Darius onn*
Para fuder ainda mais toda aquela terrível situação de abandono e vulnerabilidade, a detetive resolve aparecer como num passe de mágica ali, bem na nossa frente.
Com seus braços cruzados, cara fechada e um leve bater de pé constante contra o chão, ela espera que digamos algo.Darius: Sim, nós... - Engulo seco, passando o punho no rosto e limpando a sujeira da calçada que nele estava grudado. - Moramos aqui.
Zara: Pelo menos até um segundo atrás. - Sussurra de forma indiscreta.
Mendez: Como assim? O que aconteceu? - Com ar de suspeita, nos observa detalhadamente.
Darius: Eu e minha irmã acabamos de ser expulsos de casa por sermos lgbt. - Olho para o lado, e lá está ele, Vyctor segura em minha mão e me passa um sentimento de reconforto.
Mendez: Isso é muito mais comum do que pensam. Lamento que estejam passando por isso. - Suspirando, a detetive dá uma aliviada no tom de voz. - Vocês tem onde ficar?
Zara: Eu conheço alguém que pode me receber.
Vyctor: E nós dois podemos passar um tempo na casa do Ariel. Ele é filho do diretor atual de Manshild.
Mendez: Certo. Peguem isso, é o cartão de uma psicóloga ótima. Ela atende à domicílio. E se precisarem, não exitem em ir até a delegacia. - Estendendo a mão, a mulher nos entrega um cartãozinho branco e vermelho.
Vyctor: Obrigado. - Sorri gentilmente.
Mendez: E antes de eu ir, preciso perguntar...
Sinto minhas pernas amolecerem subitamente, a garganta ficar seca e meus olhos se arregalando. O que será que ela quer saber? A investigação do assassinato de Cinthia está progredindo?
Mendez: Viram alguma coisa suspeita nessas ruas durante a noite? Qualquer coisa. - Cerrando os olhos, nos analisa outra vez.
Vyctor: Tem alguma coisa a ver com a morte da irmã da antiga diretora? - Por impulso, aperto a mão dele ainda mais forte e paro de respirar por uns segundos.
"Porra Vyc, não!"
Mendez: Sabe de alguma coisa, garoto? - Põe as mãos nos bolsos frontais.
Vyctor: Só o que saiu no jornal. Foi cruel, espero que encontrem a pessoa culpada o mais rápido possível.
Mendez: Nós iremos. - Sorri de forma forçada.
Zara: Fomos nós... - Outra vez meu corpo petrifica no lugar, o que ela tá fazendo?! - ...Que ligamos dizendo que ouvimos sons estranhos na rua sem saída.
Mendez: Que tipo de som, exatamente? - Com uma prancheta, a detetive começa a escrever com sua caneta preta.
Zara: Motor ligado, barulhos abafados... Algo do tipo. Não sei bem. - Encerra a frase franzindo o cenho e parecendo desentendida.
Mendez: Obrigada, garotos. Vou indo nessa, não se metam em encrencas. - Uma última encarada, o último ar de tensão até que enfim a oficial se vire e comece a caminhar para longe.
Olho ligeiramente para minha irmã, ela parece tão aliviada quanto eu estou. E não é para menos, essa foi por pouco.
Zara: Precisamos fazer alguma coisa, eles estão espreitando muito. - Diz enquanto olha diretamente para mim.
Darius: Do que você está falando? - Tento sinalizar para ela que Vyctor está ali, ouvindo tudo.
Zara: Escuta, eu não me importo com isso, tá legal? - Responde em relação ao fato de termos companhia. - Temos que tirar aquele lixo do nosso quintal, se os cães farejarem...
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LOS TRES
Teen FictionNada de interessante costuma acontecer na cidade de Orleo, mas tudo está prestes a mudar. Com o retorno do nosso protagonista Vyctor ao colégio Manshild após as férias de verão, acontecimentos que mudarão não somente a sua vida, mas também a de t...