Mendez onn*
Já faz umas duas horas e meia que estou sentada no sofá desta sala, e até agora não tivemos nenhum sucesso com a senha do aplicativo de rastreio. Tudo o que sabemos é que se trata de um padrão de números, não de letras ou asteriscos.
Margot: Certo, tentamos data de nascimento, números de telefone e casas em que moramos, até mesmo o número da sorte dela e até agora nada. - Sussurra sem paciência, coçando a cabeça e tremulando a perna para cima e para baixo.
Mendez: Não se preocupe, estamos dando o nosso máximo. - Sinto meu celular vibrar por dentro do bolso de minha calça. - Com licença.
Margot: Tudo bem.
Mendez: Detetive Mendez falando. Uhum... Tudo bem minha senhora, estou a caminho. - Desligo a ligação, me ponho de pé e ajeito meu uniforme. - Preciso ir, Margot.
Margot: Está tudo bem? - Me olha preocupada.
Mendez: Sim, apenas uma denúncia de perturbação da paz. - Reviro os olhos.
Margot: Pensei que só trabalhasse com casos sérios. - Retruca em tom de deboche, sorrindo de canto.
Mendez: Quem foi que te disse que um bando de adolescentes festejando não é algo sério? - Cruzo os braços e sorrio assim que vejo que consegui tirar uma risada dela. - Nos vemos depois, vê se não fica até tarde nisso.
Margot: Sim senhora. - Fala ironicamente.
Me dói vê-la nesse estado, em busca de respostas para um crime cruel. Farei tudo o que for possível para trazer um pouco de justiça para Margot, e quem sabe assim ela não passa a dar início ao processo de superação.
Vyctor onn*
Está meio frio, não sei se entro ou permaneço aqui fora ao lado das árvores e latas de bebida jogadas pela grama desse enorme jardim.
Meus pais devem estar preocupados, ou melhor dizendo, com ódio de mim por não ter aparecido em casa desde cedo hoje. O que posso fazer? Ir lá para apanhar é que eu não vou, prefiro passar a noite na rua do que naquele lugarzinho."Que música alta." - Penso, sentindo o chão vibrar por causa das caixas de som que devem estar lá dentro da casa de Chloe.
Acho melhor eu ir embora, não tem motivos para mim festejar hoje, ainda mais com o Darius no mesmo lugar que eu.
Me sinto angustiado, de coração partido toda vez que evito ele. Não dá para esquecer o jeito que em tão pouco tempo ele me fez ficar sempre que o via, minhas mãos se tornavam tão quentes quanto minhas bochechas, palavras ditas se enrolavam umas nas outras e meu peito parecia que estava prestes a explodir.
Para ser sincero, nem sei mais porque guardo tanto rancor dele, pelo que fiquei sabendo aquilo tudo foi mais culpa da Chloe do que de qualquer outra pessoa, e também todos os alertas feitos para mim sobre Jeff no fim estavam certos, não era apenas um ciúme estranho da parte de Darius."Talvez eu..."
Ariel: Vyctor? - Chega sorrateiramente, colocando sua mão em meu ombro, desfazendo minha nuvem de pensamentos e medos.
Vyctor: Ah, oi! Você veio mesmo. Pensei que fosse mentira do...
Ariel: Aceita um chiclete? - Diz oferecendo um quadradinho vermelho.
Vyctor: Claro, obrigado!
Ariel: Tá fazendo o que aqui fora, cara? - Me olha com atenção, esperando uma resposta.
Vyctor: Eu... Não sei se consigo entrar lá. É muito difícil! - Abaixo a cabeça, suspirando como um derrotado.
Ariel: Olha, eu entrarei contigo! Vem, me dá sua mão. - Olho para baixo, e vejo ele estendendo sua palma para perto de mim.

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LOS TRES
Teen FictionNada de interessante costuma acontecer na cidade de Orleo, mas tudo está prestes a mudar. Com o retorno do nosso protagonista Vyctor ao colégio Manshild após as férias de verão, acontecimentos que mudarão não somente a sua vida, mas também a de t...