Sob o Céu

16. Home Sweet Home

Sugestão da autora: coloquem a música para reproduzir quando Sky sair do banho. A cena é bem rapidinha, por isso não coloquei a música completa.

SKY

Eu consigo lembrar de tudo o que aconteceu naquele dia, cada instante que antecedeu o fatídico momento em que perdi a consciência. Lembro da dor que foi ver Miles baleado e sangrando naquele chão. Lembro da dor ao ver ele desacordado e ter pensado que eu tinha o perdido, eu não conseguia pensar em viver uma vida sem a presença de Miles, sem suas piadas idiotas, suas brincadeiras que me tiravam do sério, seus comentários ácidos e seu humor incrível. Ele é minha outra metade.

Lembro também da dor estampada no rosto de Bucky ao me ver ser atingida, da agonia em sua voz cada vez mais distante. Eu só queria ter podido dizer a ele que ficaria tudo bem, mas eu não pude e não tinha a certeza se ficaria mesmo, pois eu não queria também ter que viver uma vida sem a presença do meu melhor amigo.

Mas tudo ficou bem! Miles estava vivo e bem, ele se livrou da tipoia na mesma semana que acordei do coma e estava todo feliz por estar livre. Ele sempre me ajudava como podia e quando Bucky permitia.

Miles, Bucky, o Capitão Rogers, ah não! Steve... Ele me pediu para o chamasse de Steve, e Sam eram presenças constantes no meu quarto. Confesso que as vezes eles conseguiam me deixar louca com toda aquela bagunça que faziam quando estavam todos juntos. Miles já não chamava mais Bucky de Sargento e sim de Bucky, o que para mim era incrível. A conexão dos dois tem crescido a cada dia mais e eu não poderia estar mais feliz com isso, afinal eles eram os homens da minha vida, o meu irmão e meu oficialmente namorado.

Algumas vezes eu senti falta do silêncio, mas só bastava um deles não ir me visitar que eu já sentia ainda mais falta da bagunça. Uma vez acordei no meio da noite e tive uma visão que aqueceu meu coração.

Bucky estava deitado comigo na cama, espremendo seu corpo grande e musculoso entre as grades da cama e eu, tentando ao máximo me manter confortável e segura em seus braços. Já Miles, Steve e Sam dividiam um pequeno sofá. Com Steve em uma ponta, Sam no meio dormindo com a cabeça encostada no ombro de Steve e uma perna estranhamente jogada em cima de Miles e Miles deitado na outra ponta do sofá também estranhamente largado, mas todos pareciam tão confortáveis ali que eu me senti imensamente feliz e grata por tê-los ali comigo. Não pude conter as lágrimas de felicidade que caíram ao ver aquela cena, três caras fortes e durões dividindo um minúsculo sofá só para estar ali comigo. E Bucky, o tão temido e famoso Soldado Invernal, criado para ser uma máquina de matar da Hydra, ali deitado de forma tranquila e relaxada ao meu lado.

Eu não poderia ser mais abençoada.

Também recebi algumas flores vindas dos colegas do Complexo, me parabenizando por ter concluído a missão e comemorando que eu estou bem. Eu não tinha muitos amigos lá, mas com aquele gesto pude me sentir acolhida de uma forma que nunca senti antes e aquilo me emocionou de verdade, porém eu sabia que aquilo não duraria tanto tempo assim.

(...)

Finalmente chegou o dia que eu teria alta, eu já não aguentava mais ficar naquele hospital e ter que fazer exames todos os dias, eu já estava me sentindo super bem, pronta para ir para casa e voltar a minha rotina de treinamentos, mas o Dr Lucas me proibiu de voltar com toda a minha rotina, devido o trauma, eu deveria passar por uma readaptação aos treinos e pegar leve por enquanto, ele também me disse que eu precisaria voltar a todo mês para uma consulta de rotina, só para saber como eu estava evoluindo e principalmente se eu não fiquei com nenhum sequela do ocorrido.

Durante o tempo que fique no hospital pude ouvir de todos as versões do que aconteceu no dia, apesar de lembrar de tudo, eu queria saber pelo ponto de vista de cada um que esteve lá e que cuidou de mim. O primeiro a conversar comigo foi o Dr Lucas, ele me disse que nunca havia visto uma recuperação como a minha, devido a pancada o meu cérebro inchou e por isso precisaram me induzir ao coma e aos poucos foram diminuindo os medicamentos para que meu organismo pudesse reagir sozinho, o que de fato aconteceu, mas eu ainda permaneci em coma e do nada, Bum! Eu acordei quando Miles disse algumas palavrinhas para mim.