Fofo psicopata

7 0 0
                                    

- Sabe o que devíamos comer hoje? Uma boa pizza. Vamos? - Ed diz enquanto saímos da aula de Folclore, mas antes que eu possa lhe responder, nossa professora chamava meu nome, ele estava parado a minha frente, segurando seus fones de ouvido. - Iiih, o que você fez dessa vez?

- Eu não sei. - Admito dando de ombros, mas então penso em como meu andamento com o trabalho estava péssimo, dou um tapa na minha testa. - Merda! Não vá embora, preciso falar com você depois. - Aviso ao Ed e vou até a professora Dinah.

A mulher que tem seus cabelos curtos na altura do ombro e pintados de um vermelho vinho, me olhava de forma intensa por trás de seus óculos, ela estava atrás da mesa, ajeitando seus materiais para se preparar a próxima aula. Aguardo o que ela queria falar comigo, a mulher desvia o olhar para por duas pastas uma encima da outra e então volta a me encarar. - Você sabe o que está fazendo? - Ela me perguntou do nada.

Pega desprevenida eu apenas levantei os ombros, sem entender sua pergunta. - Se for sobre o trabalho, eu realmente não comecei, mas te prometo que vai estar pronto e entregue na próxima semana. Definitivamente na próxima sexta. - Garanto a ela que que empurra a armação de seus óculos para trás enquanto me olhava daquela forma que os professores olham para os alunos menos inteligentes. Isso fazia eu me sentir uma zero a esquerda, mas tento não demostrar minhas inseguranças. - Então tudo bem?!

Dou as costas a ela, pronta para sair daquela sala, mas a mulher chama meu nome novamente. - Marcela. - A escuto, e me viro vendo ela dar passos em minha direção, o som de seus saltos ecoando na sala vazia, ela para diante de mim, com os braços cruzados. - Você deve tomar mais cuidado com suas amizades, você deveria ficar longe de tudo isso se esperar continuar viva.

hã? Do que ela estava falando? Não pode ser, ela sabia sobre a raposa? Ela saberia que estou sendo perseguida? Não teria como, só se ela for um deles.

Prendo a respiração, minhas mãos apertam as alças da mochila com força, eu sinto uma necessidade urgente de sair correndo. Yang falou sobre outros, ela devia ser um deles, essa professora nunca gostou de mim. Engulo em seco e tento forçar um sorriso enquanto sentia que as paredes estavam se aproximando e me prendendo. - Certo, vou tentar isso. Obrigada professora. - Dou as costas e avanço os passos em direção a saída.

Quanto entro no corredor eu a ouço dizer atrás de mim. - Não confie em ninguém.

Como se eu pudesse confiar em alguém quando agora nesse exato momento eu estava desconfiando dela.

Apresso meus passos pelos corredores, praticamente correndo até virar em uma esquina e esbarrar no Ed que me segurou em seus braços. - Você está bem? - Perguntou e então ele viu minha expressão assustada. - Deus, Marcela você está pálida.

- Vou ficar bem, só....preciso de um pouco de aguá. - Mantenho uma mão em seu ombro, buscando apoio enquanto permito o ar retornar aos pulmões. Depois do que houve com o Yang eu estava desconfiando de todos, menos de Ed, ele...bom, era o Ed. E minha família não morava aqui então eu só tinha ele, mesmo com a Helo e a Bella, Ed era o único que eu realmente podia contar. Mais que um amigo, era um irmão.

O maior passou um braço por minha cintura e andou comigo apoiando nele até sairmos do prédio e encontrar uma boa arvore para sentarmos na grama embaixo dela, a arvore de cerejeira até estava dando uma boa sombra para nós, sentados embaixo dela para que eu pudesse descansar um pouco. Ed saia do meu lado um pouco e voltava depois trazendo consigo uma garrafa de água, ele a destampa e entrega para mim que dou alguns goles. Isso me fazia lembrar da primeira vez que nos encontramos.

Eu estava deitada embaixo de uma arvore, morrendo de calor em um verão daqueles que parecia que estávamos no Rio de Janeiro, ele caminhou até mim com uma garrafa de água e me ofereceu, então se sentou ao meu lado e começamos a conversar. Ed sempre quis ser mais que amigos, mas nunca pude ser isso para ele, não tinha interesse em namorar quando nos conhecemos e depois estava apegada de mais para o perder por algo do tipo. E também...ele é mais novo e tem um jeitinho de irmão caçula, nunca consegui o ver como um homão. Isso me fez pensar em Alexandre, era quase a mesma coisa, mas o modelo tinha...algo. Um magnetismo que nunca me atraiu no Ed.

Um Encontro com uma Raposa (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora