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É o dia do baile, Daphne está muito animada porque Bobby a convidou para irem juntos. Estou feliz por ela, ele é um garoto legal. Já eu não recebi nenhum convite oficial, não estou preocupada, até porque não é um baile tão especial como o de formatura, onde os pares são quase obrigatórios. É mais como uma festa.

Mesmo assim, Tommy se ofereceu para me levar, e eu aceitei.

Estou me olhando no espelho pela milésima vez, não sei se essa fantasia realmente combina comigo, mas foi a menos pior que conseguimos encontrar. Odeio a pouca criatividade nela, mas preciso admitir que o vermelho ficou ótimo em mim.

Ouço a campainha tocar. Desço as escadas correndo, porém minha mãe já abriu a porta.

– Olá? – Ela cumprimenta, um pouco incerta.

– Boa noite. Eu vim buscar a s/n. – Tommy responde.

– Ah, claro. – Minha mãe olha para trás, prestes a me chamar, mas então me percebe ali. – Divirtam-se crianças, com juízo!

– Obrigada mãe. – Digo saindo de casa.

– Está linda. Não, linda é pouco, tá... Perdão, muito gostosa.

Rio. – É verdade. Obrigada.

Estou com um vestido vermelho, bem ajustado ao meu corpo, de comprimento médio, que deixa espaço a imaginação. Pequenos chifres na cabeça. A maquiagem mais forte que já usei na vida. E a minha parte favorita, uma capa linda, vermelha, óbvio.

Analiso a roupa de Tommy. Uma fantasia, muito justa, de esqueleto e uma pintura de caveira no rosto.

– Gostei da maquiagem.

– Tá coçando toda minha cara, tô tentando muito não borrar.

Rio, pegando o capacete que ele me entregou.

– Como vou fazer com os meus chifrinhos, Tom? Se eu tirar vai estragar o penteado. – Pergunto, passando as mãos pelos chifres e pela parte do cabelo que prendia os enfeites.

– Ah, é verdade. – Ele faz uma pausa, pensando. – Vai sem? Eu juro que vou devagar.

O caminho para a escola é rápido e pouco movimentado. – Tá, ok, mas se eu morrer volto pra te assombrar.

Tommy realmente dirigiu devagar, tomando cuidado quando outros veículos passavam por nós. Eu abraçava sua cintura e podia senti-lo tenso, provavelmente preocupado com a possibilidade de um acidente, felizmente chegamos em perfeita segurança no colégio.

Entramos juntos no ginásio e não foi difícil encontrar um grupo de esqueletos e uma garota vestida de Carrie, a Estranha.

– Caramba, a fantasia tá ótima, você tá uma gata! – Digo a ela. – Só não te abraço porquê vou ficar mais vermelha do que já estou, né?

– E você! – Ela me dá a mão e me faz dar uma voltinha. – Eu não disse que tinha escolhido uma ótima fantasia pra ela! – Diz aos garotos.

Eles concordam.

– Realmente.

– Vocês duas estão muito lindas.

– Deveriam ir tirar uma foto lá, – Bobby aponta para uns alunos do jornal da escola, que estavam com uma câmera. – precisam registrar as garotas mais bonitas de 84.

Daphne e eu rimos e assentimos, dando as mãos e correndo até os "fotógrafos". Sem precisarmos insistir muito, o garoto meio nerd do clube tirou algumas fotos nossas.

– Segunda eu vou pegar essas fotos, pode ser? – Daphne disse e ele assentiu, nervoso.

– Ei, merecemos sair nas fotos também. – Dutch diz, chegando com os outros garotos. O menino, parecendo ainda mais assustado, assente novamente, tirando mais uma foto.

Agradeço ao garoto antes de voltarmos a festa.

Daphne e eu dançamos as músicas agitadas na pista lotada, acabamos batendo em um chuveiro ambulante, que se tratava de LaRusso. Rimos por um bom tempo.

Até que uma música lenta começou a dançar e Bobby apareceu, pedindo para dançar com Daph.

– Eu vou pegar ponche. – Digo a eles, deixando-os sozinhos.

Fiquei parada por um tempo ao lado da mesa do ponche observando o salão, estava feliz de estar ali, no meio daqueles adolescentes estranhos e fantasiados.

– Essa fantasia é bonita, mas será que combina com você? – Johnny pergunta, falando baixo.

Me viro para encará-lo. – As vezes eu posso ser má. – Ele sorri.

– Quer dançar?

– Não com você.

– É verdade, consegue ser má. Vamos, só essa música. Como amigos. – Ele pede, eu nego. – É um baile.

Dou um suspiro, me sentindo vencida, se é um baile eu preciso dançar com alguém, é assim que funciona, certo? Caminho de volta a pista e ele me segue, começamos a dançar, como os outros casais ali, lentos e desajustados.

– Acho que não importa quantas vezes eu tentar me desculpar, não vai adiantar, acertei?

– Talvez se esforçando mais. – Brinco. – Mas tá tudo bem, de verdade, não precisa pedir desculpas nem nada.

Johnny sorri balançando a cabeça em negativo. – Não, não está tudo bem, s/n, para de dizer isso. Eu fui babaca, você ficou magoada, com razão. – Ele faz uma pausa. – Se estivesse tudo bem, você teria vindo comigo, teríamos tirado uma foto para aquele jornalzinho ridiculo e íamos ficar na primeira página.

Dou uma risada curta, tentando disfarçar minha expressão. – Não íamos não, isso não é um filme, John.

Ele me puxa pela cintura, nos aproximando. – O que ia acontecer então? – Pergunta.

Reviro os olhos e passo a mão pela sua franja loira, desgrudando alguns fios da maquiagem. – Você ia me levar em casa no fim da noite, ia me dar um beijo de despedida, – Começo a divagar lentamente e ele assente ao que falo. – eu ia pedir que dormisse no meu quarto, você ia rir e aceitar, então entraríamos em casa escondidos e...

A sessão de músicas lentas acabou. Me separo de Johnny, interrompendo minha própria fala. – Seu tempo acabou. – Digo, saindo para pegar mais ponche.

Ele não fala nada e não me segue. Melhor assim.

Logo Daphne aparece e voltamos a dançar, nos divertimos muito, dançando até os pés doerem. Apenas quando havia se passado quase uma hora, notamos a falta dos esqueletos.

Procuramos pelo salão e não os encontramos. Ao sairmos pela porta principal há alguns carros batidos na frente da escola.

– O que aconteceu? – Pergunto a um cara que observava a cena.

– Uns garotos passaram correndo, perseguindo um outro moleque. Deu nisso aí.

Eu e Daphne nos entreolhamos. É claro que sabemos quem são esses garotos.

Caminhamos pelo estacionamento, tentando encontrá-los. Os vemos quando chegamos perto das motos.

Ouvimos seus gemidos de dor ao chegarmos mais perto.

– Puta merda, acho que meu braço tá quebrado. – Um deles diz.

– Que porra foi aquela?

– Falei que era pra ter parado antes, o merdinha provavelmente tá melhor que a gente.

– Meninos? O que aconteceu? – Eu pergunto.

– Caralho. – Daphne xinga alto, se dirigindo a Bobby e Tommy sentados no chão, sangrando.

– Digamos que a gente tenha apanhado um pouco. De um velho doidão. – Dutch fala.

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oi!! espero que estejam gostando, interajam pfv ❤

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⏰ Última atualização: Feb 21, 2022 ⏰

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𝐎𝐋𝐃 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒  ϟ  𝐉𝐨𝐡𝐧𝐧𝐲 𝐋𝐚𝐰𝐫𝐞𝐧𝐜𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora