dissonance' ⁘ jikook

⁘ nove: exclusividade

⚠ – Conteúdo sensível e, impróprio para menor.

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— Pai, isso não é futilidade, pelo amor. — Disse indignado, pois seu pai se recusava a lhe enviar algum dinheiro para comprar o que precisava.

— Eu tenho certeza de que você levou roupas o suficiente naquelas duas malas enormes, Jimin. — Disse firme e Jimin bufou.

— Eu trouxe o essencial e de qualquer forma, não era tudo novo. Pai, eu estou pedindo por necessidade.

— Você disse a mesma coisa, quando estourou o limite do terceiro cartão. Você disse: "era necessário, pai. Eu estava precisando" e no entanto, eu duvido que você realmente precise de tantos pares de sapato, ou de tantas jaquetas, ou blusas.

Jimin bufou, querendo chorar de raiva, aquilo não era justo.

— Eu não estou pedindo um sapato novo. Mas eu tenho necessidades, pai. As coisas não duram para sempre. É uma questão de saúde e higiene.

— Não seja dramático, Jimin. Você tem essa mania de achar que as coisas só prestam, se forem novas, você usa uma peça por duas vezes e já quer descartar.

— Pai... — Ofegou, sem acreditar. — Eu sei que eu já fiz isso, mas dessa vez eu realmente preciso. O senhor me mandou de castigo para cá e agora também quer que eu pegue alguma doença, por usar calcinha velha.

— Você não vai ficar doente por causa disso, filho. Eu tenho certeza de que todas as roupas que levou estão em ótimo estado de conservação.

— O senhor não sabe como é aqui. Eu passo o dia mexendo com coisas sujas, com animais, eu entro no banho e tenho que me lavar pelo menos três vezes e na primeira, a água sai marrom, porque eu tô cheio de poeira, no meu corpo, no meu cabelo. Eu passo o dia suado e isso desgasta as roupas. — Choramingou. — Eu tenho feito tudo certo, pai. E nem estou mais reclamando, por favor.

Jimin o ouviu suspirar e imediatamente os cantos de seus lábios se repuxaram em um sorriso.

— Está bem filho, eu vou mandar o dinheiro para o Jongsuk e pedir que Dahae, te ajude com isso.

— Ai pai, obrigado. Eu também vou precisar de tinta e esmalte, mas isso é para daqui um tempo, eu ainda tenho o bastante.

— Bom, parece que ao menos está começando a pensar mais, na forma como consome as coisas.

— O senhor não precisava ter feito isso comigo.

— Você ainda vai me agradecer, Jimin.

Jimin ouviu e bufou, pois continuava achando que aquilo não era nada justo.

— Eu sei das minhas falhas como pai, sei o quanto fui ausente quando você precisava de mim, sei o quanto errei ao tentar compensar essa ausência, simplesmente te dando tudo o que você me pedia. Não pense que foi fácil tomar essa decisão, principalmente porque você já é um homem e eu não queria ter que te tratar como uma criança e não queria ter tido de admitir a mim mesmo, que falhei como pai. Mas eu realmente espero que esse tempo, te faça perceber o valor das coisas e pensar melhor na forma como você age, bem como eu tenho feito, enquanto tento lidar com o fato de que não consegui fazer o mínimo, para o meu único filho.

— Pai...

— É verdade e é lamentável e vergonhoso, ter que deixar que outras pessoas façam um trabalho que devia ter sido feito por mim. Porém, tinha que ser feito, pelo seu bem. Eu não posso te deixar solto no mundo, sem saber o que é responsabilidade, porque infelizmente, eu não vou estar aqui para sempre, filho, para continuar a te dar de tudo e resolver todos os seus problemas. Em algum momento, você vai ter que conseguir fazer as coisas sozinho. Mesmo que todo o dinheiro que temos, seja suficiente para que você leve uma vida tranquila, isso apenas será possível, se você aprender a administrar a forma como gasta esse dinheiro. Então eu espero que em algum momento, além de saber sobre eles, você possa entender os meus motivos. Eu te amo, Jimin, você é tudo que eu tenho e por mais ruim que possa parecer, nada disso é para te fazer mal.