A guardiã da Lua

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Após dias de caminhada, o pequeno vilarejo no horizonte finalmente apareceu diante de nossos olhos, envolto em uma névoa suave que subia do rio próximo. Aika, a princesa, parecia aliviada ao ver as torres de vigia dos seus guardas reais destacando-se na paisagem. Seu passo, antes lento e irritadiço, acelerou enquanto nos aproximávamos da entrada do vilarejo.

Os guardas, com armaduras brilhantes, correram ao nosso encontro assim que nos avistaram. Havia uma mistura de preocupação e alívio em seus rostos, claramente ansiosos pela segurança de sua protegida. Assim que chegaram até nós, formaram um círculo ao redor de Aika, seus olhares passando rapidamente de Tobirama para mim, avaliando-nos.

— Princesa Aika, estamos felizes que esteja segura.
disse um dos guardas, fazendo uma reverência respeitosa. Ele então se voltou para Tobirama e para mim.
— Agradecemos por trazerem nossa princesa em segurança. Sua missão aqui está completa.

Tobirama apenas assentiu com expressão neutra, enquanto eu dava um passo para trás, satisfeita em ver aquela parte da missão concluída. Aika, que não havia trocado muitas palavras conosco durante a viagem, apenas acenou de forma displicente, parecendo mais interessada em conversar com seus guardas do que em se despedir de nós.

— Vamos.
disse Tobirama, virando-se para mim.

— Sim
respondi, ajustando a alça da minha bolsa enquanto me preparava para a viagem de volta.

Ele se aproximou de mim, levantando o braço para me envolver pela cintura.
— Precisamos estar juntos para que o Hiraishin funcione corretamente.
Senti um arrepio percorrer minha espinha com o toque inesperado, e meu primeiro instinto foi me afastar.

— Isso é mesmo necessário?

murmurei, tentando esconder a inquietação em minha voz.
Tobirama ergueu uma sobrancelha, a seriedade era habitual em seus olhos.

— Se quiser chegar em Konoha sem perder tempo, sim.

Engoli em seco, ciente da proximidade forçada, mas acabei cedendo. Suspirei e me permiti relaxar sob seu braço, deixando que ele nos envolvesse com seu chakra. Em um instante, o vilarejo desapareceu de vista, e a familiar paisagem de Konoha surgiu ao nosso redor.

Quando meus pés tocaram o solo da aldeia, me afastei rapidamente, ainda sentindo o calor do braço de Tobirama em volta de mim. Caminhamos lado a lado pelas ruas da vila, e notei que alguns aldeões nos olhavam com curiosidade, sussurrando entre si. Não era comum ver um Uchiha e um Senju andando juntos tão casualmente.

— Você realmente sabe como atrair atenção.

comentei em tom meio brincalhão tentando aliviar a tensão.
Tobirama manteve o olhar à frente, mas havia um leve levantar de sobrancelha que indicava que ele havia captado a provocação.

— Eles não estão acostumados a ver membros dos nossos clãs cooperando tão abertamente.
Caminhamos em silêncio novamente por mais alguns minutos até que finalmente o quebrei.

— Obrigado pelo gesto lá atrás.
disse, referindo-me ao momento em que ele me envolveu em seu colo naquela noite.
— Mas, só para deixar claro, isso não vai se repetir.

Ele parou por um instante, virando a cabeça para me olhar.

— Concordo. Não há necessidade de repetir algo desnecessário.

Sua resposta, tão prática e direta, me fez soltar um leve suspiro de alívio. Mas ao mesmo tempo, havia algo estranhamente reconfortante em sua presença. Um sentimento que eu não estava pronta para explorar.

Continuamos a caminhar em direção ao edifício do Hokage, onde deveríamos relatar o sucesso da missão. E enquanto passávamos pelos portões que levavam ao centro da vila, o burburinho dos aldeões ao nosso redor parecia se tornar mais distante, como se, por um breve momento, Konoha tivesse se tornado apenas um pano de fundo para as mudanças sutis que surgiam entre nós.

°𝑶𝒔 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 𝒔𝒆 𝒂𝒕𝒓𝒂𝒆𝒎° 𝑻𝒐𝒃𝒊𝒓𝒂𝒎𝒂 𝑺𝒆𝒏𝒋𝒖Onde histórias criam vida. Descubra agora