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Minhas mãos tremiam e soavam descontroladamente. Afinal, não era pra menos, tinha ingressos pra assistir minha banda favorita em um lugar privilegiado, bem em frente do palco. O que não foi nada fácil. Os ingressos haviam acabado muito rápido, então tive que ligar incessantemente pra uma rádio que oferecia dois deles. No fim, valeu super a pena todas as horas perdidas em frente ao telefone. Meu coração estava acelerado e as expectativas estavam a mil.
Ao meu lado, minha melhor amiga vibrava a espera dos garotos de Guarulhos. Aquele, provavelmente, seria o melhor momento de nossas vidas.
-vamu lá! Atenção, atenção creuzeback, ao toque de quatro já vai, já, já, já, já vai!
Então, luzes se acendem e Bento aparece ao lado de Dinho tocando sua guitarra e fazendo caretas. As pessoas ao meu redor começam a gritar e não demoro pra me juntar a eles.
-galeraa todo mundo pulando!!
Sem pensar duas vezes começo a pular junto de todos. Em meio aquilo tudo levei uma pisada ou duas, mas quem liga? Estou no show dos mamonas!
-eu queria um apartamento no Guaruja, mas o melhor que consegui foi um barraco em Itacuá...
Toda aquela animação se prolongou pelo show inteiro. O único momento (e final) de mais calma foi durante a música "uma arlinda mulher".
Dinho põe seu microfone no tripé e começa com a música. Aquela era uma das minhas favoritas, então fico mais quietinha, sem levantar os braços apenas pra curtir aquele momento da melhor maneira possível.
Já no início da música, Dinho passa os olhos pela multidão. Algo normal. Porém, quando seus olhos negros me avistam, algo os prende por alguns segundos. Aquilo me faz arregalar os olhos, levemente, e endireitar a postura. Dinho solta um sorriso e volta a olhar pra galera lá do fundo, com recorrência, voltando até mim.
Depois do termino de "uma arlinda mulher", eles encerram o show e os fãs começam a se retirar da arena. Me sentia meio rouca e com uma leve dor nas pernas, mas acho que não era a única. Todos saíam devagar.
-caramba, essa foi a melhor noite da minha vida, s/n!
(N/a) tagarelava euforicamente ao meu lado. Poucas eram as coisas que ouvia. Tudo que queria, e conseguia pensar, era em um banho quentinho e minha cama.
-amanhã a gente volta pegar autografo deles, né?
-por mim tudo bem.
Respondo automaticamente, dando de ombros e continuando a caminhada até minha casa, que não ficava tão longe dali.
No outro dia de manhã, sou acordada com batidas na porta de meu quarto.
-s/n, sua amiga tá aqui.
Me levanto ainda meio zonza.
-diz pra ela entra.
Minha mãe concorda, sai e fecha a porta.
E sim, tinha 22 anos e ainda morava com meus pais.
Quando (n/a) entra em meu quarto havia acabado de começar a escovar os dentes.
A olho ainda com a escova na boca. Ela estava mais arrumada do que o normal. E então, lembro do nosso comprominossde hoje.
Apesar de não estar com tanta vontade assim de sair, me arrumo e vou com (n/a) pegar autógrafos.
-a gente está em cima da hora. Tomara que a fila não esteja tão grande.
Quando chegámos lá, a fila dava a volta pelo quarteirão. Suspiro e vou em direção ao fim dela. E lá se passaram no mínimo duas horas, éramos as últimas.
Quando estávamos diante dos garotos, mal podia acreditar. Depois de tanta espera parece que tudo valeu a pena.
-oii
Falo com um sorriso estampado no rosto enquanto entregava meu CD pra Samuel.
Dinho era o último, e o qual mais esperava. Ele é meu favorito. Quando fiquei em sua frente, ele sorriu, o que me fez sorrir também.
-oi chuchu
Disse ao pegar o CD de Bento, que o assinava anteriormente. Dinho o assina rapidamente.
-prontinho pichulinha.
-obrigada!
Dou as costas pra Dinho e vou indo em direção a minha amiga, porém, depois de alguns passos, sinto alguém segurar meu braço.
Olho pra trás. Era Dinho quem o segurava.
-sabe, vô fica na cidade por alguns dia. Se você tive livre, me liga.
Ele aponta pra sua assinatura. Pra minha surpresa, tinha um número inserido em baixo. Ergo meu olhar pro rosto do garoto a frente com um sorriso de orelha a orelha.
-eu vou.
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Primeiro capítulo postado com sucesso ks Juro que virão melhores a seguir.
Eu não sei se vocês vão querer continuação, nem se vou fazer, mas enfim, se quiser é só comentar.
