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Já no segundo dia de aula as coisas vão tomando rotina, os professores começam a matéria do ano e dão dever de casa, e as panelinhas do intervalo já estão formadas.

Durante o almoço me sento com as amigas de sempre, não sou tão próxima delas, mas todas são boas companhias, garotas inteligentes, esforçadas e bonitas.

Os assuntos da mesa estavam os mesmos diários, reclamações dos professores chatos, os deveres, os meninos tarados e as meninas irritantes. Até que um assunto realmente é diferente.

– Vocês ficaram sabendo da briga de ontem? – Uma delas pergunta, seu nome é Louise e ela gosta de uma fofoca - não digo isso em um sentido ruim, quem não gosta?

– Ah, sim! Mas fui embora da festa antes de acontecer. – Outra comenta.

– Que briga?

– A s/n estava lá, não? Conta pra elas.

Eu não sou das mais falantes quando estou com elas, mas também não me incomodo em contar. – Bom, foi meio normal até. Típico Cobra Kai... O garoto novo, LeRusso, sei lá, tentou interferir na briga de casal do Lawrence e da Ali. E apanhou, óbvio. Mas acho que tá tudo bem, olha ele lá. – Apontei para o garoto que sentava em mesa isolada com alguns outros desconhecidos.

Nós discutimos o assunto até o fim do intervalo, fazendo algumas piadinhas, quando o sinal bate, nos levantamos para voltar as aulas, mas alguém me segura antes que eu possa ir.

– Você falou com ele ontem? – Pergunta Daphne, a minha única amiga com quem divido alguns segredos e noites do pijama fofocando.

– Com quem, Daph? – Começo a caminhar para as aulas e ela me segue, é claro.

– Não se faça de besta! Com o Lawrence. – Ela pronuncia a última parte em um tom bem baixo.

– Não.

– S/n, esse ano é a última oportunidade de você falar com ele, quem sabe em que estado sua faculdade vai estar ano que vem, quer mesmo deixar isso mal resolvido?

– "isso" – sinalizo as aspas com os dedos. – não existe, Daphne, simples.

– Você é uma chata. – Ela faz uma careta, antes de se virar para sua aula.

– Você que é! – Grito no corredor.

...

Cheguei em casa e encontrei minha mãe no sofá, assistindo algum programa aleatório.

– Oi querida, como foi o dia? – Ela diz, ao perceber que eu estou em casa.

– Foi normal, os professores já estão passando deveres.

– Nossa, tão cedo.

– Pois é, bom, eu vou tomar um banho, fazer minhas coisas...

– É, claro, vai lá querida, te amo. – Ela diz com carinho.

– Também te amo, mãe.

Passo o resto da tarde fazendo as tarefas da escola, nem percebo o tempo passar, apesar de trocar as fitas que estou escutando várias vezes. Tomo banho e relaxo por um longo tempo embaixo do chuveiro, fazendo o banheiro se encher com vapor, e ponho um pijama de verão de seda confortável.

Me preparo para dormir, coloco um filme adolescente e bobinho que lançou este ano "Sixteen Candles", não é nada intelectual, mas é reconfortante, então já assisti mais de uma vez desde que o comprei.

Logo no início do filme ouço um barulho, resolvo ignorar. O barulho volta e percebo que vem da minha janela. Pauso o filme e vou checar o que é, já suspeitando saber.

𝐎𝐋𝐃 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒  ϟ  𝐉𝐨𝐡𝐧𝐧𝐲 𝐋𝐚𝐰𝐫𝐞𝐧𝐜𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora