- Aonde pensa que vai?
Era tudo o que ele dizia enquanto me segurava como se eu fosse um filhotinho, mas ao inves de me erguer pelo cangote, era pela a minha mochila, o que era ainda mais vergonhoso. Meus pés estavam longe do chão conforme me encontro nessa situação. Vendo que eu não tinha escapatória, não podia fugir dele e nem mesmo me esconder, eu me dou por vencida e deixo toda a adrenalina ir embora e desisto de lutar, as lagrimas começam a rolar por meu rosto conforme meu corpo tremia pelo medo. Eu iria morrer, eu sabia disso, não havia fuga. Minha mãe nem estava no país, eu não falava com as minhas irmãs, não era proxima de ninguém da família e tudo o que tinha para sentir minha falta era a minha gata Afrodite que deveria passar a noite miando se perguntando porque eu ainda não cheguei, meus amigos e colegas provavelmente só iriam descobrir pelos jornais. Ninguém ia notar meu sumiço até acharem meu corpo. Não sei por quanto tempo fiquei chorando até meus pés tocarem no chão lentamente e eu ouvi a voz daquele homem outra vez.
- Porque está chorando? - Ele perguntou, um tanto absorto da situação.
- M-minha gata...- Guaguejando eu começo. - Por favor ela só tem a mim. Ela vai morrer de fome sem mim. - Minhas palavras saem em meio ao choro e ao soluço, mas tento manter meu queixo erguido enquanto imploro a ele. - Por favor, me deixe ao menos achar uma casa pra ela antes de você me matar.
Isso parece deixar ele confuso, ele tomba a cabeça novamente daquela forma que fazia ele parecer ainda mais um animal. - Te matar? Quem disse que eu ia te matar? - E agora eu quem fiquei confusa.
Dou uma fungada e olho para ele com meus olhos castanhos agora avermelhados pelo choro. - Não vai? - Pergunto e ao que ele responde com uma sacudida de cabeça e eu sou tomada por um ódio profundo. Pego minha mochila e jogo contra ele, o homem o segura em suas mãos enquanto eu ponho as minhas mãos na mochila e o empurro para tras. - ENTÃO PORQUE DIABOS VOCÊ ME FEZ PASSAR POR ESSE INFERNO?!!
- O que?! Você está brava porque não vou te matar? - Ele parecia ainda confuso mas não recua dos meus empurrões até que ele firmou seus pés no chão e eu não consegui mais afastar ele. - Eu não vou te matar, eu só queria conversar.
Com essa sua fala, olho seu rosto, notando que estava normal novamente. Que merda estava rolando aqui?
- Então porque simplesmente não disse isso?!
- Porque preciso te levar para um lugar. - Ele parecia estar sendo sincero, ele estendia minha mochila que eu logo a pego a segurando na frente do corpo. - Como você não parecia disposta eu ia precisar te levar a força.
Pressiono meus dentes, o medo voltando mas eu não tinha forças para correr novamente. - A força? Como isso não é perigoso?
- Eu disse que não ia te matar, - Então ele sorria novamente, sem presas mas anda ameaçador. - Não que eu não sou perigoso.
- RÀ! - Exclamo. - E ainda quer que eu vá conversar com você nesse tal lugar?
Ele parecia perder a paciência novamente, mudando o peso de uma perna e parecendo mais alto. - Você vem por bem ou por mal?
-EPA! - Ergui uma mão em alerta, - Não precisa ameaçar, eu não disse que não ia. - E tinha escolha? - Só me deixa alimentar a minha gata. - Pedia o que ele me responde apenas com um olhar, - Só não posso demorar, ou ela acorda todos os vizinhos. - Explico enquanto ele me encara e eu o encaro. - Então, vamos?
- Espere aqui. - Ele diz e com isso ele some, simplesmente desaparece da minha frente. Pisco os olhos e então esfrego meu rosto. Ele era real? Eu tinha imaginado tudo isso?
Precisei olhar a minha volta, dando um giro completo de 369 graus, somente para notar um carro parando na outra esquina, era um Porsche 911 na cor vermelha, eu sabia disso porque meu amigo Ed ama carros e também porque em crepúsculo a Alice tinha um na versão amarela. O dono do porsche descia do carro e meus pés dão um passo mas logo penso, podia ser a minha oportunidade de fugir novamente, eu devia entrar naquele buraco e estaria segura em alguma sala, pedir socorro aos guardas ou para algum professor. Mas quando vejo ele me olhando eu sabia que não iria adiantar , eu tinha sido capturada e quanto antes eu me adaptar e ser docil eu teria mais chances de sair dessa ilesa. Então meus pés me levaram até o seu carro, entrando no banco do passageiro enquanto ele entrava no do motorista. O espaço dentro do automovel era pequeno, só tinham dois bancos, porque essa economia? Era pelo motor?
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Um Encontro com uma Raposa (+16)
Fanfic(Em Pausa) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Cidade de São Valentim no Estado de Pernambuco Localizado no Brasil, no litoral. Uma cidade carregada de mitos e lendas, um lugar aonde seus piores pesadelos são reais. Uma jovem mulher se ver cercada de so...