Um episódio complicado de engraçado

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Às vezes a gente se sente meio vazio
Um pouco triste, num mundo um tanto sombrio
A vasta desolação cantando uma canção
Nos seus ouvidos, chegam espinhos que fazem uma pequena lesão
Mas tudo bem, você prometeu a si mesmo que seria resistente
Que não se permitiria fenecer no ácido envolvente 

Antes você se considerava num estado vazio, mas inconscientemente
Não percebeu que enquanto se lamentava, tombou para a tristeza, pegadinha da mente
Uma pegadinha, uma mentira, você se sentiu vazio, mas nunca esteve de fato, oco
Você sentiu muito e acabou anestesiado, sentindo pouco
Mas o seu conteúdo sempre esteve ali, juntinho
Uma picada de vida e agora está insensibilizado a si, perdidinho

Relembro de episódios anteriores a esse, onde me senti exatamente desta maneira 
E quando passou, eu disse que tinha superado, que asneira
O ser humano é tão falho e miserável
Às vezes não enxerga o quanto é lamentável
Nunca sair da mesma situação
Se enganando supondo que encontrou a solução  

Eu curto uma história trágica e dramática, considero uma piada
Não é por mal, sei que é uma lástima, porém às vezes sou um pouco sádica
Que coisa! Encontrei-me de novo, na mesma situação
Mas agora tenho uma arma nova para a mesma assombração 
Um dia eu vou te superar e de fato, te abandonar 
No passado, onde você não vai mais me encarar e nem desafiar

Agora já passou, nem sinto mais
Mas estou embarcando em outro barco encostado no cais 
Vivo como nômade emocional, tragicamente teatral
De tanto que parece encenação a mudança drástica de emoção
Agora, tcharam, estou com raiva e digo que vou bater palmas 
Contudo, agora tenho um pandeiro e seco lágrimas 

Às vezes a mente fica tão cansada da gente
Que desenvolve seu próprio entorpecente 
Uma dose de loucura, um narcótico que te leva a altura
De esquecer o que está perfurando, porque constantemente está se anestesiando
Um dia eu me resolvo, juro que desenvolvo 
O fim desse teatro, baseado num fato que eu queria que não fosse real
Ou sei lá também, a dor é bela, um viva ao ser que se diz racional 


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