✰ Três - Primeiro passo no desconhecido

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 ̄  ̄ ̄ ̄ ̄ ❁ཻུ۪۪⸙  ̄ ̄ ̄ ̄  ̄
-ˏˋ Dᴀʀᴋ Wɪᴛᴄʜ Aɴᴅ Tʜᴇ Wɪɴᴛᴇʀ Sᴏʟᴅɪᴇʀ ˎˊ-
𖦹 𖦹

De volta ao meu quarto, eu tentei colocar minha cabeça no lugar. Mesmo que com minhas mãos tremendo, eu abri meu armário e consegui colocar tudo que precisava em uma mala cinza. Não era muita coisa, afinal eu não estava indo para passar férias, eu estava indo para uma missão.

A palavra vem na minha mente a cada segundo, parecendo mais uma miragem no deserto da minha vida do que uma realidade. Paro de arrumar minha mala e coloco as mãos na boca.

- Caralho... - Eu rio. - Porra, eu consegui.

Tiro toda essa roupa de Feiticeira Obscura e vou até o canto do meu quarto, onde o armário fazia uma sombra. Ergo minha mão e a penumbra se tornar mais negra, como se estivesse se espalhando por todo o quarto. Mas eu apenas entrego minha roupa as sombras, e elas a escondem. É uma pequena mania que tenho, afinal posso pegar a roupa em qualquer lugar se precisar.

Mal consegui dormir depois disso. Além da ansiedade, eu estava certa de que já havia dormido o bastante nesse banker para toda uma vida. Às vezes, eu me sentava na cama e invocava um pouco de sombras para manipular na palma da minha mão, então eu tentava dormir de novo. Mas quando meu relógio tocou, por causa do despertador, eu me levantei de uma vez.

Me arrumo para a viagem com uma calça jeans escura, uma blusa preta e uma jaqueta de couro preta. Jogo meu cabelo ruivo para trás e arrumo dois cachos para ficarem na frente. Pego minha mala e a coloco no chão, carregando a mesma para fora do meu quarto.

Saio no corredor, completamente sozinha no meio das paredes cinzas. Encaro o final do mesmo, esperando encontrar alguém, mas ninguém está aqui. Provavelmente uns estão nas suas tarefas diárias, mas os mais importantes vão me ver partir. Meus pais com certeza queriam esfregar na cara de todos que eu estava no caso, e não perderiam a oportunidade.

Passo por uma ala que dava para algumas das salas de projetos, e me vejo encarando o vidro de uma delas. Havia cinco homens com pranchetas olhando para cinco tanques congelados que carregavam corpos humanos. Os outros soldados invernais que a Hydra perdeu o controle, eles foram amaldiçoados à ficar no gelo até que eles conseguissem um meio de controla-los.

Isso poderia acontecer comigo? Ficar presa no gelo por décadas porque a organização que me criou perdeu o controle das minhas próprias decisões?

Sinceramente, eu não consigo ver quem é o errado nessa história. Afinal, os soldados tem um dever, mas a Hydra tem meios extremamente radicais.

- Senhorita Feiticeira. - Olho para o lado e vejo um cientista magricelo, usando óculos que eram redondos e grandes de mais para seu rosto. - Vou te acompanhar até sua saída.

Aceno positivo e ele sai na frente, eu o sigo. Esse cientista não me é estranho, mas não consigo me lembrar de seu nome ou o que ele faz na base. Posso perceber que seu cabelo já fora pintado de loiro, por causa das pontas espetadas que são mais claras, mas a raiz do mesmo é de um preto muito escuro. Ele é digno de um filme de cientistas malucos.

Toda a expectativa que eu tive nas últimas horas acabou quando sai do elevador que levava até a superfície. Aquela ansiedade já não estava no meu corpo, havia apenas uma calmaria. O elevador dava para uma pequena sala, onde pessoas trabalhavam normalmente, mas o que chamou minha atenção foi que do outro lado, havia uma porta aberta para o deserto de gelo da Sibéria.

Passamos andando, eu tento não olhar para os lados e receber os olhares. O vento frio bate no meu corpo e assim, eu saio para fora do bunker pela primeira vez em dez anos. O sol está escondido nas nuvens mas só de sentir um pouco do seu calor, já me sinto satisfeita.

Dark Witch and The Winter SoldierOnde histórias criam vida. Descubra agora