Os dias seguintes foram um desastre, toda vez que eu entrava em um cômodo que meu pai estava ele saia, mal olhava na minha direção e não me dirigiu uma única palavra.Minha mãe me disse para dar um tempo para ele, mas aquela situação era realmente ridícula, já fazia uma semana, ele não podia me ignorar para sempre.
Eu estava rolando na cama de um lado para o outro sem conseguir pegar no sono e o relógio já marcava 2h30 da madrugada. Me dei por vencida e levantei da cama indo para a cozinha para procurar algo para comer.
E lá estava ele, sentado no balcão com um pote de sorvete no escuro, quando me aproximei ele se levantou.
— Você vai me odiar para sempre? - perguntei baixinho sentindo um nó se formar na minha garganta.
— Eu não te odeio - meu pai disse caminhando na minha direção - eu só estou decepcionado com você agora.
Ele passou por mim e foi embora, as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e eu nunca tinha me sentido tão sozinha no mundo quanto agora. Já tínhamos brigado inúmeras vezes, mas dessa vez ele estava estranho e toda vez que ele me ignorava doía um pouquinho mais.
Peguei a chave do carro e sai dali, eu não tinha certeza para onde estava indo mas acabei em frente a casa de Chris. Desci do carro e toquei o interfone, ninguém respondeu, toquei mais uma vez e mais uma, meu dedo já estava indo em direção ao botão para apertar mais uma vez quando ouvi a voz de Chris do outro lado.
— Oi... - um soluço saiu dos meus lábios e percebi que ainda estava chorando - eu só não sabia para onde ir.
— Stormie? - sua voz parecia confusa, uma luz se acendeu em cima de mim e em seguida ouvi o portão destrancar.
Atravessei o jardim quase correndo, ele me esperava na porta mas assim que me viu se aproximar ele veio na minha direção, me abraçando o mais forte possível quando me alcançou.
— O que aconteceu? - ele me soltou e começou a checar se eu estava machucada - você está bem?
— Eu não sabia para onde ir, desculpa - o abracei de novo
— Mas o que aconteceu? - ele insistiu
— Ele nunca mais vai falar comigo - falei entre soluços
— Vamos entrar - ele me soltou de novo e fomos para dentro.
Eu me encolhi no sofá e Chris foi buscar um copo de água. Quando ele voltou tentei explicar que o meu estava me ignorando e que a única palavra que ele tinha dirigido para mim nos últimos dias foi que estava decepcionado comigo, mas eu estava chorando e soluçando, eu não sabia se ele tinha entendido direito o que eu falei, nem se tinha sido uma boa ideia vir até aqui.
— Não é com você que ele está bravo ou decepcionado - ele me puxou para os seus braços - É comigo, mas como não estou lá para ele descontar a sua raiva, ele está fazendo isso com você.
— Não, você não viu a cara dele, as vezes ele age como se eu nem existisse.
— De um tempo a ele, ele te ama, isso não vai durar - Chris afagava o meu cabelo e eu molhava a sua camiseta com as minhas lágrimas. - Me desculpe, eu não queria causar tudo isso.
— Não se desculpe - me virei para ele - por favor não faça um discurso sobre como não deveria ter rolado nada entre a gente.
— Você acha que eu me arrependo de ter ficado com você? - ele arqueou a sobrancelha e eu não respondi - Eu não me arrependo! Talvez pudéssemos ter feito as coisas de um jeito diferente, mas isso não significa que eu queira que elas não tivessem acontecido.
— Sério?
Ao invés de responder ele me beijou, com calma e de um jeito tão doce. O tempo poderia parar ali e deixar nós dois presos nesse exato minuto onde nada mais importava além da boca dele na minha.
Eu não voltei para casa nos próximos 3 dias, e não tinha levado o meu celular, então não fazia ideia do que meus pais estavam pensando.
Eu e Chris ficávamos em casa o tempo todo, assistimos diversos filmes, eu ganhei dele no vídeo game todas as vezes que jogávamos e ele pedia uma revanche, ganhei dele até no strip poker que acabamos jogando em uma noite, e eu acabei cozinhando para ele, porque além do macarrão e churrasco, ele não sabia fazer mais nada na cozinha, mas também foi divertido.
No quarto dia que eu estava ali ele insistiu para que saíssemos para tomar sorvete e estávamos sentados na grama de um parque quando um paparazzi se aproximou e começou a tirar fotos nossas, mostrei o dedo do meio para ele e Chris me arrastou embora dali.
Nem meia hora depois as fotos estavam na internet e minha mãe mandou uma mensagem para Chris avisando que se eu não estivesse em casa em 15 minutos o meu pai iria até lá me buscar.
Chris perguntou se eu queria que ele fosse comigo, mas achei que o chilique do meu pai seria maior ainda se chegássemos lá juntos, então eu recusei.
Fiz o caminho até em casa segurando as lágrimas.
Quando parei o carro na garagem demorei alguns minutos para sair, eu não sabia se estava pronta para outra sessão de palavras com raiva vindas do meu pai.
E então a porta da garagem que dava acesso a casa se abriu e meu pai estava parado ali, respirei fundo e sai do carro.
— Nunca mais me dá um susto desse - ele apontou o dedo na minha direção - Eu achei que você podia estar morta! Você sabe a quantos hospitais e quantas delegacias eu fui nas últimas 82 horas?
— Acho que você preferia me encontrar morta do que com o Chris, não é? - falei o pegando de surpresa e ele demorou um pouco para se recuperar e então me abraçou.
— Eu nunca senti um alívio tão grande na minha vida como o que eu senti quando vi aquelas fotos de vocês dois no parque - ele me apertou um pouco mais - Por mais bravo que eu fiquei com você eu nunca vou querer que você se machuque filha!
— Você estava fingindo que eu nem existia dentro dessa casa, você acha que isso não machuca? - as lágrimas escaparam dos meus olhos
— Eu não estava conseguindo lidar com tudo o que aconteceu - ele respirou fundo - e eu ainda não os perdoei, mas ideia de ter te perdido me assustou pra caralho. - ele beijou a minha cabeça e me soltou - Eu vou por um chip em você e monitorar os seus passos 24h por dia.
— Vai sonhando - falei secando as minhas lágrimas com as mãos.
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Life of the party - MARVEL
FanfictionStormie Downey é uma it girl de Los Angels que acaba de terminar o seu relacionamento de 4 anos com o membro de uma boyband. Sem muitos amigos depois de viver na bolha de seu relacionamento, ela aceita que seu pai convide os amigos dele para a sua...