Eco patético

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Curioso quantos sons podemos combinar
Diversos ritmos podem se encontrar
É muito fácil apreciar uma bela melodia
Aquela que a gente sente que está em sincronia
Mas as vezes, temos uma dose a mais de teimosia

Em insistir demais ao juntar dois ritmos
Quando já não somos mais os mesmos
Eu pulso em uma nova melodia
Busco uma nova moradia
Para ser da minha arte, sua estadia

Tudo é muito insano, eu curto uma adrenalina
Infelizmente essa é a minha sina
Sentir o sangue ferver, isso me alucina
Pois parece que estou minimamente viva para reagir
De modo que algo vá erigir

Eu sinto que preciso de um maestro
Que me permita realizar um encontro
Entre mim e minha própria partitura
É uma tortura
Uma infindável amargura

As vezes me sinto tão estranha, sentada em frente a mim
Pois vejo no meu reflexo um sangue de tom carmesim
Escorrendo do meu corpo, mas não sei da onde
Onde raios essa ferida se esconde?
Me apavora enquanto sei que se expande

Perder e reencontrar o sentido
Constante perdido
Constantemente encontrado
Um grande teatro, um drama epopeico
Somos o grande herói e também o vilão patético

Tenho vício em tentar juntar melodias
No entanto, elas isoladas já estão sucumbidas
Desmoronando por serem mal construídas
Uma arte abstrata, incapaz de ser cantada
Incapaz de ser tocada

Eu quero coisas de valor intangível
Que parece impossível
Estar ao meu nível
Pois eu me sinto tão medíocre
E com esse pensamento eu faço um auto massacre

De todas as conexões que criei
Eu me perdi enquanto me aventurei
Aperto as minhas mãos criando um curto circuito sanguíneo
Meu coração temporariamente segue num caminho retilíneo
Mas tô bem
Digo isso constantemente independente de para quem

Contos que fazem pontosOnde histórias criam vida. Descubra agora