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Mal passamos pela porta de casa e eu já fui logo sentando no sofá, com uma expressão emburrada por dois motivos, sendo eles ser abandonada por papai quando estávamos comemorando minha volta e, a outra, ter que voltar com seu amigo cafajeste. Noah se mantinha em pé com as mãos no bolso da calça social, mantendo uma posição séria a qual estava a me instigar, parei de olhar ele e voltei encarar um canto qualquer, cada vez mais enfurecida esperando por meu pai, como se ele fosse o jovem e eu sua responsável. Não aguentando mais, levantei passando a andar de um lado para o outro no cômodo da sala, sentindo os olhares nada discretos do seu amigo em mim, mas, não dei tanta importância assim. Afinal, tirando suas palavras sujas, Noah até que sabe se comportar na presença de uma garota.

— Vai criar um portal para setealem assim. — Comentou divertido, retirando suas mãos do bolso da calça e agora cruzando os braços, na altura do peito.

— Quem era aquela mulher, senhor Urrea ? Parando com os passos, fiquei diante dele que deu uma recuada para trás, respirando fundo por algum motivo.

— Senhor Urrea ? Muito formal, docinho.

— Quem era aquela mulher, idiota ? — Se não gosta de
educação, pegarei pesado então.

— Ah, se fosse minha filha… — Riu sacana, se colocando sentado no outro sofá menor.

— Se eu fosse sua filha o quê ?

— Nada. Não iria fazer nada, até porquê, não tenho tesão por incestos. — Mas, esse homem é muito obsceno.

Quando eu ia questionar os motivos dele ser tão filho da mãe, és que surge papai chegando com um sorriso daquela cara de pau dele, sorrindo para as paredes como se tivesse ido ao céu e voltado. E, pensando bem, é bem provável que… Meus Deus!

— Quem era aquela mulher, papai ? — Fui logo questionando, passando por Urrea que havia levantado.

— Urrea, caro amigo. Obrigado por apontar naquela direção, eu iria passar reto e não iria ver Rebecca. — Tocou no ombro do amigo, antes de vir e deixar um selinho na minha testa, logo indo
para a cozinha.

Com o queixo caído, boquiaberta e a expressão de cachorrinho abandonado, por ele ter ignorado minha pergunta, resolvi ir atrás dele questionar outra vez quem seria essa mulher que, ousa querer roubar minha noite com meu pai. Mas, parei no meio do trajeto após uma risadinha, sacando bem de onde aquela fonte estaria a vir, o portador e causador do estrago da minha noite.

— Armação sua, por quê ? — Levando as mãos na gravata de Urrea, arrumei um pouquinho.

— Sou inocente disso. Mas, olhe pelo outro lado, seu pai se divertiu e ficou menos estressado após uma boa transa. — Segurou minhas mãos, colando nossos corpos após me puxar brutalmente quando pensei em afastar dele.
— Que tal, resolvermos o seu estresse também.

— Enlouqueceu ? Do que está falando, seu cretino ? — Meus olhos se encontravam arregalados, esse homem desconhece a palavra limite.

— Não estou falando nada, garota!

Mudando da água para o vinho, fui soltada por ele que seguiu caminho atrás do meu pai, enquanto a mim fiquei na sala tentando raciocinar e acompanhar suas mudanças de humor. Logo após, ambos amigos voltaram e papai acompanhou Noah até a porta de saída, antes do mesmo ir, lançou aquele olhar sujo e nojento que tanto peguei ódio e, olha que, mal tive tempo com ele.

— Vista uma roupa menos óbvia amanhã, pois iremos passar o dia na empre… — Nem esperei ele terminar, ignorei o mesmo assim como fez comigo.

(...)

Pela manhã, continuei dentro do carro de papai mexendo no celular, afinal, cedo demais para entrar e ter que lidar com aquele ser cretino que papai denomina por melhor amigo. Porém, não esperava o mesmo vir atrás a mim, ficando a bater no vidro da janela do veículo, recebendo total ignorada da minha parte.

 Low Blow (urridalgo) Onde histórias criam vida. Descubra agora