Confronto de Preocupações

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Ela finalmente chegou a Konoha, exausta e ferida após uma missão que parecia não ter fim. Seu corpo estava pesado, e cada passo que dava em direção à torre do Hokage parecia uma luta contra a própria vontade de desabar. A vila estava envolta em uma tranquilidade enganosa, mas S/N mal teve tempo de apreciar o retorno ao lar. Sua mente estava fixa em uma única coisa: reportar o sucesso da missão e, quem sabe, conseguir um breve descanso.

Ao abrir a porta do escritório do Hokage, foi recebida pela visão de Tobirama sentado à mesa, seus olhos vermelhos e sérios fixos nos papéis diante dele. Ele estava com as mãos enterradas nos cabelos prateados, uma expressão que indicava que ele estava à beira de arrancá-los. O estresse estava claro em cada linha de seu rosto, mas ao perceber a presença de dela, ele ergueu o olhar, com a expressão de repreensão surgindo instantaneamente.

— Você está machucada.
Tobirama observou secamente, o tom típico de quem já estava esperando um erro a ser apontado.

— Foi antes de chegar à vila, caí em um buraco de armadilha para pegar animais, mas com sorte saí sem muitas sequelas.

A menção ao ferimento acendeu uma chama de irritação nos olhos de Tobirama, mas havia algo mais ali, uma preocupação que ele lutava para esconder. Seus olhos desceram até o pé machucado de S/N, que estava envolto em um tecido fino, agora manchado de sangue fresco. Ele sentiu um nó apertar em seu peito ao ver o sangramento insistente.

— Você é uma idiota por ter caído em uma armadilha tão básica.
ele disse com a voz carregada com uma mistura de raiva e preocupação mal contida. — O que você estava pensando?

Antes que ela pudesse responder, ele se levantou rapidamente e se aproximou, agarrando-a pelo braço com um cuidado surpreendente, considerando seu tom áspero. Ele a conduziu até a mesa, onde a fez sentar, erguendo o pé machucado para examiná-lo mais de perto. A ferida estava aberta demais, e o sangue parecia não querer parar de escorrer.

Lutando contra o impulso de descontar sua frustração nela, Tobirama murmurou algumas palavras enquanto concentrava seu chakra nas mãos. Um brilho verde suave emanou de seus dedos enquanto ele usava um rápido ninjutsu médico para acelerar a cicatrização da ferida. A dor  diminuiu à medida que o tecido se reconectava, mas o desconforto de ser tratada por Tobirama, que estava claramente irritado, era inegável.

Quando terminou, pegou um novo tecido e envolveu o pé da morena com habilidade, com movimentos meticulosos contrastando com a tensão que emanava dele. Mas, mesmo enquanto cuidava dela, a raiva ainda borbulhava abaixo da superfície.

— Você é uma insolente, como pôde ser tão descuidada ao ponto de cair em uma armadilha tão ridícula? Está tentando se matar?

A uchiha sentiu o calor da indignação subir dentro dela.

— Eu fiz o que tinha que fazer para completar a missão, Tobirama! Não foi uma escolha, foi uma necessidade.

— Necessidade?
retrucou, erguendo o olhar para encontrar o dela com seu rosto a poucos centímetros de distância. — Isso não foi necessidade, foi estupidez! Se você não consegue evitar uma armadilha simples, como espera sobreviver em situações realmente perigosas?

— Você acha que eu queria isso? Acha que eu sou uma idiota que não sabe se cuidar? A missão era importante, e eu fiz o que precisava ser feito para sobreviver e cumpri-la!

A tensão na sala se intensificou, como se o ar estivesse prestes a explodir com a fúria contida entre os dois. Qualquer pessoa que ouvisse do lado de fora poderia pensar que o escritório do Hokage estava prestes a se transformar em um campo de batalha.

Ele se aproximou ainda mais,com o olhar perfurante, mas havia algo em seus olhos que traía a dureza de suas palavras.

— Você sempre faz isso, S/N. Sempre se coloca em perigo sem pensar nas consequências. E então sobra para nós, que nos importamos em lidar com as consequências.

°𝑶𝒔 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 𝒔𝒆 𝒂𝒕𝒓𝒂𝒆𝒎° 𝑻𝒐𝒃𝒊𝒓𝒂𝒎𝒂 𝑺𝒆𝒏𝒋𝒖Onde histórias criam vida. Descubra agora