VI - If i'm a bad person, you don't like me, well, i guess i'll make my own way.

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Um vento gelado inesperado soprava na parte de fora do salão, e a ideia de Liza de sair para respirar ar fresco virou-se contra ela. Tinha o rosto vermelho, não apenas pelas cervejas ou o frio recente, mas por toda frustração de, mais uma vez, tentar se adaptar ao jeito de Jungkook. A garota não o odiava, e sabia que, bem no fundo, ele era uma pessoa boa, gentil e cativante. Sabia de sua boa relação de amizade com os outros membros e que, pelo menos nessa parte, o que mostravam ao público era a verdade.

Mas tentar transformar aquela relação que tinham, no pé em que estavam, em uma até um pouco próximo de uma amizade parecia uma tarefa impossível. Ao mesmo tempo, ela entendia porque: ficava extremamente desgastada e irritada por existir alguém tão rancoroso e cabeça dura quanto Jeon Jungkook.

Ao menos o vento a fez clarear as ideias. Caminhou pelo pátio, por entre os carros abarrotados no único espaço que tiveram para estacionar, e pensou consigo mesma quão grande fora o erro de ter ido parar naquela festa. Jungkook já não a deixava em paz com toda a história da fatídica noite em seu apartamento, e por mais que ela pudesse apenas ignorar suas zombarias, sentia-se ligeiramente afetada, e não entendia esse sentimento.

Ela achou o carro de Yoongi, parado em um canto um tanto mal iluminado e Liza percebeu como tinham pego uma das piores vagas por serem os últimos a chegar. Encostou a cabeça no vidro da porta do carona, bufando, querendo desaparecer daquela festa. Não fazia ideia de que horas eram, mas iria pegar um táxi se fosse preciso para ir, mesmo sem Candice.

Liza não o viu chegar, mas de repente o cara de preto estava parado à frente dela, respirando fundo, com um olhar intenso. Ele não disse nada, só tirou umas chaves do bolso e destravou o carro logo à frente dela, vizinho do carro de Yoongi. A Mercedes Benz deu um apito quase inaudível e ele abriu a porta de trás, olhando-a novamente.

— Entra no carro.

Ela demorou alguns segundos para entender que ele estava falando com ela.

— O-o quê?

— Liza... — ele bufou, impaciente — Entra na droga do carro.

Alguma coisa naquele olhar zangado fez Liza tremer as pernas, e uma sensação estranha no estômago a impediu de dizer não. Zonza, ela caminhou até o carro e entrou no banco de trás, sendo empurrada por Jungkook, que entrou logo em seguida, batendo a porta.

— Mas o que você qu...

Ela não foi capaz de terminar a frase pois foi engolfada pelas mãos de Jungkook em sua cintura, puxando-a tão perto como jamais estiveram e a outra agarrou com vontade os cabelos em sua nuca, puxando sua cabeça para trás e dando espaço para que a boca dele atacasse seu pescoço, orelha, colo, tudo que havia direito naquela região.

A aproximação foi tão fugaz que Liza não teve reação. Por um minuto, pensou que estava delirando pelo álcool. A respiração pulsante e quente dele perto de si era uma alucinação, só podia.

— Jungkook... — ela murmurou quando reencontrou sua voz, mas saiu tão baixa que ela pensou ter imaginado. Ele a puxou para mais perto, quase em seu colo, as mãos tão firmes em sua cintura, como se esperasse que ela fugisse.

— Não fala... — a voz dele saiu tão baixa quanto a dela, e seus beijos, mordidas, língua ou seja lá o que ele estivesse fazendo no pescoço dela foi descendo deliberadamente até o colo, em direção aos seios.

Um calor inexplicável tomou conta do corpo de Liza. Ela estava bêbada, sem dúvidas. Essa era a única explicação do porquê ela não o havia afastado, do porquê automaticamente ergueu o corpo para que ele alcançasse o meio dos seios mais rápido. Só podia ser isso para que ela explicasse porque aquilo estava tão bom.

Focus of my blur: filme IOnde histórias criam vida. Descubra agora