Love potion - Bonús 4!

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    Albedo sabia que nunca esteve errado.

    Nunca, em nenhum momento de sua vida.

    Em nenhum momento exceto, é claro, no pequeno incidente que resultou em seu atual namoro e quase noivado, afinal já havia notado que Kaeya ficava nervoso perto de si de uns dias para cá, e o tratava sempre como se estivesse desesperado e ansioso para lhe perguntar algo, muito embora soubesse que "ansioso" "nervoso" e "desesperado" não eram títulos que combinavam muito com seu namorado. Tá. As vezes desesperado.

    Enfim, ignorando completamente seu possivel noivado, o loiro adentrou a caverna de Diluc.

   Iria beber? Claramente não, Albedo não era de hábitos como esse. Pegaria um pacote, que aparentemente Jean havia deixado ali para que Kaeya pegasse mais tarde. Como havia deixado nas mãos de Diluc, não haveria problema algum na entrega do pacote, tinha certeza.

    Exceto que, aparentemente, seu namorado havia decidido ficar doente hoje. Kaeya não era muito propenso a adoecer, tinha uma saúde muito boa para quem trabalhava tanto e descansava pouco. Porém, é claro, ainda era um ser humano. Diferente de Albedo.

    Enfim, foi até o balcão do bar, indo em direção ao ruivo, que limpava um copo com um paninho branco.

– Olha só, se não é o gênio alquimista dos cavalheiros. O que faz aqui em minha humilde taverna?

– Vim buscar algo para Kaeya.

– Suponho que esteja falando do pacote.

– Sim, e Jean está ciente.

– Não estava preocupado com Jean. – Admitiu, sério. – Porque Kaeya não veio? Ficou com medo de mim ou algo do tipo?

– Não. Ele adoeceu.

– Ele quase nunca fica doente.

– Isso não signifca que não fique. Sabe que Kaeya se esforca demais pelo que ama.

– Sei. Sei bem. – Virou-se, caçando algo debaixo do balcão. – Fiquei sabendo que estão juntos. – Comentou. E Albedo sentiu-se queimar. Não era verdadeiramente um segredo que namorava o capitão, mas sua reptução era dada como isolada e fria. Como sua casa. O que, é claro, mudara um pouco por conta de suas visitas mais frequentes a cidade. – Não sei como o cabeça oca do Kaeya conseguiu lhe conquistar, mas espero que sejam felizes. – Se levantou finalmente, entregando o pacote para o loiro.

– Obrigado, mestre Diluc. – Se curvou. – Á propósito, se Kaeya finalmente tomar coragem, está convidado para festa de casamento. – Se virou. – Sei que vocês não vão admitir, mas ambos gostariam que você estivesse presente.

    Diluc suspirou, como se todo o seu passado com Alberich o estivesse engolindo. Era complicado, doloroso.

– Veremos. – Disse, por fim.

   Até que saiu da taverna, respirando o ar puro da cidade. Observou o céu, ainda meio claro. Precisava se apressar em voltar para a casa de Kaeya, ou estaria tarde demais para isso. Tirou um fio de cabelo da frente dos olhos, olhando novamente para as pessoas que passeavam pelas ruas.

  Até que avistou uma garota bem familiar.

   Se recordou, imediatamente, da figura cheia de neve, tremendo de frio e cansada, mas ainda determinada. A figura que, inclusive, havia pego a poção errada.

  Antes que pudesse pensar em se esconder, a garota o havia avistado primeiro, correndo na direção do alquimista com uma feição super alegre para quem havia sido entregue uma poção errada.

– Albedo! – A loira exclamou. – Eu queria agradecer, a poção funcionou melhor do que eu esperava! – Se curvou.

  Funcionou?

– Como você disse, ela magicamente começou a se sentir atraída por mim!

  Como?

– E eu até mesmo pude ver os olhos dela mudarem de cor, como você me disse!

   Os olhos. Os olhos de Kaeya não mudaram de cor.

     Kaeya nunca havia tomado a poção do amor.

     Então como? Como a poção havia falhado? Como haviam se tornado namorados.

     Tudo que ambos acreditavam havia ido por água abaixo. Achavam que aquela poção havia sido o motivo de tudo. E não era.

– De nada... – Foi a única coisa que conseguiu sussurrar em meio ao seu transe. Passou a andar, caminhando em direção a casa de seu namorado.

     Analisou as possibilidades novamente, buscando a melhor das respostas que poderia ter.

1. Kaeya não havia tomado a poção certa.  – Essa havia acabado de se mostrar incorreta.

     Descartada.

2. Kaeya havia tomado a poção de maneira errada – Ainda acreditava que seu namorado não era tão burro assim, mas analisaria.

     E

3. Albedo havia esquecido de algum ingrediente importante.

     Era isso. Como podê esquecer? Lembrou-se de todos os ingredientes que usou na poção. Seiva, sal azul, gelo de excência de slime, calor e folhas de margarida. Nada de pimenta.

     Só havia esquecido do catalizador principal da poção, o que a faria funcionar.

     Riu sozinho enquanto se aproximava da porta da casa do azulado.

     Afinal, mais irônico do que ter começado a namorar o homem de sua vida por conta de um erro, era começar por achar que havia cometido um.

     Se arrastou para cama de seu namorado, se escondendo do frio no corpo ironicamente quente de Kaeya.

– Quando vai criar coragem pra me pedir em casamento?

     O azulado riu.

– Assim que eu conseguir levantar para pegar o anel, meu príncipe. – Tossiu.

– Eu consigo esperar até lá. – Beijou a testa do homem que estava deitado, se acariciando sob as cobertas e sorrindo besta.

Poção do amor; KaebedoOnde histórias criam vida. Descubra agora