Cidade do México, México
08:30amNoah's pov
Ontem a noite, após toda aquela discursão, eu fui me deitar na cama, no canto oposto de onde Sina estava.
Mas agora acordo e me deparo com um corpinho aninhado ao meu. Um corpo que conheço muito bem — ando admirando-a demais... — agarrando a minha cintura, com os cabelos louros esparramados por meu peitoral. Meu braço descansando em sua cintura.
Sina Deinert dormiu comigo. Agarrada comigo.
Sinceramente, se existe uma visão mais bonita que essa, eu desconheço. Se você acha que existe, é porque nunca viu Deinert cochilando em cima de você.
Seus olhos fechados sutilmente, os lábios entreabertos, as bochechas lindamente ruborizadas, o maxilar relaxado, os cabelos louros brilhosos esparramados em meu peito nu...
Nossa!
É demais para mim. É demais ter que acordar após tentar duramente suprimir todos esses sentimentos confusos e ingratos e inevitáveis que passam em minha cabeça e ver um rosto tão angelical como o de Sina Deinert. É demais para o meu coração.
E eu odeio isso.
Odeio sentir tudo isso. E por mais que tente o máximo que posso não imaginar Sina me beijando intensamente, é inevitável. Eu sou insaciável. Necessito de todo esse ódio mútuo que se transforma em desejo. Um desejo que transbordou da vasilha; e segue transbordando todas as vezes que ela sussurra dizendo que me odeia, mas denunciando a aptidão pelos olhos.
Sorrindo meio bobo, volto a cochilar, sem me mexer.
[...]
Narradora's pov
Agora quem acordou é Sina. Ela sente que está em algo rígido. Olha ao seu redor e lembra da noite de ontem. Percebe que está em área proibida, se levantando bruscamente. Noah acaba acordando também.
—Droga, Noah....Desculpe. Eu...Eu nem sei como fui parar aí. Caramba...Desculpe. — a loura se levanta meio desnorteada pela situação e pelo sono ainda presente, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo alto.
—Está...tudo bem. Tudo bem, Sina, não precisa se desculpar. — lentamente, Urrea se aproxima de Deinert, ficando a centímetros de distância. Se olham por alguns segundos que aparentam mais ser uma eternidade. O moreno puxa Sina pela cintura e beija seu pescoço.
Por um segundo, o que havia nas mentes deles, evapora.
Por um segundo, o ódio parece escafeder-se, como se nem ao menos tivesse existido naquela relação.
Mas somente por um segundo.
—Não, porra...Meu Deus! — Sina se desarvora, caindo na realidade e se afastando tão bruscamente que poderia tropeçar no desespero das próprias pernas. — Eu vou...tomar uma ducha.
Noah libera um suspiro alto, passando as mãos na boca, nos olhos, nas maçãs do rosto. Ele aparenta buscar alguma resposta.
Mas o astro rei, com todos seus planetas, cometas, asteroides...Terra, Marte, Vênus, Netunos e Uranos...Foi se apaixonar justo por ela; que o despreza e o deixa esperar.
[...]
Sina termina a ducha e desce sozinha para a área ao ar livre do hotel. Ela passeia silenciosamente, mas sua mente está inquieta e, ao mesmo tempo, distraída.
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The Cell Beat | Noart
FanficThe Cell Beat | noart Apesar de todos os admiradores da Inglaterra romantizarem demais o país, a cidade de Londres em especial é um lugar que pertence somente a cara bonita. Em suas sombras se encontra um mundo de crime, julgamentos e injustiças; m...