S02E05

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Chloe onn*

  O último nó nas amarras já foi dado, bem a tempo, pois a jovem de testa ensanguentada estava acordando rapidamente, com as pupilas vascilantes e cabeça zonza.
  Quando consegue fixar o olhar em um ponto à sua frente, Lexia percebe que está presa em uma cadeira, a mesma que antes se encontrava em frente ao seu notebook. Ela tenta se soltar, dando puxões e pequenos saltos desajeitados, o que é inútil, pois a amarrei como se minha vida dependesse disso. Até por que afinal, depende.

Chloe: Escuta, as coisas saíram um pouco do controle. Te acertar? Foi um acidente. - Me aproximo, torcendo o canto dos lábios, tentando expressar um falso arrependimento.

Zara: A gente vai te soltar, tá legal? Não faremos nada de mal contigo. - Sussurra, averiguando mais uma vez se a porta estava mesmo trancada.

  A garota nos olhava com olhar de fúria, com algumas mechas pretas do seu cabelo caindo na frente dos olhos. Por conta da dupla camada de fita isolante em sua boca, e também um bolinho de meia que havia colocado lá dentro, ela se encontrava incapaz de gritar ou sussurrar uma mísera palavra.

Chloe: O que você vai fazer para a gente é bastante simples, na verdade. - Me coloco de pé, ajeitando a coluna e cruzando os braços logo em seguida. - Precisamos que apague o vídeo, na nossa frente.

Zara: Diz que concorda e que pode fazer isso. Por favor! - Se ajoelhando e ficando frente a frente com a refém, faz uma cara bem convincente.

  A jovem fica parada, olhando para mim enquanto respirava ofegante. Um silêncio tomou conta do ambiente, realssando os sons externos, como o da rua, vizinhos e cães latindo. Mas um deles em específico fez minha nuca se arrepiar, jurei ouvir passos ecoados do outro lado da porta, subindo as escadas e se aproximando bem rápido.
  Em um gesto rápido, Lexia conseguiu se livrar das amarras que prendiam seus pulsos, acertando a cara de Zara com um soco bem no meio do nariz, fazendo a gótica cair contra o chão segurando o urro de dor dentro de si mesma.
  Agora com ambas as mãos livres, ela as leva ao encontro de sua amordaça, quando a tira rapidamente e cospe as meias longe, volta a atenção para sua frente e me vê ali, em pé e segurando trêmula os estilhaços da incriminadora garrafa de whisky.

Chloe: Eu juro, por tudo que há de mais sagrado, que se você fuder tudo irei cortar a sua garganta! - Sussurro com raiva, mostrando que estou no controle ali.

Lexia: Sabe que posso acabar com a vida das duas aqui e agora, não sabe? - Sorri, engolindo seco e tremendo em pânico.

  Lubrifico os lábios com minha língua, me aproximando da sua jugular latejante com o objeto cortante, chegando a encostar sua superfície gelada e suja contra a pele dela. Solto um suspiro demorado, me alimentando daquele olhar de medo com que me observava agora, ironicamente totalmente submissa ao meu querer.

Chloe: Tenta a sorte! - Mordo o lábio inferior, encarando-a como uma alucinada sem nada a perder.

  Os segundos seguintes parecem uma eternidade, os passos se cessam e Lexia permanece em silêncio, mas ainda assim mordendo a boca de raiva. Não demora muito para que Zara se levante, pegue as cordas e puxe os braços da vadia para trás outra vez, estando claramente enfurecida com a mesma.
  Pego as meias babadas e soco na guela dela, quase que a sufocando, passando uma camada nova de fita por cima. Uma lágrima escorre em seu rosto suado, declarando um misto de desespero e ódio.

Chloe: Vamos tentar de novo. - Dou a volta por trás da cadeira, parando com ambas as mãos em seus ombros. - Vai apagar o vídeo, ou não?

Lexia: Uhum... Uhum... - Balança a cabeça positivamente.

Bree onn*

  Sem ter muita força, tento me por de pé após todo aquele transtorno. Acredito que o que mais me nocateou aqui hoje não foi nem o golpe desferido contra meu rosto, mas sim o emocional dilacerado e meu filho ter sido violentamente espancado pelo próprio pai. Não esperava que fosse chegar a isso, Joe sempre foi muito duro, mas parece estar ficando louco, passando de todos os limites possíveis.
  Confesso que quando busquei uma intervenção dele na sexualidade e comportamento do nosso filho, esperava que tudo fosse resolvido com bons exemplos de uma figura masculina dentro de casa, conselhos e coisas do tipo. Tudo, menos agressão.

LOS TRESOnde histórias criam vida. Descubra agora