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Ouço uma pedrinha acertar minha janela, sei quem jogou. É terça-feira e eu não falo com o Johnny ou os outros garotos desde o sábado na praia.

Olho pelo vidro e ele acena para mim. Pego um casaco e saio pela janela.

– Oi. – Digo, enquanto Johnny me ajuda a descer do telhado.

– Olá, s/n. Eu preparei algo, acho que vai gostar.

Eu ri, nervosa. – Ah, é?

– Uhum. Me acompanha? – Ele me estende o braço e eu o seguro, sem conseguir evitar uma risada abafada.

Caminhamos assim até a casinha na árvore, Johnny sobe primeiro e me ajuda a entrar. O lugar, pequeno, está iluminado com luzinhas brancas e no centro estão posicionados os puffs. Quando me aproximo vejo um bolo, daquele sabor de chocolate que comi da última vez que estivemos aqui, mas dessa vez não era só um pedaço e sim o bolo todo, com velinhas em cima.

– O que é tudo isso? – Pergunto.

– Seu aniversário...? É quase meia noite.

– Meu Deus... obrigada Johnny.

Ele estava sorridente como criança. – Você sempre dizia que queria uma festa surpresa quando éramos menores, mas achei que não ia gostar de chegar desavisada numa festa, então o que melhor que uma festa só sua, de pijama?

O abraço forte. – Nada. Isso é perfeito.

– Com direito às melhores músicas! – Ele diz quando nos separamos, para quebrar o gelo.

Johnny coloca para tocar um disco do U2 e nos sentamos nos puffs. – Falta um minuto. – Ele diz olhando no relógio de pulso.

Ao chegar da meia noite ele ascende as velinhas do bolo e cantamos parabéns. Ao final eu apago as velas.

– Feliz aniversário, s/n. – Johnny me beija na bochecha.

– Obrigada.

Cortamos o bolo e começamos a comer. O bolo tem o mesmo gosto de sempre, mas estou feliz e agora tem gosto de infância.

– Caramba, que bolo bom! – Murmurei de boca cheia e rimos.

– Fez algum pedido?

– Sim, mas não vou contar ou não funciona.

– Você sempre contava antes. – Reclama.

Faço um gesto com a mão assentindo com o que ele disse.
– E nunca funcionaram!

– Claro que esse é o motivo e não o fato de você pedir para virar sereia ou ganhar um pônei.

– O pônei era possível. – Eu tento me defender.

– Você pediu um pônei mágico.

Rimos, porque era verdade. – Tudo bem, mas não vou dizer.

Ele dá de ombros, sorrindo. – Ok, se não vai dizer o que quer, vai ter que ficar com o que eu comprei.

– Você comprou? Johnny, não precisava.

– Shiiu, eu adoro gastar o dinheiro do Sid. – Ele me entrega uma caixinha.

Eu a abro e encontro um colar prateado e um pingente delicado de pedra da cor azul. Minha cor favorita.

– É lindo, obrigada. – Falo, sem jeito.

– Deixa eu por em você. – Dou para ele o colar e me viro, Johnny afasta meus cabelos e o coloca em mim.

– Você tá me agradando demais, Lawrence, tô estranhando.

– Eu sei que não gosta muito de fazer aniversário, só queria fazer ser especial.

Johnny está certo, não gosto muito do meu aniversário, costumava adorar, mas quanto mais anos passam, menos me empolga a ideia de envelhecer. Passamos uma boa hora comendo bolo e lembrando bobagens de infância, estávamos perto demais, sua risada soprava os fios soltos do meu cabelo amarrado, eu não ligava pra nada naquele momento, pois pela primeira vez em um bom tempo, eu estava feliz por fazer aniversário.

– São três da manhã, acho melhor irmos dormir. – Ele fala.

– É verdade. – Respondo, mas não fazemos menção de sair do lugar por alguns minutos.

O abraço quando chegamos em nossas casas. – Obrigada.

Ele esfrega minhas costas carinhosamente. – Você já agradeceu bastante, não precisa.

– Quer dormir na minha casa? – Pergunto, esperando que não soe estranho. Ainda estou abraçando ele.

Ele ri e nos separa. – Não, tô bem hoje. Boa noite, princesa.

– Boa noite.

...

De manhã meus pais me parabenizaram e me deram um presente, um vestido lindo de cetim. Fiquei agradecida pelo presente pois o vestido era perfeito, mas não achava que teria onde usá-lo.

Na escola quase ninguém sabia que era meu aniversário, o que era ótimo pois evitava conversas desnecessárias. No almoço eu estava sentada sozinha com Daphne na mesa de sempre, aguardando as outras garotas, quando Johnny e o grupinho se sentaram nos lugares vazios.

– E aí, s/n, Lawrence falou que é seu aniversário, não vai rolar festa? – Tommy falou.

– Parabéns.– Bobby diz e eu agradeço.

– Hm. Não. – Respondo Tommy.

Ele continua. – Meus pais foram viajar, a casa tá vazia, o que acha? Quer uma festa de... 17?

– 18.

– Porra, você merece uma festa! – Tommy diz, como se estivesse indignado, os outros meninos concordam.

Nossas amigas aparecem, confusas por terem seus lugares tomados. Eles se levantam sem que alguma delas precise dizer algo.

– Beleza! Tem algo contra? – Ele pergunta para mim.

Não penso muito antes de negar. Na verdade tenho várias coisas contra. Tommy sorri e comemora repetindo "Isso aí!" em alto som.

Johnny fica para trás quando os garotos saem. Ele se abaixa ao meu lado e sussurra no meu ouvido: – Tá de boa mesmo?

Eu assinto.

– Eu sei que ele só tá me usando pra fazer uma festa no meio da semana. Tudo bem, eu mereço uma festa de 18 anos, né?

Ele sorri. – Não se preocupa, não vou deixar ele fazer nenhuma bobagem no seu nome.

Quando Johnny vai embora as garotas começam a falar ao mesmo tempo.

– O que foi isso? – Uma delas pergunta.

Daphne ri. – Parece que a s/n vai dar uma festa hoje.

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oii, demorei pra atualizar kkk enfim johnny mt amorzinho

𝐎𝐋𝐃 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒  ϟ  𝐉𝐨𝐡𝐧𝐧𝐲 𝐋𝐚𝐰𝐫𝐞𝐧𝐜𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora