13. A Escuridão

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BUCKY

Parece que eu já estava pressentindo o que iria acontecer, meu coração se apertava ainda mais a cada passo que Sky dava para longe de mim. Eu pressentia que algo ruim aconteceria e rezava para que não fosse com Sky. Eu não me importava se eu fosse alvejado com alguns tiros, fosse atingido por facas, qualquer coisa do tipo ou até mesmo morrer, desde que eu soubesse que a minha garota estivesse bem e segura.

Mas não foi o que aconteceu.

Antes de seguirmos direções diferentes, eu pedi para que Sky tomasse cuidado e não fizesse nada precipitado, ali meu coração se parte em mil pedaço, eu só queria poder agarra-la e tira-la dali, só queria que ela corresse para os meus braços desistindo de seguir com aquilo, eu só queria poder beijar aquela linda boca dela e desfrutar do calor de seu corpo, mas ela faz o oposto de tudo o que eu desejo e segue em frente.

Meu grupo é atacado por homens fortemente armados, mas somos mais rápidos e abatemos uma boa parte deles e detemos a outra parte que restou. Os outros grupos vão até onde o meu estava e eu peço para que recolham tudo o que puderem que logo nossos caminhões chegariam com mais homens para ajudar a levar o resto dos materiais.

Ouço alguns tiros sendo disparados e meu coração dói. Sky, Miles e alguns outros ainda não tinham aparecido, sigo então para procurá-los. Vou adentrando mais ao galpão observando tudo, sempre atento a um novo possível ataque. Ouço um grito que me faz entrar em pânico, pelo barulho não consegui identificar de quem era, mas tenho que estar preparado para qualquer surpresa que me aguardava.

Os tiros cessam e sigo para o local, ao chegar me deparo com a cena. Vejo Miles sangrando e encostado a uma meia parede tentando se proteger e Sky ao seu lado, eles conversam algo que não consigo ouvir, mas os olhos de Miles estavam carregados de tristeza, dor e preocupação com a irmã. Faço menção em correr até a eles, mas mudo de ideia a ver um homem seguindo em direção a eles e eles começam a trocar tiros sem muito sucesso, eu canso e atiro na direção do homem que já cai morto e formando uma viscosa poça com seu sangue e vou em direção a eles, mas os tiros voltam a zunir. Tinha outro atirador.

Vejo Sky se abaixar ao lado de Miles, ela começa a gritar e sacodir seu corpo inerte. Seu rosto brilha e eu imagino que sejam lágrimas, eu sabia o quanto os dois eram próximos, o quanto eram ligados um ao outro e o amor que sentiam um pelo outro. Tudo o que quero é correr até a minha menina e dizer que tudo vai ficar bem e que, se eu pudesse, daria minha vida pela de Miles. Mas quando saio do meu transe vejo Sky se levantar e seguir em direção ao atirador.

- SKY, NÃO! ABAIXA, SKY! – Não consigo conter e grito, mas ela não me ouve e continua.

Vejo quando alguns tiros a acertam de raspão, mas um acerta sua perna esquerda, o que não é suficiente para ela parar. Tento ajuda-la atirando também, mas meus olhos estão turvos e minhas mãos tremulas, eu estava em pânico. Ao mesmo tempo que vejo quando minha menina acerta um tiro na testa do seu oponente, outro tiro vem na direção dela e acerta o abdômen dela que cai no chão com força.

Ali meu coração, que já estava partido em mil pedaços, se parte ainda mais em mais mil. Parece que a cena passou em câmera lenta pelos meus olhos. Vejo Miles deitado no chão em uma poça do seu próprio sangue, dois caras mortos – que eu não dou a mínima – e minha menina caída no chão, finalmente minhas forças voltam e eu corro até Sky.

- Sky! Não! Eu prometi que iria te proteger. Não faz isso comigo, Sky! Por favor – As lágrimas tomam conta da minha visão e escorrem pelo meu rosto.

Ela tenta levar a mão para tocar meu rosto, mas faz uma careta de dor fazendo ela recuar a mão e gemer. Eu não tinha forças para isso, eu não aguentaria perder Sky, ainda mais se fosse em meus braços, sem que eu pudesse fazer nada.

Sob o CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora