Os guardas da pedra

Cap VI

- Bom dia, flor do dia!

Abri meus olhos lentamente para encarar Ly, que estava abrindo as janelas e sorrindo para mim.

A noite passa tinha sido muito longa e pesada, ainda mais para mim que sou humano. Não voltaria a uma festa dessa tão cedo.

Me levantei, com o corpo e os olhos ainda em reprovação da movimentação. Ainda estava cansado e enjoado. Noite passada, quando eu e Ly chegamos na casa dela, eu corri para o banheiro e botei para fora toda aquela bebida que eu fui obrigado a beber. Não tive paz nem mesmo na madrugada, tive que correr escada acima três vezes para vomitar a bebida que não parecia ter fim. E pelo visto, minha manhã não seria muito diferente.

Dei bom dia para Ly, e já corri em direção ao banheiro. Botando todo aquele liquido para fora de novo. Minha garganta já doía em reprovação a aquele liquido saindo.

Uma batida soou na porta, mas eu não podia aprovar a entrada de Ly, pelo menos não enquanto eu me encontrava naquele estado. Não acho que ela acharia agradável me ver ali.

Sem minha resposta, ouvi a porta se abrindo, então ergui um pouco minha cabeça da privada e disse rapidamente:

- Não entre. - Dei mais uma vomitada e ergui minha cabeça novamente.- A não ser que queira ver seu vaso todo sujo de uma substância não muito agradável.

Ouvi Ly rir enquanto ainda abria a porta. Confesso que não me sentia confortável com Ly prestes a entrar no banheiro e ter a linda imagem do meu corpo ajoelhado na frente do vaso.

Ly entrou e veio na minha direção, se ajoelhando ao meu lado e dizendo:

- Aqui. Pegue isto. - Ela me deu um pequeno frasco marrom com um liquido dentro.- Vai ajudar a aliviar o enjoo.

Eu peguei o frasco ainda ajoelhado, e perguntei para ela:

- Você tem certeza? - Me virei para o vaso e vomitei de novo.

- Absoluta.

Ly se levantou e saiu do banheiro, enquanto eu não conseguia me levantar sem sujar o chão de mármore verde claro de Ly inteiro.

Abri o pequeno frasco e bebi metade dele. O gosto era horrível, o cheiro era de madeira queimada. Seu eu sobrevivi aquilo, sabia que sobreviveria a qualquer coisa.

......

Os enjoos foram passando aos poucos depois que tomei aquele remédio, - não sabia bem como chamar aquilo- eu me sentia melhor aos poucos e mais preparado para continuar minha longa viagem. Precisava encontrar aquele rio o mais rápido possível.

Meu braço já estava quase completamente sarado, sentia um pouco de dor apenas no banho, então não me incomodaria muito durante a viagem.

Eu iria apenas me sentar com Ly para tomar o café e agradecer ela por toda gentileza que ela teve comigo durante esses poucos dias. Mas isso seria até fácil, o difícil mesmo seria me despedir dela, afinal já éramos amigos, de acordo com ela e com meu coração.

Minha bolsa já estava arrumada para partir. E vê-la pronta para continuar a jornada me deixou triste, mas ao mesmo tempo feliz de saber que conheceria novos mundos e de que conheceria o mago de veludo, ele deve saber esclarecer algumas dúvidas minhas sobre meu avô.

Ly me chamou para tomar café na cozinha, que ficava em uma porta do lado direito do inicio das escadas. Passei por um emaranhado de cortinas e me sentei na mesa na cadeira ao lado de Ly.

Ly, por algum motivo, adorava a cor verde, seu banheiro e sua cozinha eram praticamente da mesma cor, a única diferença era que sua cozinha era repleta de plantas e flores. Duas coisas que Ly amava, plantas e a cor verde.