Sob o Céu

14. Come back for us, Sky

BUCKY

Os dias sem a presença constante de Sky eram dias obscuros, dias sem sentido, sem cor. Voltaram a ser como eram antes dela, cinza. Não a ter perto era como se um pedaço de mim estivesse faltando, não ver o seu sorriso me doía de um jeito inexplicável, eu não sabia que era tão dependente dela até hoje.

Ver Sky ali, deitada naquela cama de hospital rodeada de fios e tubos que tentavam a todo custo segurar sua vida em nosso mundo era terrível! Nem nos meus piores pesadelos eu presenciei tamanha dor. Eu também não poderia imaginar que alguém causaria tanto efeito assim na minha vida em um curto período de tempo e que me levaria do céu ao inferno na mesma medida.

Sky, a fúria da natureza em forma de gente. Ela era tão pequena e tão gigante ao mesmo tempo, ela era a paz para minha tempestade. Ela era o sol no meu mundo nublado. Ela era a luz nos meus dias escuros. A cor em minha vida cinza. O céu iluminado nas minhas noites insones.

Seu sorriso era o combustível que me fazia querer viver cada dia e pensar em não o ter mais era como viver sentindo a dor de cacos de vidro perfurando meu coração a cada batida, uma dor aguda e lancinante. Eu estava fazendo o possível para me manter forte, porque no fundo eu sabia que ela ia sair dessa, eu me apegava ao pouco de fé que eu tinha e pedia a Deus, deuses, todos os santos e até mesmo as máquinas que a mantinham ali que ela saísse viva e bem dessa.

Ah! Vocês devem estar se perguntando sobre Miles.

Miles Alexander Sullivan, que belo nome, não acham? Mas enfim... Como vocês bem sabem, Miles passou por uma cirurgia igualmente delicada, a bala que o atingiu no abdômen entrou e saiu, outra bala que o Dr Lucas não citou atingiu sua clavícula, mas que também não causou nenhum dano grave, por causa desse tiro ele fraturou a clavícula, mas já está se recuperando. Mas o maior susto foi a da bala que estava alojada em sua coxa, por muito pouco a bala não perfurou a artéria femoral de Miles, por ter perdido muito sangue, ele também precisou de transfusão, todo o Complexo ao ficar sabendo do estado dele e Sky se dispuseram a doar, apesar de alguns não possuírem o mesmo tipo sanguíneo, eles fizeram essa boa ação. Eu gostaria de ter feito a minha parte e ter doado também, mas, como sabem, Steve, Dr Banner e eu, não pudemos doar.

Miles foi liberado 5 dias após o ocorrido, sendo aconselhado a ficar no Complexo de repouso enquanto ele estava usando a tipoia, mas ele era teimoso e estava preocupado com o estado de saúde de Sky.

- E aí, Sargento. – Mal ouvi quando ele entrou no quarto, meu extinto de caçador estava em stand by por causa de toda minha preocupação com Sky, eu estava sentando ao lado da cama dela, com a cabeça baixa e segurando sua mão.

- Oi, Miles. E pode me chamar de Bucky. – Acabo dizendo baixo.

- Eu sei, mas não consigo me adaptar a essa "vida dupla". – Miles fala fazendo as no final e eu esbouço um meio sorriso para ele. – Como ela está?

- Ainda na mesma, as enfermeiras passam aqui de tempos em tempos para verificar os sinais dela. – Nesse momento eu olho para o lindo rosto da minha Sky. – Mas até agora ela permanece na mesma, as vezes penso que ela está dormindo e sonhando tendo dias felizes.

- Precisamos nos apegar a isso mesmo, a imaginar que ela está sonhando, Sargento. – Percebo que Miles fica sem saber o que dizer para me confortar e, até mesmo, confortar a si próprio. – Mas os médicos falaram se o inchaço do cérebro dela diminuiu?

- Sim, quanto ao inchaço, os médicos disseram que o organismo de Sky tem respondido bem ao tratamento, mas eles ainda não sabem o porquê que ela ainda não acordou ou deu algum sinal que iria acordar.

- Até nessas horas Sky é teimosa. – Ele sorri e se aproxima mais da cama e pega sua outra mão. – Ei, maninha. Eu não poderia imaginar que você era tão teimosa assim, mas espero que você se recupere logo e volte para nós. Meus dias não são os mesmos sem ter você, sem poder perturbar com você e quando você chegar ao limite me chamar de idiota. Eu não permito que ninguém mais me chame assim a não ser você. Eu prometo que sempre que a. sobremesa for pudim, eu vou te dar o meu. Prometo que, assim que você sair dessa, vou deixar você escolher qual será nossa diversão do final de semana, por mais que você considere ir à biblioteca municipal como diversão. Eu te amo, tampinha. Trate de sair logo dessa.