Desci do carro depois que Robert abriu a porta para mim e entrei em casa.Joguei minha bolsa no sofá da sala e corri para a cozinha.Meu pai já estava sentado a mesa,almoçando.
-Oi pai.-o abracei ainda sentado.
-Oi filha!E como foi a aula hoje?-papai beijou minha mão.
-Boa.Amanhã vou participar da homenagem ao dia das mães.-disse tranquilamente enquanto me sentava e me servia.
-E vai fazer o que filha?-meu pai me encarou.
-Vou ler um texto que ainda vou escrever.-respondi.-Você vai me ver né?
-Faço questão.-papai sorriu e voltou a comer.
***
Havia papeis espalhados por todo o meu quarto,estava tentando escrever minha homenagem a minha mãe.
-Licença.-Elaine entrou em meu quarto após algumas leves batidas na porta.-Trouxe este suco para você.-ela ergueu um pouco a bandeja que trazia.
-Ah!Obrigada.-peguei o suco e bebi um pequeno gole.
-Seu pai me disse que amanhã você vai participar da homenagem ao dia das mães no colégio.-Elaine me observava bebendo o suco.
-Acho que sim.-ri olhando os papeis espalhados a minha volta no chão.
-Está sem ideia?-balancei a cabeça positivo respondendo a pergunta da Elaine.-Creio que vai escrever só o que se lembra dela né?
-Infelizmente,só lembro daquele dia horrível.-falei com a cabeça baixa.
-Que tal você escrever algo para sua mãe contando como se sentiu naquele dia?-Elaine ergueu minha cabeça segurando delicadamente meu queixo.
-É uma ótima ideia.-abracei minha governanta,que desde que minha mãe se foi,fez seu papel de mãe para mim.
-Então,vou deixar você quietinha aqui no quarto escrevendo,tá bom?-entreguei o copo vazio a Elaine e ela saiu fechando a porta.
-Tá.-sorri e comecei a escrever.
***
Quando terminei meu texto,o relógio já marcava quatro da tarde.Levantei da minha cama,ajeitei meu cabelo na frente do espelho e desci para a cozinha.
-Robert.-chamei meu motorista que mexia no celular sentado a mesa.
-Sim?-Robert guardou o celular no bolso e se recompôs a minha frente.
-Poderia me levar agora na casa do João?-perguntei,se eu mandasse ele não obedeceria mesmo.
-Tenho ordens para não tira-la de casa o resto da tarde.-Robert me respondeu.
-O que?E Porque não?-Perguntei boquiaberta.
-Ordens de seu pai,e eu não posso desobedece-lo.-Robert falava tranquilo.
-Agora eu sou o que?Prisioneira!-gritei dando um de meus chiliques.
-O que foi isso?Porque está gritando Agnes?-Elaine apareceu na cozinha correndo e perguntou quase sem fôlego.
-Porque eu não posso sair de casa!Não posso ir na casa da Sam,não posso ir na casa do meu namorado!Minha vida é uma merda!-respondi gritando e saí da cozinha indo em direção a escada.
-É para o sua bem minha menina.-Elaine veio atrás de mim subindo a escada.-Porque não liga para o João ou a Sam vir aqui?
-Não!-gritei para ela.
-Quer que eu ligue?Eu posso fazer isso.-Elaine ainda me seguia.
-Não!-gritei abrindo a porta do meu quarto e parando em seguida.-Me deixa sozinha.-fechei a porta e me joguei na cama.
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A dama e o vagabundo
Teen FictionFilha de um juiz muito prestigiado por sua justiça leal,Agnes Mendonça tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai precisa imediatamente pedir abrigo a outro país ao condenar o maior traficante da Rocinha,subúrbio do Rio.Com medo de ser...