No Seu Olhar

Lua de Mel 1

Cecília Lários

Gustavo fazia questão de rir da minha cara enquanto eu encarava a janela do avião de modo inquieto. Será a minha primeira viagem de avião em toda a minha vida, e eu estou nervosa e confesso que estou com um pouquinho de medo.

— Isso Gustavo, vai rindo dos meus medos e receios — bufei, balançando minha perna de forma inquieta enquanto me esquivava para o lado.

— Deixa que eu seguro a sua mão — ele arfou, entrelaçando os dedos nos meus e beijando a minha bochecha, me fazendo abrir um sorriso mínimo. — Nós vamos voar, e quando você menos esperar, já estaremos em Buenos Aires, meu amor.

— É isso que eu espero… — murmurei, ansiosa.

— Vem cá, vem — ele riu, me puxando pela cintura, me fazendo descansar em seu peito, e suas mãos encontraram as minhas apoiadas em minhas coxas, as quais ele começou um carinho leve — Eu estou com você, amor… pra sempre!

Eu esbocei um grande sorriso, pensando em como tudo isso, há alguns meses atrás, seria algo considerado impossível para mim, e hoje estou vivendo algo que eu nunca imaginei.

— Sempre? — eu ri animada, me virando para ele, sentindo seu beijo em minha testa com cuidado.

— Sempre — ele repetiu, em um sussurro, apenas para mim.

Fechei os olhos sorrindo, guardando essa lembrança em um espaço especial dentro de mim, sabendo que terá várias outras lembranças que iremos colecionar a partir de agora.
[...]

— Acabamos de pousar em Buenos Aires para a troca de aeronave e… — Gustavo, que estava com o celular dando um de Juju Almeida, me olhou e riu — eu quero saber se você está mais aliviada?

— Eu estou sim — ri corada — Mas o que é isso Gustavo? Vai competir com a Juju agora? É o vlog do Gugu?

Ele riu e me olhou.

— Olha, eu prefiro o vlog da Gucilia, que tal? — eu ri, me virando para ver Buenos Aires através dos vidros do aeroporto.

Já estávamos quase em Bariloche, seriam apenas mais algumas horas de vôo, mas eu já estava feliz e realizada por está aqui, com ele.

— Agora, enquanto esperamos essas horinhas de espera — ele me abraçou por trás, beijando minha bochecha — Vamos tomar um café ali na praça? Olha, não é como Rey Café, sabe? — ele se gabou me fazendo gargalhar de leve — mas talvez seja um bom café.

— Muito espertinho você viu — ri, sentindo cócegas em meu rosto ao senti-lo beijar minha bochecha repetidas vezes. — Mas vamos, estou com fome, não deu tempo para comer quase nada na festa do casamento.

— Nessas festas, quem menos come e aproveita são os noivos — ele riu, segurando a minha mão e me guiando pelo aeroporto.
[...]

Foram mais algumas horas de voo do Buenos Aires até Bariloche, e apesar de todo o cansaço do dia do casamento e das viagens, assim que entramos no nosso quarto de hotel, por incrível que pareça, eu me senti renovada, pronta para aproveitar cada lugarzinho daqui.

— Onde você quer ir primeiro? — Gustavo perguntou, me abraçando por trás enquanto eu admirava a neve através da janela.

O quarto era enorme, com uma cama de casal grande ao lado de grandes duas janelas que nos davam uma visão perfeita da pista de esquí. O aquecedor deixada o ambiente de nosso quarto em um clima perfeito, e o Gustavo fez que questão de deixar o frigobar abastecido com nossos doces favoritos.

O sofá próximo a lareira parecia muito aconchegante, e a mesa de jantar já estava repleta de bolos, doces e salgados, alguns brasileiros e outros que eu não vi, e estava ansiosa para conhecer.