⚠️ATENÇÃO: Esse episódio apresenta conteúdo sensível que pode servir de gatilho. ⚠️
Narrador onn*
Algumas horas se passaram desde o terrível ato de suicídio que ocorreu em um dos bairros nobres da adorável cidade Orleo, aonde a lamentável vítima já se encontrava isolada em um saco fúnebre de zíper, carregado em uma maca a caminho de uma vã preta, com desenho de cruz branca nas portas de trás.
Observando o veículo ligar enquanto leva alguém que já foi sua mãe, Chloe treme com o frio da madrugada de sábado, debaixo daquele céu antes dominado por um nevoeiro gelado que agora já indica a chegada de um pouco da claridade do Sol.
Os instantes solitários da garota, aonde seus pensamentos duvidosos e auto destrutivos são sua única companhia, logo deixam de ser uma realidade, na medida que a investigadora da policia local se aproxima para mais algumas perguntas.Chloe: Eu já disse tudo o que sei, Nia. - Avisa com precipitação para a mulher de farda que segura uma prancheta marrom nas mãos.
Mendez: Me chame de Mendez, não sou lá muito fã do meu primeiro nome. - A agente cruza os braços, e detalha cada traço da jovem aparentemente pouco horrorizada.
Chloe: O que foi? Por que tá me olhando tanto assim? - Cerra os olhos, e encara a policial.
Mendez: As vezes, a ficha demora um pouco para cair. - Inicia o seu monólogo, enquanto se senta ao lado de Chloe no banco do jardim. - Sentir como se nada fizesse sentido, ou até mesmo como se o fim tivesse chegado é extremamente comum...
Chloe: Eu não sinto nada disso, só quero ficar em paz, entendeu? Minha mãe acabou de se matar bem na minha frente, preciso de paz! - Responde grosseria, passando uma mensagem clara do incômodo que todos aqueles polícias e socorristas causam só de estarem ali.
Mendez: Certo, você tem com quem ficar? - Se levanta, batendo uma das mãos na calça para se livrar de umas folhinhas. - Algum parente, algo assim?
Chloe: Faço dezoito anos em algumas horas, sou a única herdeira da grana do meu pai agora então tenho como me virar. - A loira também fica de pé, dando uma última encarada na mulher fardada, de cabelos ondulados e castanhos, com um olhar analítico acompanhado de suas sobrancelhas semi-cerradas.
Mendez: Certo, vê se não esquece do que te falei. E se precisar - Pausa a fala por alguns segundos, enquanto pega um cartãozinho do bolso. - Esse é o endereço de uma psicóloga incrível no centro da cidade.
Chloe: Obrigada. - Se apressa em pegar aquele pedaço de papel, na esperança de que após isso e uma última olhada breve no local, a detetive vá embora.
Alguns agentes se reúnem na calçada em frente da casa com ar de assombrada, abrindo seus copos de café quentinhos enquanto iniciam alguma conversa de difícil leitura labial, mas de muita tensão.
Chloe respira fundo e solta o ar, liberando uma fumaça fria que voa para longe, indo em direção a porta de entrada logo em seguida. Ao entrar na sala de estar, caminha mais rapidamente até o cômodo em que o piano se encontra, aonde uma faixa amarela e preta barra a passagem.Chloe: AAAAAH! - Grita de ódio, medo e tristeza ao mesmo tempo, com lágrimas escorrendo ao som da batida de porta causada pela garota mentalmente confusa.
Ela ajoelha no chão, com seus cabelos caídos na frente do rosto enquanto soluça de tanto chorar. Como se seu corpo perdesse as forças e simplesmente se rendesse à toda aquela catástrofe, Chloe cai de lado no tapete vermelho rubra que corre pelo corredor, ficando em posição fetal, sozinha e mergulhada numa angústia sem fim.
Betty acorda bem cedo hoje, um mal feito se considerar que é fim de semana. Mal havia conseguido dormir direito essa noite, devido aos muitos pensamentos rondando sua cabeça o tempo todo, desde aqueles que envolvem as preocupações com Darius e Zara, até mesmo os que possuem relação com seu próprio corpo, algo que a garota nunca sentira que realmente pertencesse a ela, pra falar a verdade.
Tem também toda a questão do primeiro beijo gay que anteriormente havia dado na gótica rebelde, o mesmo que a fez sentir que enfim encontrou parte de quem realmente é.
Levantando da cama, sem muito pique para arrumar os lençóis e travesseiros que nela estão, vai em direção da cozinha de casa, mas logo se impede de atacar a geladeira em busca de um café da manhã quando lembra do que sua mãe disse.

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LOS TRES
TienerfictieNada de interessante costuma acontecer na cidade de Orleo, mas tudo está prestes a mudar. Com o retorno do nosso protagonista Vyctor ao colégio Manshild após as férias de verão, acontecimentos que mudarão não somente a sua vida, mas também a de t...