

Aquilo era uma matéria com o meu nome? O que eu fiz agora? Ah, Droga, o papai vai me matar...

- Elize, que história é essa? Você frequentou uma balada quando, filha? Não acredito que saiu mais uma vez sem minha permissão!

- Mas papai... Foi só uma noite e tem muito tempo, ignora isso... O senhor sabe que muita gente quer me difamar!

Meu pai é um homem gentil. Em seus olhos castanhos, sempre pude ver a bondade refletida. Até mesmo em seu sorriso. Mas não hoje. Ele está mesmo muito furioso comigo. E eu realmente não entendo o motivo, já que não fiz nada demais. A não ser que sair para uma festinha com algumas amigas e beber alguns copos de tequila seja algo muito errado. OK, não é tão certo assim.

- Você precisa ter mais responsabilidade, querida. Já passou da hora de parar de frequentar baladas e começar a agir como a princesa que você é. Ser princesa é muito mais que coroas e sapatos, muito mais que essas festas que você sempre vai. Não entende? Você tem deveres a cumprir! Precisa cuidar de seu povo! Em breve esse reino será seu e você precisará cuidar de tudo sozinha! - E ele continuou com o mesmo blá blá blá de sempre. Se vou ser princesa, não posso nem me divertir. Argh, ele ficou tão chato assim!

- Mas papai, eu não fiz por mal... Só saí com algumas amigas pra uma festa, não foi nada do tipo perigoso!

- Querida, se você continuar a agir assim, terei que arrumar um noivo pior que Willem para te prender em casa. Onde está ele, afinal? Não apareceu?

- Deve estar por aí paquerando as criadas ou conversando com a dona Stella. Aliás, quem era aquele que o senhor mandou me chamar, papai? O que ele faz aqui?

- Aquele é o príncipe mais novo de Newsland. Veio aqui falar sobre uma proposta de casamento. Ele fez alguma coisa com você, filha?

- Não, papai. Acho melhor eu ir, Willem está me esperando.

Saio de lá sem esperar permissão. De que proposta de casamento papai estava falando? Será que aquele homem queria me pedir em casamento? Mais um? Era só o que me faltava!

Vou até o jardim para refrescar as ideias e lá está Will, usando uma camisa um pouco justa demais em seu abdômen super definido e uma bermuda jeans que lembro estar em minha coleção (afinal, não faço apenas vestidos). Como ele era lindo... Acho que não sou capaz de descrever. Vou até lá com certo receio, e ele segura minha mão com aqueles dedos calejados e fortes. Sinto uma corrente elétrica percorrer minha coluna e reverberar por cada osso meu, como se fosse mágica, e meu estômago começa a se revirar. Não sei se essa seria a palavra correta, parece mais com uma montanha russa dentro de mim. Não gosto nada disso.

Vamos passear pela praia e acabamos nos demorando um pouco mais do que pretendíamos. Claro, com aquele homem brincando igual a uma criança na areia e no mar, não tinha como não parar para admirar. Foi tão divertido que quase me esqueci de tudo o que estava acontecendo, e quando finalmente acordei já era bem tarde. O sol se punha no horizonte, e o céu estava com uma mistura de cores surpreendente, o que me apaixonou (e muito!). Aquele dia podia ser perfeito, se Willem não tomasse minha cara de doente mental como uma chance para me beijar. Ao mesmo tempo em que seu rosto se aproximava do meu, despertei do meu transe e lhe dei um belo soco, antes de sair correndo igual uma louca.