Sasuke & Hinata. (Sasuhina)

Planos.

Faz alguns dias desde a chegada de nosso querido casal à residência Uchiha. E finalmente o dia de ingressarem nas empresas um do outro havia enfim chegado.

—  Amor? — Sasuke chamou estranhando a demora da esposa que tinha ido pentear o cabelo no banheiro e já estava lá a pelo menos 10 minutos. — Seu café vai esfriar! — A alertou enquanto terminava de vestir o terno.
— Já vou querido! — Mentiu frente ao espelho tentando recuperar a respiração.

A verdade era que desde pequena Hinata aprendeu que deveria estar quieta, sempre calada. Nunca dizer seus reais sentimentos, e se estivesse doente deveria se curar sozinha, sem ajuda de ninguém. Naquela manhã ela vomitou tanto que seu estômago dava cambalhotas.

— Desculpe o atraso, eu só…
—  Amor você está pálida — O Uchiha correu ao seu socorro tocando a testa úmida de suor frio. — Você está bem? O que está sentindo?
— Eu… — Olhando para a mesa à sua frente viu o que mais amava comer, rolinhos de canela. Isso foi um gatilho.

Sasuke estranhou quando a esposa o empurrou e correu para o banheiro. Desta vez não trancou a porta, assim dando acesso auditivo e visual do que fazia lá dentro.

— Querida, você não está nada bem! Vamos eu vou te levar ao hospital — Alertou.
— Não se preocupe...estou bem
— Não, não está!
— Não vou deixar de trabalhar por um simples mal estar — Anunciou a azulada. 
— Tsk! Como você é cabeça dura! — Riu o moreno. — Vem sentar aqui, vou pegar uma água.

A conduziu até a cama e saiu do quarto. Desde que voltaram da viagem de lua de mel ouviram poucas e boas de Karin. Então resolveram a comer ou fora de casa ou dentro do quarto.

— Aqui está! — O moreno voltou com um copo de água cristalino.
— Arigato! — Pegou e o bebeu lentamente então se dirigiu até a varanda e pode enfim respirar. — Tá vendo? Eu só precisava de um ar, me sinto bem melhor agora.
— Tem certeza? Vamos ao hospital por garantia!
— NÃO! — Quase gritou fazendo Sasuke arregalar os olhos. — Digo… já estamos atrasados. Ir a outro lugar só iria nos atrasar ainda mais.
— Tem certeza? — A encarou sério com uma sobrancelha erguida.
— Sim, agora vamos — Pegou a bolsa e a pasta de documentos sobre a cama e o tomou pela mão.

Realmente estavam atrasados, já passava das 8, e tanto Fugaku como Hiashi não toleravam atrasos. Sasuke dirigia enquanto Hinata olhava alguns documentos e ambos falavam sobre. 

— Não acredito que você ficou acordada até 2 da manhã preparando isto.
— Foi preciso, aqui tem todas as análises que você me deu dos últimos 7 anos da empresa Sharingan mais meu plano de controle — falou a perolada inerte com os papéis.
— Acha que podemos mesmo salvar a empresa e o clã? — perguntou o moreno receoso.
— Temos que pelo menos tentar. E estamos fazendo o possível e o impossível para isto acontecer. — O corrigiu.

Foi tudo rápido demais. Quando Sasuke pôs os olhos na estrada novamente o carro bateu de frente com uma criança que atravessava a faixa de pedestres no sinal verde. O barulho do carro se chocando em algo, o pequeno corpo sendo atirado ao longe, o grito de Hinata.

—  MEU DEUS! — Sasuke abriu a porta rapidamente e correu para junto do pequeno garoto.
— VOCÊ ESTÁ BEM? ESTÁ CONSCIENTE? — Hinata sacudiu o garoto.
— Estou um pouco tonto… — Pôs a mão na cabeça.
— ESTÁ MACHUCADO? ESTÁ DOENDO EM ALGUM LUGAR? — O Uchiha estava desesperado.
— Desculpa moço! Eu pensei que dava tempo atravessar, e não tô sentindo nada não! — Um alívio tomou conta dos dois.

Ao olharem melhor o garotinho constataram que pelo tamanho ele tinha menos de 10 anos, usava um uniforme de uma escola pública e ao que parecia sua mochila havia o protegido do impacto. Ele tinha olhos violeta e cabelo acinzentado.
— Qual é o seu nome? — perguntou a perolada.
— Unmei! — respondeu sorrindo.
— Certo Unmei, quantos anos você tem? — Foi a vez de Sasuke perguntar.
— 8! — respondeu verificando a mochila.
— Estava indo para a escola não era? — perguntou a azulada. — Porquê assim como nós, você está atrasado, certo?
— Bom... eu fiquei até tarde ensaiando! — Estendeu um livro de músicas. — Eu quero ser cantor, se eu virar um cantor famoso posso ter dinheiro pra comprar muita comida para minha família! — falou com convicção.
— Como assim? — O casal se encarou antes do moreno perguntar.
— Minha família não tem muito dinheiro.... a minha mãe trabalha o dia inteiro de lavadeira. Minha one-chan mais velha estuda à tarde porque pela manhã ela cuida da minha one-chan bebezinha, e meu nissan trabalha até tarde num restaurante de garçom. — Explicou o garoto. Então os 3 ouviram o buzinar dos carros atrás.
— Certo. Para isso precisa se dedicar à escola. Não precisa só cantar bem. Onde fica sua escola? — questionou o moreno.
— A três quadras a frente, senhor.
— Aceita uma carona? É o mínimo que podemos fazer por você agora! — disse a perolada sorrindo gentilmente.
— Obrigada tia!