✦ 𝖬𝖠́𝖥𝖨𝖠 - 𝗦𝗧𝗥𝗔𝗬 𝗞𝗜𝗗𝗦 ✦

Não estou brincando.

Hyunjin: Apaixonada? - Perguntou incrédulo mais com um sorriso no rosto. - Não brinca com isso. Por favor.

- Não estou brincando, você sabe que não estou brincando. - Arranquei aqueles fios de meus braços já que não serviam para nada. - Eu vi, bom... eu vi algo a mais que aquilo. Eu vi o Chan me recebendo em frente a uma casa, qual eu suponho ser a casa nova. Depois eu vi perfeitamente o Lee Know flertar comigo e depois, eu já vi algo muito além. Você me salvando de um estupro. Eu só vi isso. Eu só sei sobre isso pois os flashes ficam repetindo.

Hyunjin: Eu não sei como reagir. - Começou a andar atordoado. - Eu queria, todos queriam que você lembrasse mais você me pegou de surpresa.

- Você pode trazer meu filhos para eu vê-los? Ainda não terminei os exames e...

Hyunjin: Terminou sim. Eu também estou aqui para te levar.

- Ah... - Fiquei sem graça. - Pode chamar a enfermeira?

Hyunjin: Ela só estava zombando de você, por isso não retirou esses fios. Já está de alta. Você só precisa assinar alguns papéis com o doutor que está cuidando de você. Deixa eu colocar isso e chamo a enfermeira para ela não zombar ainda mais. - Ele se aproximou.

- Você sabe?

Hyunjin: Meu papel é me passar por tudo quanto é profissional. Já me passei por doutor e enfermeiro muitas vezes.

- Ah... - Como ele deve ficar em um traje de médico?

Ele começou a colocar aqueles fios novamente enquanto eu só sabia apreciar ele. Não sei como eu faço isso. De uma hora pra outra e gente dizendo que é minha família, homens dizendo que eu sou a mulher deles, crianças me chamando de mãe e eu descobrindo novos sentimentos.

Hyunjin: Pronto. - Passou a me olhar e eu senti que estava ficando vermelho pela vergonha.

Ah... eu estou horrível sem arrumar meu cabelinho.

- P-pode chamar a enfermeira logo? Ainda tenho que me trocar.

Sim, eu só lembro de ter acordado durante a manhã ter feito minhas higienes e tomado o café horrível desse hospital e ter dormido novamente.

Hyunjin: Sim! - Ele sacudiu a cabeça e se afastou indo em direção a porta e saindo.

- Droga! - Dei tapas no meu peito tentando acalmar meu coração. ‐ Será que ele ouviu? Merda!

Fiquei ali sofrendo um ataque de surtos por causa das minhas reações em sua presença. Eu nunca senti isso, é estranho.

Até um tempo atrás eu ficava com o irmão da Daffyne e agora eu só penso em oito coreanos lindos, fofos... gostosos. Merda! Onde está a outra eu?

: Senhorita S/n - S/n? Não é possível que todos me chamem assim agora. - Se sente melhor?

- É...

: Os pontos? - Se aproximou de mim com uns papéis na mão.

- Não estão me incomodando mais.

: Foram poucos e o corte não foi fundo, deve está cicatrizando rápido. Deixe-me ver.

Puxei um pouco aquela blusa horrível para cima e ele examinou os pontos e o estado do corte.

- Então?

: Já estão bem cicatrizadas. Daqui a cinco dias quero que compareça aqui para tirarmos.

- Tão rápido?

: Sim. Deixe eu tirar isso. - Ele retirou os fios e pegou aquela pasta logo depois me entregando.

Assinei e o entreguei.

: Está liberada. Seu namorado já está com a receita dos medicamentos.

- Ele não é meu namorado. - Mais bem que eu queria.

: Aham, sei. Olhares apaixonados. - Riu e eu fiquei com vergonha. - Eu sei pois aquele ali não parava de perguntar sobre você.

- Só ele veio aqui?

: Na verdade veio sim. Mais outros fizeram o maior barraco na clínica.

- Barraco?

: Outro homem, de cabelos castanhos e longos até o ombro queria te ver mais os outros ficaram com ciúmes. Então eu proibi e só deixei o Hwang.

Com certeza só podia ser o Danel, irmão da Daffyne. Antes desses homens apareceram na minha vida "novamente" eu e Denel tinhamos um tipo de namoro aberto... Merda! O namoro.

: Está tudo bem? Ficou pálida em um segundo.

- S-sim. Eu só lembrei de um problema.

: S/n. Eu sou o único doutor aqui dentro que atende os seus parceiros e admito fazer isso por dinheiro. Embora a clínica seja minha... só é minha pelo que o Alessandro me paga para que eu dê os melhores atendimentos aos seus colegas mais eu tenho uma única pergunta.

- O que?

: O que asiáticos fazem em nossa máfia?

- Por acaso você tem algo contra?

: Tudo. - Fechei a cara. - Eu já sei que o Alessandro vai entregar a máfia a alguém que ele confie e ninguém melhor do que eu.

- Não. Mesmo sendo o primo dele, você não sabe nem sobre a terça metade do que fazemos.

: Mesmo assim. Eu conversarei com ele. Asiáticos nunca.

- Sei, sei. Eu também sou asiática. E eu realmente estou super desapontada com você. - Me sento na cama. - Falam isso por que na cabeça de vocês os asiáticos se acham os mais inteligentes? Eu não sei se é isso. Para mim isso é racismo. Olhos puxados, cabelos lisos, peles claras... Você é apenas um xenófobico filho da puta. Se acha que seu pedido será concedido esta muito enganado. Agora me dê licença eu preciso me trocar .

: Não é nada disso. Vivemos muitas conquistas sem parcerias.

- Você só está com o Alessandro a pouco tempo... fico triste por saber que o meu amigo escolheu alguém tão belo por fora mas horroso por dentro para viver seus últimos suspiros. Ele te escolheu para cuidar dele. Coitado!

: Isso não vem ao caso. Vamos apenas fingir que nada aconteceu.

O ignorei é peguei uma roupa em minha bolsa, entrei no banheiro e me troquei.

Um short social preto e uma blusa de alcinha com um sobretudo de couro. Voltei ao quarto e já vi o doutor de merda e Hyunjin.

: Não vai me responder?

- Vamos? - Perguntei a Hyunjin e ele balançou a cabeça e sai da sala sendo acompanhada por ele. Eu já estava irritada.

O que eu faço com o namoro? Não posso continuar com isso sendo que já estou envolvida demais com esse meu sentimento.

》...《

Hyunjin: Está tudo bem?

- Não sei. - Fiquei olhando as pessoas que passavam do lado de fora da lanchonete.

Hyunjin: Como não sabe? Você é quem realmente sabe o motivo por ficar assim.

- Mais eu não faço ideia. Embora tenha um motivo eu estou com medo e me recuso a acreditar que isso possa ser um problema.

Hyunjin: Você já está tão normal como eu te conheci por que fica falando coisas sem sentidos.