Capítulo 29

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Yoongi.

- Cada um aqui sabe seu papel. - Namjoon se apoiou na mesa, olhando pra todos nós. - E não tem margem pra erro.

O clima pesava, como se o ar tivesse mais denso. E, de fato, tava. Porque o que a gente ia fazer... não tinha volta.

Namjoon respirou fundo, apontando pra uma das telas.

- Eu rastreei todos os fluxos de dinheiro que os pais dela movimentavam. As contas estão começando a ser bloqueadas, mas descobri pra onde foi parte desse dinheiro antes. E não é bonito.

Ele virou a tela, revelando uma teia de conexões. Empresas falsas. Nomes de fachada. Movimentações suspeitas. E, no centro... nomes de políticos, empresários, juízes e até gente da própria polícia.

- Eles bancavam um sistema inteiro de corrupção. - Disse. - E agora que eles morreram, quem ficou tá desesperado.

Jungkook girou o notebook pra mim.

- Tô hackeando as câmeras da cidade. Tem gente se movimentando. Investigando você, Yoongi. Investigando ela. - Digitou mais algumas coisas, os olhos cortantes. - E tentando limpar os rastros deles. Mas... não são mais rápidos que eu.

Taehyung jogou uma pasta grossa sobre a mesa.

- Aqui estão os nomes dos seguranças, capangas, olheiros e mercenários que eles costumavam usar. Metade tá se escondendo. A outra metade... tá vendida pro lado que pagar mais.

Ele cruzou os braços, os olhos semicerrados.

- Meu trabalho começa agora.

- Já tô cuidando da parte social. - Jin disse, mexendo no celular. - Jornalistas, colunistas, influencers. Alguns vão receber uns dossiês bem interessantes nas próximas horas. E outros... bom, outros vão se calar, se quiserem continuar respirando.

Namjoon virou pra mim.

- E você, Yoongi. - O olhar dele era firme, sério.- Você sabe qual é seu papel.

- Eu sei.- Respondi, seco. - Eu sou a mão que derruba.

Silêncio.

O tipo de silêncio que só existe quando todos sabem que, a partir daqui, não existe mais inocência. Só consequências.

- Então tá decidido. - Namjoon assentiu.- Ninguém toca nela. Ninguém se aproxima. E quem tentar... - Ele olhou pra Taehyung, que sorriu de canto. - Vai sumir.

Peguei o celular no bolso, conferindo se ela tinha mandado mensagem. Nenhuma. Ela tava segura. Jimin e Hoseok tão lá. E se alguém ousar aparecer... não vai sair de lá andando.

Guardei o celular de volta e ajeitei o casaco.

- Vamos começar.

Jungkook girou a cadeira, os olhos queimando.

- O inferno abriu as portas.

Taehyung estalou os dedos, um sorriso frio no rosto.

- E adivinha quem tá segurando a chave?

Namjoon abriu outro arquivo, cheio de nomes e rostos.

- Eles. Todos eles. São os próximos.

Jin ergueu o copo de whisky, como se fosse um brinde.

- Bem-vindos ao lado em que ninguém sai vivo.

E eu... eu só sorri.

Porque se eles achavam que o pior já tinha passado... é porque ainda não tinham visto do que eu sou capaz.

Continua... 

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