MASTERPIECE

1. Devir

Oi, gente. Essa é minha primeira fic, resolvi escrever pra mimar minhas bebês nos tempos difíceis que estamos passando, esse capítulo é curtinho mesmo, uma amostra grátis que se vocês curtirem eu continuo hehehe por favor, deixem comentários, críticas, ideias no fim do cap ou no meu tt /isiscomentsxx, é muito importante pra mim esse feedback. É isso, espero que gostem, xêro. 

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"devir (s.m.)

é um processo de mudanças pelas quais todos os seres passam. é uma lei geral do universo, que cria, destrói, reconstrói, ensina e engrandece. nada permanece igual ao que era no início. é a prova de que não somos à prova de sentimentos pesados demais, que corações fortes também choram e que segundas chances são reais (para quem merece).

é a chance de ser alguém melhor."

-João Doederlein

POV NARRADOR

São Paulo, 06:00 am

     O despertador rompia o silêncio de um quarto que já não sabia há algum tempo o que era calmaria. Sarah desligou o alarme ainda grogue de sono, a noite não havia sido das piores, mas o cansaço acumulado fazia com que acordar nunca fosse tarefa fácil. Era o primeiro dia de trabalho após uma nova e complicada jornada em sua vida, estava ansiosa e ao mesmo tempo receosa com o que aquele dia poderia representar. Levantou-se da cama, fez sua higiene matinal na maior velocidade possível, incluindo um banho de porta aberta e ouvido atento. Já estava quase chegando na cozinha para preparar algo para comer quando ouviu vir de seu quarto um chorinho agudo e manhoso, este lhe havia acompanhado todas as manhãs – tardes, noites e madrugadas também – pelos últimos cinco meses e meio. Sarah despediu-se da oportunidade de matar sua fome com algo quente e substancial, pegou uma garrafa de água na geladeira e um pacote de biscoito salgado e voltou ao quarto, onde olhos atentos e uma boquinha sedenta já lhe esperavam.

- Bom dia, amor da minha vida! A mamãe também acordou com fome, sabia? - disse com uma voz melosa que fez Ralph balançar o rabinho em seu pé.

     Pegou um pequeno pacotinho do berço que ficava ao lado de sua cama. O pacotinho era Helena, um bebê que chegou inesperadamente, trazendo um certo caos e olheiras mais profundas na vida de Sarah, mas também, uma sensação que a loira achava que nunca seria capaz de sentir, um amor que havia feito seu coração dobrar de tamanho.

     Helena havia chegado após um after regado de bebidas, reconciliações e equívocos. 

FLASHBACK ON

     As gravações do dia 101 do BBB21 causaram uma sobrecarga emocional em Sarah: ver Juliette após tudo o que havia acontecido, relembrar momentos difíceis do seu cancelamento, ter que lidar com as câmeras novamente e todos os gatilhos que aquele lugar despertava nela. Não conseguiu ter a conversa que desejava com a morena, não houve tempo para maiores explicações e havia recebido uma resposta um tanto quanto genérica daquela que mexeu com seus sentimentos e abalou suas certezas durante o programa. Sarah acostumou-se a trancar os sentimentos com os quais não sabia lidar numa caixinha no fundo da sua cabeça complicada, quando se viu balançada pela sua amiga de confinamento, quando percebeu que estava olhando para aquela mulher com olhares mais profundos do que apenas os de admiração por uma amiga, recuou, se fechou, se confundiu e tropeçou. Agora, ali estava ela, arrependida, ainda confusa sobre o que sentia, mas com uma única certeza: de que precisava resolver a situação, queria pedir desculpas, queria conseguir admitir que fez o que fez por medo, receio do novo, do desconhecido, mas infelizmente a conversa teve de ser adiada e a chance de uma reconciliação com quem tanto havia estado em seus pensamentos depois que saiu do programa, estava ainda muito incerta. Não sabia o que lhe haviam dito desde que Juliette havia se tornado campeã, então preferiu resumir a necessidade de uma explicação em poucas palavras e torceu para que a morena lhe desse a oportunidade de diálogo em algum momento menos conturbado.