-Kaeya, me passa o alecrim, por favor. - Pediu o louro, estendendo a mão para o homem cujo estava tendo um delicado caso.
Não eram namorados, afinal, nenhum dos dois haviam tomado a iniciativa de realmente levar o relacionamento pra frente. Não era falta de desejo, definitivamente, ambos amavam e desejavam mais do que tudo estarem perto um do outro.
Mas, no fim, as inseguranças e medos falavam mais alto.
-Com quem está falando, Bedo? - Respondeu o azulado, sentado na cadeira perto da mesa de ingredientes, sorrindo travesso.
-Kaeya não tá na hora d- O azulado pigarreou, interrompendo o alquimista. - Amor, você poderia me passar o alecrim, por favor? - Corrigiu-se, revirando os olhos e sorrindo levemente pela insistência boba do mais alto.
-Claro, querido! - O capitão exclamou animado, levando a mão até o frasco de alecrim e entregando-o na mão do "amigo".
-Você é tão idiota, Kaeya. - Levou as mãos enluvadas até as bochechas do outro, puxando-as para mais perto e assim depositando um selinho na testa alheia.
-Também te amo, principe.
Um silêncio se formou. Não precisavam de mais nenhuma palavra.
O azulado agarrou a cintura de seu amado, ali depositando selinhos carinhosos e demorados. Ouviu Albedo resmungar alguma coisa sobre não poderem fazer nada agora, mas ignorou completamente e continuou a beijar apaixonadamente a cintura sob a roupa. Os pelos louros se arrepiaram, mostrando que Albedo estava se deixando afetar pelo toque alheio.
-Kaeya, por favor.
-Hm? O que foi, querido? - Perguntou, pausando os beijos e olhando para o rosto amado.
-Kaeya, agora não. Eu tô no trabalho, e você me prometeu que ia se comportar. - Repreendeu o alquimista.
-Não fale como se estivesse fazendo algo demais. Só estou beijando meu - interroupeu-se. Não sabia como completar frase. Kaeya temia ser muito pretencioso ao chama-lo de namorado, mas também temia perder todo o avanço na relação ao chama-lo de amigo. Estava numa gilhotina.
-Certo, certo. Escuta, eu realmente não posso beijar você agora. E acredite, eu te beijaria pra caralho agora, se não estivesse muito ocupado. - Declarou Albedo, tentando se afastar do aperto insistente que recebia de Kaeya.
-Tá bom, tá bom. - Soltou as mãos da cintura do loiro, levantando-as como quem se rendia - Só queria deixar claro que ainda não entendo que mal tem você dar uns beijinhos de vez em quando.
-Da última vez que eu me distraí no trabalho eu esqueci de finalizar sua poção, e você falhou no seu plano.
-Ah, aquilo? Eu já esqueci.
-Só tá dizendo isso porque ganhou um novo amante na mesma noite. - Albedo virou-se, ajeitando as luvas enquanto falava.
-É, e eu queria ganhar um namorado. - O azulado resmungou para si mesmo, esperançoso de que Albedo não ouvisse.
E voltou a trabalhar o loiro, testando transmutações novas e aperfeiçoando antigas. Puxou uma folha laranja, morta, ao lado, se concentrando em transmuta-la em algo bonito. Sentiu os átomos se reajustarem em sua mão, o calor costumeiro começando a surgir. E então, como de praste, uma flor bem azul estava alí no lugar da folha morta.
Enquanto isso, Kaeya observava tudo, cada vez mais apaixonado.
-Ainda fico espantado em como é talentoso.
-Algumas pessoas nascem assim por sorte ou algo do tipo. Mas, sabe, eu tenho certeza de que não faço mais do que deveria.
-Mesmo assim, não deixa de ser talentoso. - Declarou o capitão, sorrindo apaixonado para o loiro. - Uma pena que seja tão maldoso comigo.
-Kaeya, já disse que não vou transar com você vestindo uma roupinha de empregada.
-Porque não? É a melhor ideia que já tive! - Exclamou indignado. - Além disso... - Continuou - Acho que você ficaria bem gostoso de saia e meias 3/4. - Fechou os olhos, imaginando a cena.
O alquimista só tratou de se aproximar lentamente, sorrindo provocativo para o azulado.
Quando chegou na frente do amado, levou as mãos até os ombros alheios, forçando a se sentar no colo do citado.
As mãos de Kaeya foram novamente até a cintura de Albedo, agarrando-as com possessão.
-Ah, é? E você quer mesmo isso, Kaeya? Quer que eu sente pra você com um vestido, é? - Provocou o loiro, levando a boca rente ao pé do ouvido do maior.
-Você é um maldito sádico, Albedo. - Comentou.
-Ah, sou? Isso significa que minhas provocações estão funcionando, é?
-Estão. Oh, como estão. Eu tô me segurando muito pra não tirar toda a sua roupa e te foder aqui e agora. - suspendeu a cabeça pra trás, lambedo os lábios no processo.
-Uma pena... - Comentou, se levantando do colo onde anteriormente rebolara e se ajeitando novamente. - Tenho trabalho a fazer, capitão. Por favor, não me desconcentre. - Mudou totalmente o próprio tom de voz, soando sério e responsável agora.
-Saiba que eu te odeio, viu? - O azulado comentou, saindo da sala grande onde o alquimista fazia seus experimentos e ignorando completamente o "também te amo" que ouviu do loiro.
Kaeya estava puto, apaixonado, e ereto.
E Albedo tinha a responsabilidade de ajudar com aquilo mais tarde.
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Poção do amor; Kaebedo
RomanceDois súbitos desejos que se misturaram e acabariam por se tornar somente um: a explicação de um certo alquimista mal organizado sobre o porquê das poções não funcionarem.