One-Short

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Em uma realidade alternativa, Naruto Uzumaki teria sido o filho secreto de Kushina e Minato, ele teria crescido odiado pela vila e condenado ao ostracismo. 

Em uma realidade alternativa ele teria crescido, se tornado um genin e nunca considerado Gaara mais do que um simples amigo, ele teria lutado em uma guerra e quase perdido Kurama, seus amigos teriam sido presos em um mundo de ilusões e ele seria obrigado a lutar com uma deusa para recupera-los.

Em uma realidade alternativa, ele teria viajado para a lua e finalmente percebido o seu amor pela princesa Hyuuga, teria a namorado, casado e tido filhos e só então se tornado Hokage.

Mas a questão é: está não é essa realidade, porque neste universo sim, Naruto é ainda o filho secreto de duas lendas shinobis, ele ainda possui Kurama presa em seu interior, ele ainda é considerado um monstro por muitos e ainda é condenado ao ostracismo.

A diferença? A diferença é que ele nunca considerou Gaara apenas um amigo, isso porque na época em que se encontraram não foi momentos antes de seu primeiro exame chunin, não, isso fora bem mais cedo, aos seus nove anos. O loiro tinha acabado de entrar na academia a poucos meses e não tinha feito muitos amigos, ou melhor, praticamente nenhum.

Por causa disso Hiruzen Sarutobi, no momento em que foi notificado da chegada do Kazekage pediu para que buscassem o seu neto adotivo. Diferente da outra realidade, nesta, o Sandaime tinha um verdadeiro apreço pelo menino e lutava um pouco mais, se não pela forma como os outros o tratavam, mas para pelo menos ser capaz de nutrir a necessidade de carinho e atenção do menor.

Por que ele mandou chamar o neto quando o Yondaime apareceu? Simples: porque o outro Kage estava trazendo o seu filho caçula com ele.

Rasa no Sabaku provavelmente não sabia que seus conselheiros estavam vendendo informações ilegais sobre a sua vila, então ele provavelmente pensava que Sarutobi não sabia realmente quem a outra criança era e o motivo de traze-la.

Gaara no Sabaku, filho do Yondaime, era um jinchuriki e por causa do estado decadente do seu selo e a forma como era instigado e humilhado, o tornavam uma criança facilmente inclinada para a dor, ninguém ensinou o garotinho a como se controlar ou se posicionar e isso o tornou suscetível ao tratamento desprezível dos aldeões de Suna.

"Jiji?" Naruto chamou da porta "Você tem uma missão para mim, dattebayo?" Os olhos do menino chegaram a brilhar de emoção com a pergunta.

"Ainda não Naruto" O menino se desanimou um pouco "Mas-" Ele voltou a ser uma bolinha saltitante de esperança e alegria "Virá um menino para cá hoje com um velho conhecido e eu imaginei que talvez vocês pudessem ser amigos" Naruto voltou a ficar triste "O que foi Naruto? Você não quer novos amigos?"

A criança balançou a cabeça aflita, não era esse o motivo de sua tristeza.

"Não Jiji, eu quero amigos, mas ninguém quer brincar comigo, tenho certeza que ele vai fugir assim que olhar para as minhas marcas" O loirinho colocou as mãos sobre a bochecha "Ou ele vai rir de mim ou ele vai correr"

Sarutobi quase teve o coração partido pela frase do menor e se culpou por não poder fazer muito mais para ajudar, ele tentou inicialmente ajudar as pessoas a entenderem que a Kyuubi e seu neto não eram a mesma pessoa, ele tentou fazer da criança um herói, depois uma vítima e por último até mesmo tentou apelar para a humanidade de seus cidadãos, mas nada deu certo e ele aprendeu que o melhor era deixar para lá e se concentrar em fazer o seu melhor para auxiliar Naruto no que ele pudesse em vez de colocar todo o seu foco no que estava fora de seu alcance.

Ser Hokage não significava que ele tinha o poder de controlar o pensamento das pessoas, eles ainda eram indivíduos únicos com mentes próprias e preconceitos próprios.

O Sandaime sabia que não poderia explicar o motivo do porquê ele sabia que isso não aconteceria, então apenas se resignou a aguardar a chegada de seus convidados, algo ao qual, não se arrependeu. Sarutobi sabia que seu colega Kage tinha três filhos, mas os dois mais velhos não haviam puxado seu cabelo ruivo então foi uma surpresa bem-vinda ao se deparar com o caçula.

O cabelo do mais novo não era apenas ruivo, não, ele era um vermelho ardente, um carmesim perigoso que o lembrava do sangue. O ruivo do pai do menino era apagado, quase um vinho desbotado, mas o do pequeno Gaara dava para ver a vida correndo por cada fio, o próprio sangue bobeando.

E os olhos? O que ele poderia dizer daqueles olhos tão velhos para o seu corpo? Aqueles olhos não eram de uma criança, mas de um soldado forçado a aposentadoria depois de passar anos convivendo intimamente com os horrores da raça humana, aquelas belas crisoprásias escurecidas pela dor e sofrimento eram de calar qualquer um que já teve o desprazer de enfrenta-las e o real fator selante: a pele pálida. Para uma criança que crescerá no deserto, o menino era um pálido doentio, tão assustador que lhe dava um arrepio, quase o fazendo engolir em seco.

A criança não era uma criança, era um demônio enfurecido. Sarutobi se surpreendeu com seu próprio pensamento direcionado ao mais novo visitante, mas por toda a força do seu ser ele não conseguiu descrever aquela figura em outras palavras. Se o menor era capaz de causar medo até mesmo em seu coração lapidado pela guerra, então não havia nada mais o que aquele olhar não poderia fazer. Gaara nem se portava como uma criança, ele não tinha o passo alegre e a leveza da infância.

A aura que envolvia o petiz era pesada, era um espírito de caçador, um predador ansioso pela sua próxima refeição, não havia amor ao seu redor, apenas angustia, medo e terror.

"Hokage-sama" Sarutobi fora surpreendido pelo cumprimento educado, mas só o fato de o Kazekage não ter aproveitado para ter pulado em cima sobre esse deslize era um sinal claro de que o outro homem entendia bem de onde vinha sua falta de cortesia.

"Kazekage-sama" O pobre homem teve alguns problemas para se recompor "De-" Ele fora interrompido por um semi-grito admirado nas suas costas.

Bem, parece que ele não fora o único pego desprevenido pela aparência do estrangeiro.

"U-Uau!" Naruto chamou baixinho, nem em todos os seus poucos anos de vida ele conhecerá alguém tão exótico "Lin-Lindo"

Não havia como ninguém na sala perder o tom de admiração do jovem, parecia que lhe faltava palavras no céu de sua boca para descrever sua reverência e isso desconcertou ambos os Kages presentes no local. 

Gaara fora pego desprevenido já que nunca tinha ouvido aquelas palavras sendo direcionadas a sua pessoa, mas externamente não deixou-se mostrar tais emoções, ele encarou a criança a sua frente com frieza e não se importou a reconhecer a presença do outro Kage na sala, era inútil e sem sentido, se seu pai achava que podia impedi-lo de algo estava muito enganado, tudo o qu-

"Ji-Jiji!" Naru saltitou com o rosto brilhante "E-Eu quero me casar com ele" O menino loiro deu um sorriso de rasgar o rosto e gritou todo animado.


...


Que?


...


QUE?


...


ESTE MOLEQUE TEM PROBLEMAS!?


...


Pela primeira vez Sarutobi pensou assim.


Minha divindadeOnde histórias criam vida. Descubra agora