01 | Hmm, not today!

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Londres, Inglaterra
09:30am

Noah's pov

Para quem não me conhece, eu sou o delegado Urrea. Eu cuido para que Londres não se torne mais suja do que já é, com suas obscuridades que o governo esconde debaixo do nariz de todos, menos do meu.

Eu sou meio que o super herói dessa cidade. Cuido do meu trabalho com muita dedicação e coerência. Tento sempre trabalhar da melhor forma possível, assim, fico aqui o dia todo, seja esperando denúncias ou fazendo flagrantes.

Saio de casa cedo, sentindo a brisa da janela do carro bater em meu rosto. Aumento a música e quando menos espero, chego à delegacia. Assim que saio do carro, os policiais me cumprimentam com respeito e eu respondo da mesma forma.

Um policial chega com um menino que aparenta ter 16 anos e me entrega, me dizendo o que aconteceu.

—O menino estava fazendo umas corridas na rua principal, e um radar pegou. Ele é de menor.

—Obrigada. Venha comigo, garoto! — coloco as algemas no menino e o levo até onde ele deve ficar.

Destranco o cadeado da entrada principal e vou até a cela onde ele irá ficar. Coloco o garoto novo dentro da cela, batendo forte e a trancando automaticamente. Ele é de menor, mas não sairá hoje. Nem por cima do meu cadáver.

—É, amigão, daqui você não sai — esclareço e dou uma piscadela, a qual irrita o garoto. De repente, ouço um barulho de salto ficando cada vez mais alto e próximo.

—Hmm, hoje não! — Sina me interrompe, tirando o óculos escuros do rosto e os apoiando em seu cabelo. Ela mexe na bolsa e retira um papel de lá; nele diz que o meliante será liberado e fará serviços comunitários. Reviro os olhos.

Sina Deinert. A advogada mais ousada e idiota dessa terra. Ela ama me afrontar, sempre bagunçando meu trabalho. Sina é bonita, se veste bem, mas é uma insurportável. Hoje ela usa uma camisa social branca, um calça jeans skinny e um salto agulha branco. Destranco a cela na mesma rapidez que tranquei e entrego o rapaz para a advogada.

—Sempre atrapalhando meu trabalho, não é, Deinert? — digo, rangendo os dentes.

—Meu passatempo preferido! — ela fala, sorrindo debochada. A loura vira a palma da mão para mim a pedido da chave das algemas, logo, retirando-as e me devolvendo o item. — Mais um para a lista de que você fracassou, uh? — ela sorri, desfilando e levando o meliante pelo braço.

—Parece que a Robbie Hood da cidade está aperfeiçoando os seus dotes — digo e ela vira o rosto para me olhar. — Mas não se preocupe, não vai durar muito, advogada.

—Você que pensa, delegado! Tenha um bom dia! — e sai, colocando o ex-preso no carro e o levando provavelmente ao centro comunitário. Antes que saísse, ela abre o vidro, jogando um "beijinho" com a mão e agora sim, arrancando o pneu.

—Não foi dessa vez, Sr. Urrea... — um preso barbudo diz, apoiado a cela e dando uma risada de lado.

—Parece que o garoto saiu, e nem precisou passar por cima do seu cadáver — outro presidiário ri. - A advogada gostosa passou por cima de você, mais uma vez! — Meu sangue ferve.

—Ah, vai desenhar nas paredes, vai! E olha o respeito comigo! — respondo e me sento em minha mesa. — Droga!! — murmuro.

[...]

Meu celular toca alto, e no visor está escrito o nome de minha irmã postiça: Sabina. Ela é minha amiga desde a infância, e quando tragicamente a mãe dela — infelizmente — faleceu, minha mãe tratou de cuidar dela até que fosse uma mulher adulta. Então, crescemos juntos. Atendo levemente irritado, ainda remoendo a situação que ocorreu mais cedo.

Alô? — falo esperando uma resposta do outro lado da tela.

Oi Noah! Pode vir aqui em casa hoje? Não vou ter plantão e estou com saudade do meu maninho, poxa! — Sabina protesta.

Tá, Sabina, eu vou sim. Agora me deixa em paz, estou de cabeça quente! — massageio minhas têmporas.

—Deixa eu adivinhar, Sina Deinert? — ela pergunta com um tom de "preguiça", vamos dizer assim.

—É claro que aquela advogada idiota que me irritou, mais uma vez. Ela pensa que pode me afrontar assim? Olha, já te ligo, Sabina — e desligo a ligação.

—Falando de mim, Urrea? — sem ao menos eu perceber, Sina está parada em minha frente. Me assusto. — Você não respondeu minha pergunta... — a loira zomba enquanto se olha no pequeno espelho e checa seu batom vermelho, o retocando.

—O que você quer aqui, Deinert? — questiono sem um resquício de paciência. Ela fecha o espelho e guarda, assim como faz o mesmo com o seu batom.

—Aqui é quase minha casa, delegado. Não deveria ficar tão...incomodado com minha presença! — Sina alfineta. — Ok, vamos direto ao ponto! Eu vim fazer uma visita para meu cliente. Ele está na cela 28!

—Ah, o que você fracassou, uh? — pergunto retoricamente. — O acusado de furto? — questiono.

—Respondo a sua segunda pergunta — Deinert dá ênfase em "segunda" —, ele mesmo.

—Pode ir falar com ele, o policial irá te acompanhar — abro a porta para o acesso ao presídio e ela entra.

Ela caminha, fazendo barulho com o seu salto. É possível ouvir um murmuro dizendo: "Gostosa". Antes mesmo que eu pudesse raciocinar, Sina puxa o preso pela gola, entre as grades mesmo, o colando nas barras de ferro. De braços cruzados, eu observo de longe.

—Policial, porque ele está aqui? — a loura questiona, ainda segurando o homem. O policial olha para mim como um pedido de autorização e eu o autorizo, afirmando com a cabeça.

— Assédio sexual, senhora — o meu funcionário responde.

—Ahh, imaginei. Pronto para apodrecer ai até a morte, garotão? — ela ri, zombando-o — Porque eu não defendo gente assim, uh? — A Deinert larga o cara, que cai no chão. — Pronto! — ela bate uma mão na outra, as limpando. — Vamos? — e sorri.

[...]

Confiro se os policiais estão em seus postos e digo que se algo acontecer, podem me ligar.

Entro no meu carro e canto pneu, observando a cidade de Londres pela noite. Chego em casa, troco de roupa e entro no carro novamente, passando em uma conveniência e comprando o sorvete preferido meu e de Sabina; napolitano.

Sigo caminho até o apartamento de Sabina e quando chego, bato na porta. Ela abre, me abraçando assim que me vê.

—Vamos assistir um filme? — minha irmã questiona.

—Sim! Trouxe sorvete para isso! — pego colheres na cozinha, e abro o pote de sorvete, me sentando no sofá, saboreando e comendo direto no pote mesmo.

Sabina coloca o nosso clássico da noite de filme: esposa de mentirinha. A morena coloca a colher no pote, mesclando os três sabores e colocando play no filme. De repente, ela pausa o filme e eu resmungo.

—Sabina! O que foi? — reclamo.

—Você nem me contou o que aconteceu e por que desligou tão rapidamente!

—Ah...Foi porque a advogadazinha chegou bem na hora que eu estava falando dela! — me irrito somente de lembrar.

—Imaginei — Sabina admite. — Sinceramente, esse ódio entre vocês está mais para tensão sexual!

Não viaja, Hidalgo! Agora coloca play na porra desse filme logo! — reviro os olhos.

  📌📌📌

PRIMEIRO CAPITULO!!
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