CAPÍTULO 4

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                                       ATENA

Eu sinto ele sair de dentro de mim e quando sai totalmente sinto o vazio. Talvez pudéssemos fazer isso de novo, em breve. Para não parecer emocionada, me recomponho rapidamente, tiro um lenço da minha bolsa e me limpo, evitando os olhos desse homem, um homem do qual não sei nem o nome.

Isso nunca havia me incomodado antes, eu sempre abracei a minha liberdade sexual e isso é um tanto quanto estranho. Ajeito meu vestido, o meu cabelo e só depois de estar no controle das minha emoções olho para ele. Aqueles olhos tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes. Calo os meus pensamentos e me viro para a porta.

--Bem, obrigada. Isso foi muito satisfatório olhos bonitos.-- digo enquanto destrancava a porta e abria a mesma. Ele me puxa e me vira para ele.

--É só isso ?? Não vai me dizer seu nome ou me dar o seu número? -- pergunta irritado.

--Por que eu faria isso ? Havíamos concordado que seria uma rapidinha, nada mais. E assim foi e eu gostei, muito, mas agora acabou. --

--Você não vai ao mesmo me dizer seu nome ? --

-- E que graça teria isso ?? -- digo tirando o meu braço do seu aperto e sem dar nenhuma outra chance dele retrucar, vou embora rapidamente.

Quando chego na rua o manobrista vai pegar meu carro e me entrega as chaves. Entro e acelero, quando eu viro duas quadras depois do clube vejo uma mulher com um bebê correndo e a vejo entrar em um beco e colocar a criança no chão. Encosto e vou até ela e é quando a vejo se ajoelhar em frente ao bebê e colocar as mãos envolta do pescoço dele.    -- Morre logoooo, por que você não morre?? Você acabou com a minha vida.-- A mulher louca grita.

A bebê começa a chorar e então me vejo agir rapidamente. Coloco as mãos em cada lado da cabeça da mulher e giro pra esquerda rapidamente. Colocando pressão suficiente para romper os nervos do diafragma dela. Ela cai aos meus pés. Vadia.

Ainda estou perdida até escutar a bebê chorando de novo , olho para ela e vejo que é  uma menininha, está com oque seria um vestido rosa. Ao meu ver ela não tem mais que 1 ano e meio.  Me agacho ao lado dela e a pego. Ela para de chorar instantaneamente e então eu olho nos olhos dela e o meu mundo para.

Tudo para , inclusive minha respiração. Me forço a volta a respirar. Será possível existir essa coisa de reencarnação? Se não, que sentimento é esse que estou sentindo? Como posso sentir que conheço essa bebê com os olhos e a bochecha rosada da minha irmã? Me arrepio inteira só de olhar pra ela e nesse momento a pequena sorrir pra mim e ela me ganha completamente. Ajeitando ela no meu colo , volto para o carro. Porra , como eu vou fazer? Não tenho uma cadeirinha, não tenho nada. Me arriscando a dirigir com a bebê no colo vou para o meu hotel.

Quando estou no meu quarto, levo ela para o banheiro e a limpo. Faço umas ligações e uma hora depois eu tenho tudo. Roupas para ela, fralda, uma mamadeira, e documentos. Uma certidão de nascimento que diz que a Selene Giustiniani é a minha filha, ligo para o serviço de quarto e peço água quente para preparar a fórmula. Assim que a água chega eu preparo o leite ponho na mamadeira e coloco a pequena para mamar. Ela é a coisa mais linda. Meu coração está tão preenchido. Só esteve assim quando Héstia estava ao meu lado e agora tenho uma segunda chance e não vou perdê-la.

                                  MATTEO

Quem é ela? Só pode ser de outro mundo. No momento em que vi aquela deusa grega , com aqueles longos cabelos negros sentada no bar do meu clube, com um vestidinho minúsculo e botas enormes eu soube que tinha que tê-la. Quando ela veio pra cima de mim e eu vi aquela boca rosa e aqueles enormes olhos azuis, algo me tomou e então eu a fodi, fodi até os miolos da minha cabeça já que não consigo deixar de lembrar a sensação daquela bocetinha me apertando.

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